As agências de publicidade e os criativos de hoje

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Esse modelo de agência realmente “se foi”, mas o que ficou no lugar?

Trazendo a discussão para a época de lançamento desse vídeo, em 2010 os investimentos em propaganda digital já eram relevantes e crescentes, tínhamos no ar cases épicos que estudamos até hoje e agências se fundiam para lançar seus braços digitais. Todos esses acontecimentos contribuíram para a criação dessa atmosfera apocalíptica.

Sempre fui um militante do modelo digital/social como ferramenta de branding, cujos benefícios podemos ler em qualquer livro, post, media kit ou site de agência. No entanto uma bandeira que nunca carreguei foi a do modelo Highlander de apresentar ao mercado novas formas de fazer propaganda: There can be only one! Não somos nós que ditamos isso, são as pessoas.

Após alguns sóis as agências de Komodo, de uma forma ou outra, aderiram ao formato mirabolante de fazer propaganda, muitos profissionais inseriram a palavra digital – ou social, ou as duas – em seus résumés, alguns até criaram perfis no LinkedIn. E não passou disso.

Síndrome da Era de Ouro

Por uma desvantagem cronológica, as únicas referências que tenho da propaganda nas décadas de 60/70/80 são as que li em livros do Jack Trout e conterrâneos, mais algumas publicações escaneadas, o que assisto em Mad Men e por fim, não menos importante, relatos de quem viveu nesse período.

Ignorando o fato de que eu possa ser vítima da Síndrome da Era de Ouro, a impressão que tenho desse período é que os profissionais pareciam realmente saber o que estavam fazendo. Ou enganavam muito bem.

Estamos em meados de 2012 e os clientes estão tão entusiasmados em fazer parte desse universo quanto o Fry ao comprar seu EyePhone, mas infelizmente a contrapartida da grande maioria das agências digitais não é proporcional a esse entusiasmo.

Pense um instante nas perguntas a seguir e entenda o motivo pelo qual acho esse cenário tão preocupante:

  • Quem é o publicitário ou profissional de marketing dessa nova fornada digital que você admira? Não vale artista ou startup-leader.
  • Que literatura relevante foi publicada desde que as agências de propaganda se foram?
  • Quantas campanhas digitais você consegue enumerar como sendo “divisoras de águas”?

Certamente é uma injustiça comparar mais de 80 anos da propaganda moderna com menos de uma década de propaganda digital, mas precisamos entender que estamos formando uma geração de publicitários que está apenas indo com a corrente.

O acervo intelectual que estamos produzindo está repleto de eventos apenas para self-promotion de palestrantes, debates com temas datados e sem pertinência, projetos inovadores mas sem consistência e livros cujo único objetivo é a venda a curto prazo.

Nós somos os desbravadores do Cenozoico

Demos um passo muito importante quando decidimos abandonar a era Mesozoica e libertar a propaganda, mas precisamos ter consciência que agora a responsabilidade é toda nossa, a responsabilidade de realizar os melhores e mais consistentes trabalhos, de respeitar o consumidor, de não ignorar as transformações e evoluir, de produzir material intelectual relevante para nortear as próximas gerações e, principalmente, a responsabilidade de sermos menos arrogantes.

Somos os novos seres que ocupam as agências de propaganda, que legado nós queremos deixar? [Webinsider]

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Madsen Lima (@madsenlima) é digital strategist na Hanse Ventures, uma incubadora de startups em Hamburg, Alemanha, e mantém o Twenty Weeks.

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