Conteúdo de qualidade para geração de links: um insight

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Com Lucas Santos (@lucassantoscs)

Responde rápido: você tem um blog? Escreve para algum site? Ok. E com que frequência você para o que faz para abrir o CMS, seja este um WordPress, um Joomla ou outro, só para colocar um link para conteúdo que achou relevante?

Minha desconfiança é que a resposta seja: raramente, quase nunca.

Somos, todos, mais compelidos a retuitar, a partilhar no Facebook ou em outra rede social. Durante minha passagem pelo IDGNOW e pela ComputerWorld, vi várias vezes que o numero de RTs era maior que o número de cliques no link encurtado. Penso que tal comportamento encontra reflexos na colocação espontânea de links.

Os links chancelam a qualidade e a relevância do conteúdo e, normalmente, vêm de sites relacionados ao tema. Aos olhos de um mecanismo de busca, isso replica o modelo de content siloing (silos de conteúdo). Segundo esse modelo, absolutamente normal em sites de notícias, por exemplo, onde editorias concentram textos que reúnem aspectos (sim, falo em palavras chave), uma URL cresce em relevância à medida que seu conteúdo “conversa” com informações do mesmo universo.

Bom, para confrontar o que penso sobre a geração de links de qualidade com base em conteúdo, igualmente bom, trouxe a opinião de dois SEOs.

De San Francisco, na Califórnia, Gabriella Sannino, proprietária da LEVEL343, uma agência de conteúdo com ênfase em search marketing. De São Paulo, capital, Alex Pelati, diretor da AO5, outra agência envolvida na gestão de campanhas de otimização de websites.

É quase um ping pong. Em três, vamos expor o que pensamos sobre o assunto.

– Sobre RTs, Likes e Links – o que vocês dizem?

“Sim, é claro que os RTs e os likes vão superar a colocação de links. Especialmente depois dos últimos updates do Google, aqueles voltados à identificação e penalização por spam. Inclusive recebemos vários pedidos de remoção desses links em nosso site; as pessoas andam muito preocupadas com isso”, diz a ítalo-americana, Gabriella Sannino.

Pelati, da AO5, concorda com o cuidado de alguns blogueiros na hora de inserir os links externos. “No caso de blogueiros profissionais, vejo certo receio de linkar para conteúdos externos, seja pelo medo de sofrer uma punição pelo Google, seja para não fortalecer um concorrente nos resultados de busca”, informa, em entrevista por e-mail.

O CEO da agência paulistana aponta para outros fatores, entre estes a praticidade das redes sociais na hora de partilhar conteúdo. “Na verdade, vejo que muitos blogueiros amadores deixaram de postar em seus blogs pessoais para interagir com seu público diretamente nas redes sociais, por ser mais rápido e prático”, diz.

Sannino levanta uma questão importante nessa hora. Segundo ela, os esforços para conseguir links migraram do formato de guest post (publicação de textos em sites de terceiros) para a criação de conteúdo em seu próprio site, ou blog.

“Quando queremos construir algo de valor, acho que o negócio é trazer este conteúdo para dentro de sua própria casa”, conta. Ela concorda com os benefícios das redes sociais em termos de facilidade, mas aponta para as vantagens de domesticar a discussão em vez de mantê-la nas timelines.

– Será que a criação de conteúdo é a saída ideal para todos os tipos de negócios na web? Ou teriam os sites de conteúdo informacional, aquele que informa sobre um tema, mais força que sites de comércio eletrônico, voltados à conversão, ou seja, à venda?

Cabe analisar antes. Para Alex Pelati, a análise dos peers, ou seja, dos multiplicadores e consumidores da informação, vem antes da produção de conteúdo. É preciso analisar o público-alvo da estratégia e extrair qual tipo de conteúdo preferido por eles, observando justamente um padrão de compartilhamento. Não adianta simplesmente criar um texto informacional magnífico sobre determinado assunto, se os replicadores de conteúdo dão preferências a vídeos e infográficos, por exemplo. Portanto, além da qualidade do conteúdo, é preciso acertar na forma que o mesmo é divulgado”, diz Alex.

