A consistência do conteúdo

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A consistência do conteúdo

A consistência do conteúdo

A relação do redator com a escrita deve ser como a de um casamento que deu certo: o cônjuge é o mesmo ao longo dos anos, mas a própria relação, assim como o casal, muda a cada dia. Para manter a ‘chama acesa’ é preciso acompanhar a roda do tempo, correr atrás das transformações e se adaptar.

Isso, claro, se você deseja manter a relação.

Para muitos redatores, redigir é quase como criar literatura, e para estes um texto só é texto se tem estilo, marca, emoção, impacto. E ponto final. Se um texto não é assim, não é texto.

A questão central, aqui, é que um texto, veículo de uma informação, deve se adaptar a cada mídia, e a mídia digital nunca foi, desde o início, lugar para ‘literatura’ – salvo, óbvio, quando o conteúdo em questão é um livro.

Ano a ano, bem sabemos, o usuário exige cada vez mais objetividade, informação certeira, conteúdo sem rodeios. Consistência, portanto.

O redator que deseja ter sucesso com conteúdo na web precisa entender que a paixão, aqui, deve ser pela própria informação, seja ela texto ou itens listados em uma página. A transformação é esta: entender que a missão de comunicar e persuadir através da palavra continua intacta, mas o mundo mudou, o público também, e a mídia pede que você mude junto. Se o redator conseguir imprimir estilo, marca, emoção e impacto ao texto, é consequência – e prova de experiência. Bingo!

Mas ser consistente, na mídia digital, é antes de mais nada oferecer mais com menos – o que é bem diferente do papo clichê de mesa de chope de que ‘texto na web tem que ser curto’. Nada mais velho, ultrapassado, antigo – o buraco é tremendamente mais embaixo e não tão simples assim.

Como ser consistente, então?

Atenda às exigências de Experiência do Usuário (User Experience)

Criar uma informação para um site é trabalhar para que ela faça parte das ações que garantem ao usuário a melhor experiência possível – as famosas recomendações de User Experience, portanto. Pensar bem a boa Usabilidade de um texto é indispensável, e tornar sua leitura confortável é o ponto de partida.

Para começar,

  • crie tópicos quando a informação for uma lista, não a enumerando em um texto corrido;
  • desmembre o que seria um parágrafo em dois – trabalhe a ideia de chunks, pedaços;
  • grife em negrito a palavra-chave, a expressão-chave ou o trecho-chave de um parágrafo para facilitar a indexação (pelos olhos e o modelo mental).

Estas dicas compõem apenas o capítulo 1 das técnicas de redação utilizando recursos de legibilidade em tela que têm origem no design. Há muito mais, vale procurar.

Atenda às exigências do Google

Precisa explicar o porquê? Você já sabe, e por isso valorizar mais a escolha da palavra certa do que a elaboração de uma bela frase é ponto pacífico: os buscadores só irão encontrar seu texto e indexá-lo corretamente se você ajudar. Pesquise, antes de tudo, se o título do texto é único na web, e se não for, torne-o; cerque o universo semântico do assunto em questão e use e abuse de sinônimos de amplo conhecimento; continue a grifar em negrito os elementos-chave de cada parágrafo – como você pode ver, recurso útil tanto em Usabilidade como para SEO. Recusar-se a se adaptar às exigências do Google pode ser até romântico – algo como ‘resistir, sempre!’ -, mas não ajuda em nada na encontrabilidade do conteúdo. Aliás, a grande maestria em webwriting é conseguir produzir um ótimo texto (com estilo, emoção & cia.) que atenda a maioria dos parâmetros dos buscadores.

Atenda às exigências do que, de fato, é informação

O mais terrível dos enganos é um redator ter certeza de que entende o que é informação – ao achar, por exemplo, que informação é sinônimo de dado. A saber: a um conjunto de dados dá-se o nome de informação, e justamente pela junção de dados que se constrói a contextualização da informação. Não é difícil de entender, só é preciso se dispor a parar e pensar – e não achar que o que se tem a fazer para entender mais sobre informação é apenas escrever.

Além disso, o redator – ou gestor da informação digital, já que informação é mais que texto – deve ter noção de seu papel de ‘agulha’ no processo de elaboração da ‘tapeçaria’ que é o conhecimento, sendo ‘conhecimento’ a junção de informação + informação a partir da necessidade do usuário. ‘Precisa saber disso tudo?’ – sim, precisa.

Atenda a exigências

Regras: é bom ir se acostumando a segui-las. Na busca da consistência do conteúdo são elas a dar as cartas. Sejam de Usabilidade, SEO, Teoria da Informação ou Acessibilidade – ou você não irá se preocupar em tornar a informação acessível aos deficientes visuais e auditivos? -, as regras norteadoras do conteúdo vieram para ficar.

Afinal, o que queremos não é focar no usuário? Em duas décadas de web, já sabemos que esse é o segredo do sucesso. Então, una o conhecimento de regras ao seu talento e siga em frente – sempre sabendo que, ali na esquina, surgirão novas ideias, novas descobertas e, claro, novas regras.

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Para conhecer mais sobre meu trabalho, meus livros, cursos e treinamentos para empresas, visite www.bruno-rodrigues.blog.br; para me seguir no Twitter, sou @brunorodrigues; no Facebook estou em www.facebook.com/brunorodrigues.fb.

Se ainda não conhece, vale a pena checar o padrão brasileiro de redação online que elaborei para o Governo Federal: ‘Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web’. O material é gratuito. [Webinsider]

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Leia também:

Bruno Rodrigues (bruno-rodrigues@uol.com.br) é autor do livro 'Webwriting' e de 'Cartilha de Redação Web', padrão brasileiro de redação online'.

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6 respostas

  1. Excelente artigo Bruno, pois foge dos clichês fáceis dos “gurus” de que texto na web tem que ser curto e ponto final. Parabéns!

  2. Escrevo há muitos anos. Fiz o curso de webwriting com o Bruno Rodrigues. Ótimo!Recomendo a todos!
    Minha maior dificuldade é (como o autor diz):
    “conseguir produzir um ótimo texto (com estilo, emoção & cia.) que atenda a maioria dos parâmetros dos buscadores”. Prinicipalmente no que diz respeito ao estilo do redator. Abraço!

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