A informalidade no texto publicitário

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A informalidade no texto publicitário

Se você é um redator de publicidade, a boa notícia é que sim, você pode escrever “errado”. E não há limites para “errado“ nesse caso. Quando estiver escrevendo seu anúncio, pode até usar a famosa linguagem criada por internautas brasileiros, o miguxês. Me lembro, por exemplo, de um anúncio do itaú para a iconta em que o título era “Feito pra vc“. Ótimo exemplo da informalidade no texto publicitário.

O poeta pode usar sua “licença poética” quando deseja fazer alguma brincadeira com o português. E nós, redatores, também. No nosso caso, podemos usar a “licença publicitária” (sim, esse é um caso de neologismo) e deixar a norma culta um pouquinho de lado para conversar com nosso target, assim, como quem bate um papo num café, num bar ou na sala de casa.

A verdade é que, num anúncio, o importante não é conjugar os verbos corretamente. O importante é vender. Por isso eu defendo a tese de que o redator publicitário precisa escrever como fala: de maneira simples, amigável e, principalmente, carismática. No anúncio, a ideia é muito mais importante que a norma culta. Escrever difícil fica, portanto, terminantemente proibido. Aliás, “terminantemente” também, junto com todas as palavras com mais de cinco sílabas que quase ninguém sabe o significado.

O objetivo da redação publicitária não é escrever bonito, é fazer amizade. Afinal, você pode até não perceber, mas quanto mais amigo um vendedor é, mais você fica inclinado a comprar. É assim que a sua mente funciona, e a minha também. E é por isso que nós podemos “brincar” à vontade com a nossa tão querida língua portuguesa. É muito mais fácil se tornar amigo de uma pessoa se expressando como ela se expressa.

Quando usada na hora certa, a “licença publicitária” tem o poder de cativar o leitor, aproximando o público/leitor da marca que está anunciando – mesmo com o português errado.

É claro que você, amigo redator, precisa saber gramática, ortografia, acentuação, concordância e muitas outras coisas que o Professor Pasquale faz questão de ensinar. Entretanto, saber escrever errado na hora certa, pode ser uma arma poderosa na arte de persuadir com as palavras. O lema é o seguinte: Informalidade sempre; escrita “certinha”, às vezes. [Webinsider]

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Leia também:

O valor do microcopy: a clareza conquista, a confusão afasta

 

 

Fernando Luz é redator publicitário, escreve no blog Fernandoluz.com e no Twitter @fernandoluz.

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2 respostas

  1. O objetivo da redação publicitária não é escrever bonito, é fazer amizade, resumindo tudo: É VENDER!
    Excelente texto.

  2. Essa informalidade me faz pensar que o texto publicitário não é voltado para mim, visto que não escrevo dessa forma. É tão irritante quanto a “licença” que alguns vendedores acham que têm de me chamar de “amigo”.

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