Na ótica de Sannino, é preciso identificar o seu talento, saber por que as pessoas procuram ler o que você, seja uma empresa ou um redator publica. “Depende. Acho que em todos os nichos, sejam estes informativos ou de comércio, há boas oportunidades de gerar links para o seu conteúdo”, responde a SEO com quem converso desde 2010. “Pergunte a si mesmo: sou conhecido por fazer o quê? Se o talento for o das palavras, certamente será o nicho informacional. Agora, se você for conhecido por vender produtos de excelente qualidade, é igualmente possível que as pessoas apontem para o seu site”. Sannino aproveita e convida para ler um post (em inglês) em que trata exatamente disso.

Ativos linkáveis

Sim. Neologismo. Mas, na ausência de um termo que descreva melhor que tipo de conteúdo pode atrair links, vamos nos contentar com esse. Na internet, acompanho há algum tempo a imposição de infográficos como conteúdo altamente atraente na hora de conquistar os cobiçados links. Pessoalmente discordo. Acho que infográficos são nada além de uma ilustração pouco dialética, ou seja, não contesta, não provoca, apenas informa; ao melhor estilo do “não me faça pensar”. Vamos ver o que os SEOs têm a dizer sobre isso.

“O que faz você irresistível?”, pergunta Sannino, que levanta outro aspecto de um ativo linkável. Segundo ela, um conteúdo que atrai links é algo que, naturalmente, instigue as pessoas a partilhar. “Afinal de contas, um link é uma forma de partilha, não?”, pergunta a partir da sede de sua empresa, nos EUA.

“Sabemos que um vídeo e que infográficos bem estruturados e atraentes são uma excelente aposta”, conclui.

Alex Pelati tem outro entendimento sobre o que pode gerar links. Quase científico, o profissional de SEO começa definindo a natureza de um ativo linkável. “Ativo linkável é todo o conteúdo produzido no seu site que gere interesse nos usuários. Se há interesse sobre o conteúdo, as pessoas vão querer falar sobre assunto, por isso se torna um ativo linkável”, explica.

Incerto sobre o formato apropriado, melhor, sem querer dar o assunto por encerrado com uma receita vapt-vupt, Pelati explica que é impossível cravar um tipo de arquivo apenas. Para ele, promoções imperdíveis, por exemplo, configuram algo que possa gerar vários destes links. “O valor está no conteúdo disponibilizado”, afirma o SEO.

A pergunta que não quer calar

Os entrevistados estavam relaxando em sua cadeira. Deviam pensar tratar-se apenas de mais uma conversa corriqueira, quando decido perguntar: – o que é conteúdo de qualidade, afinal de contas?

“A forma é importante para atrair a atenção do usuário, metaforicamente, é a embalagem do produto”, elucubra Alex Pelati. Para o diretor da agencia de SEO, conteúdo único e relevante é essencial na descrição do que pode ser considerado algo de muita atratividade. Mais adiante, o profissional descreve o que denota algo único e relevante. “… ninguém quer consumir uma informação já conhecida e clareza é dispor do conteúdo em ordem lógica, com início, meio e fim. O último fator é cumprir com seu objetivo, ou seja, o conteúdo de qualidade deve satisfazer o usuário”.

Esperava-se por uma fórmula pronta para conteúdo de qualidade, saiba que ela existe, sim! Mas certamente não consiste em misturar uma xícara daquilo, duas daquilo outro e pôr no forno. A receita para um conteúdo de qualidade, segundo Gabriella Sannino, vai muito além.

“Acho que descrever o que é conteúdo de qualidade merece um artigo só sobre isso”, escreve.

Peço para resumir.

Sannino diz que os aspectos de um conteúdo de alta qualidade reunem informação útil e com uma pitada de humor. Além disso, cada peça tem um propósito, conforme Alex Pelati já afirmava acima, ao dizer que cumpre o que promete. Mas para a diretora da Level343, cabem mais alguns pontos absolutamente indispensáveis. A saber: gramaticalmente impecável e com estrutura, um roteiro de leitura apropriado. “Mas isso, esse negócio de roteiro e de estrutura, deve ser avaliado. Cada público é um público” ressalta.

Basta comparar o conteúdo que você encontra em sites de alguém que cuida de sua reputação com aqueles que entopem artigos com palavras chave apenas para atrair a atenção de buscadores.

[Webinsider]

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Leia também:

 

Klaus Junginger (@computerklaus) é jornalista especializado em SEO para redações de notícias e escreve regularmente em seu site sobre SEO para Jornalismo. Foi editor do Portal Imprensa e repórter do IDGNOW! e da ComputerWorld.

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10 respostas

  1. Eu acho que o fato de você colocar um link ou não no seu blog depende muito do conteúdo que você irá passar naquele momento e também do seu público, você pode ter diferentes públicos no blog e redes sociais.
    Normalmente eu coloco links no meu site para os sites e conteúdos que me ajudaram de alguma forma e que seriam valiosos para os meus leitores.

  2. Olá Klaus,

    Parabéns pelo artigo, já estou contando as horas para continuar esse bate-papo em sua palestra no JDBR12, não irei palestrar esse ano, por isso não ficarei triste em receber esse lindo par de convites, prometo sentar na primeira fila da sua palestra. 🙂

    Há muito tempo procurei algum artigo como esse, fala-se muito de otimização de conteúdos, mas pouco com a qualidade desse conteúdo, sem ter aquele exagero de palavras-chaves redundantes repetidas por todo o texto.

    Não sou profissional de SEO, mas como todo profissional web, gosto sempre de ler artigos sobre o tema, conversar com meus colegas de SEO e aplicar em meus sites e projetos de clientes. Por isso não espere aqui uma super análise crítica aos comentários da entrevista.

    Vou começar a falar sobre o começo, do uso de redes sociais ao invés do próprio site.

    Fiquei muito interessado pelo texto desde o primeiro parágrafo. Trabalho com Joomla, WordPress e outras ferramentas e percebo, por mais que facilitem as postagens nesses sistemas, sempre é mais fácil utilizar as redes sociais. Gosto muito de escrever no meu blog, todos os dias vejo coisas bacanas e tenho vontade de escrever sobre elas, mas quando vejo já estou no twitter e facebook escrevendo, é tudo muito rápido e prático.

    Sempre penso como seria bom escrever essas coisas “dentro da minha própria casa”, como diz um comentário no artigo. Tentei buscar soluções para isso, até usei um pouco o tumblr para tentar usar com pequenos textos, mas logo desisti. Então foi que achei uma boa solução para Joomla, um plugin da Joomlart, o JA Social, ele importa todo o conteúdo das suas redes sociais para artigos do Joomla ou conteúdos do gerenciador K2. Achei uma boa solução para continuar escrevendo nas redes e aproveitando esses conteúdos para o site. Atualmente ele já cria conteúdos via twitter, facebook, youtube, vimeo, flickr e Instagram.

    Gostei também dos conceitos de Ativo linkável, principalmente do Alex, onde dar como exemplo todo conteúdo produzido no site que gere interesse nos usuários. Com certeza isso não enquadra os terríveis artigos cheios de palavras-chaves desconectadas, sem nexo, ou seja, sem qualidade.

    Falando em conteúdo de qualidade, fico com o que Sannino diz, “informação útil com uma pitada de humor”, claro que não cabe a todas as áreas, mas foi direto ao ponto.

    Como não houve exemplos, posso deixar aqui esse seu post como uma ótima referência de conteúdo de qualidade, um conteúdo que faz pensar, produz criatividade, tem nexo, tem organização (só me perdi um pouco em quem falou o que), tem informação útil, uma pitada de humor logo no início da conversa, enfim, precisamos de mais post assim.

    Nos vemos lá em BH no Joomla Day, abraço!

  3. Parabéns pelo artigo, e pela diversidade de opiniões reunidas para um assunto que não é tão simples quanto parece – a começar pelo próprio conceito de ‘Conteúdo de Qualidade’, que infelizmente ainda segue, na maioria dos casos entre agências e clientes, a lógica de que “Qualidade é o que o Cliente diz que é”.

    Mas não é por causa dessa observação que resolvi comentar. É do meu particular interesse a questão dos infográficos, um debate que venho acompanhando de perto enquanto fundador do Visual Loop (rede de sites especializados na divulgação de trabalhos em visualização de informação e infografia).

    O principal ponto nessa discussão em torno do uso dos infográficos para link-building é precisamente a apropriação indevida do termo ‘infográfico’ para designar peças info-publicitárias e press-releases ilustrados que estão presentes em todo o lado.

    Como vocês provavelmente sabem, o próprio Google já se mostrou incomodado com essa situação, embora muita gente relacionada ao SEO não acredite que as palavras do Matt Cutts resultem em algo concreto por parte do gigante das buscas. E eu também não.

    O que acredito é que os infográficos vão fazer parte do nosso cotidiano on e offline cada vez mais. A infografia, a verdadeira, saiu dos jornais e revistas e infiltra-se, pouco a pouco, em empresas, nos seus relatórios, apresentações e dashboards. Está em apps, está nas redes sociais, nos principais portais, blogs e sites, e tudo isso ajuda, em última instância, a educar um público que mesmo não tendo formação em design de informação, é suficientemente perspicaz para aprender a diferenciar o bom conteúdo do mau.

    Mas ainda temos um longo caminho pela frente. O próprio campo da visualização da informação ainda busca o seu ‘lugar no mundo’, e é natural que, por agora, a avalanche descontrolada de infográficos continue, e a euforia quanto aos links captados também. Porque funciona. Mesmo.

    Ainda assim, recebendo dezenas de novas submissões de infográficos diariamente, é bem visível que a estratégia em torno não apenas da execução do infográfico, mas também na sua promoção, está evoluindo.

    Já não basta fazer um bom infográfico, nem colocar o código embed esperando que seja compartilhado. Novas plataformas de distribuição de conteúdo, como os recentes widgets da empresa americana ProxyLead, os boards do Pinterest e a enorme quantidade de blogs que fazem a ‘curadoria’ de infográficos representam bem o crescimento desta ‘industria’ que os marqueteiros e SEO experts criaram em cima deste tipo de conteúdo.

    E quer se goste ou não, o fato é que os likes, shares, RTs, re-pins e re-blogs vão sempre caminhar a favor do conteúdo visual. É a nossa condição de ‘seres visuais’ a falar mais alto, e contra isso não há nada a fazer.

    Uma vez mais, parabéns pelo post, desculpem pelo longo comentário, e continuação de um ótimo trabalho.

    Abraço

    @TSSVeloso | @visualoop | @visualoopBR

    Só que

  4. Klaus, parabéns pelo artigo e pela clareza dos entrevistados nas respostas.

    Realmente o tema é bem oportuno em tempos de Jaulas abertas no Google (Panda e Penguin), pois é muito simples analisar todas as mudanças propostas pelo Google e virar para a comunidade SEO e dizer “Gente, agora o lance é conteúdo de qualidade, esqueçam quantidade e foco total em qualidade”, agora o difícil é realmente trazer a tona o assunto que o seu artigo abordou de forma bem abrangente e no momento da virada da entrevista quando você pergunta “o que é conteúdo de qualidade, afinal de contas?” Aí sim começa a ficar quente.

    Na minha visão como profissional SEO há 4 anos é que SEO deve ser tratado com particularidade em cada Nicho de mercado, afinal a própria SERP tem esse comportamento.

    Independente do tipo de conteúdo, seja ele infográfico, vídeo, texto, imagens, e-books, etc…O que vale realmente é ter em mente para quem estamos gerando esse conteúdo? Qual o nicho? Quem vai ler? Quam vai Compartilhar? Que tipo de links estamos prospectando com esses conteúdos? Digo ainda que caberia o uso de personas no planejamento SEO.

    O perfil de Link está sendo analisado? Que tipos de benefícios esse link vai trazer? Um link bom na minha opnião é aquele que tem o poder de gerar tráfego qualificado para o site pois no fim das contas além de relevância para a SERP o que todos querem realmente é ROI e tudo isso está ligado a uma pergunta bem simples que deve ser feito por todo profissional de SEO e até mesmo de marketing “Qual é o objetivo?” Se essa pergunta for respondida, tenham certeza que tudo vai ficar mais claro.

    Um abraço e mais uma vez parabéns pelo artigo.

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