A perenidade do conteúdo

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Como lidar com a perenidade do conteúdo

O que antes parecia óbvio parece ter se perdido com o tempo.

‘A web é um grande, imenso arquivo’ é uma frase que repito há anos para que alunos e clientes não deixem escapar o maior benefício da gestão de conteúdo no meio digital: a capacidade de armazenamento.

Para os desavisados, a imagem de um ‘grande, imenso arquivo’ pode passar a ideia de um acúmulo desordenado de informações, um ambiente onde o usuário se perde soterrado por milhões de dados.

Ledo engano: o que mais se faz há quase duas décadas é criar mecanismos, ferramentas, metodologias e caminhos para que a busca da informação digital seja a mais fácil, tranquila e rápida possível – e para isso há um esforço histórico de organização e indexação do conteúdo.

Foi uma conquista e tanto. Hoje, já se lida com o conteúdo de sites de portais com conhecimento de causa, trabalhando a informação como se ‘brinca’ com massinha de modelar: esticando, puxando, alterando, acrescentando, mas sem nunca perder a consistência ou a capacidade de comunicação.

Em sites e portais a informação permanece, ‘fica’, como não acontece em nenhum outro veículo ou mídia. Contudo, é preciso entender que a informação publicada – o conteúdo ‘antigo’ – é precioso e rentável, mas que é preciso dedicação para tirar a informação de ontem do ‘porão’ e mesclá-la ao conteúdo geral do site. Vale o esforço, mas desde que três regras sejam seguidas à risca:

Atualize

Só é útil o que é atual, mas nem por isso precisamos abandonar o que é antigo, como se fosse impossível ‘polir’ o conteúdo. Há informações que são extremamente pontuais; estas, sim, são mais difíceis de ser aproveitadas como informação de primeiro nível, mas podem e devem ser indicadas como complemento (inclua-as em itens de ‘veja também’).

Ainda estas, contudo, podem ser transformadas em conteúdo atemporal – uma notícia sobre o lançamento de um relatório anual pode ser editada, conservando o trecho em que é explicada a importância de um documento de tal calibre, por exemplo.

Quanto às outras, é bem mais fácil: uma página sobre um produto deve agregar, ao longo do tempo, novas informações além daquelas que foram incluídas no momento da publicação, como opiniões sobre o produto dadas por compradores, avaliações feitas por veículos especializados e novas fotos e vídeos que tenham sido produzidos posteriormente – tudo para criar um valor ainda maior para um conteúdo que seria antigo se não fosse retrabalhado e renovado.

Agrupe

Trabalhar o todo pelas partes é o caminho a seguir para construir um conteúdo consistente. Para isso, agregue informações complementares para criar um conjunto mais relevante e, portanto, com possibilidade de se tornar bastante visitado – e, quem sabe, rentável.

Já é tradição: veículos noticiosos do mundo inteiro associam fatos que se apresentam inicialmente tímidos a seus desdobramentos, criando uma ‘linha do tempo’ invisível, que valoriza as informações.

Outro exemplo: o aprimoramento de um serviço, apresentado em uma página, passa a ser ainda mais significativo se as características anteriores – e já ultrapassadas – são associadas ao conteúdo atual. A ideia é valorizar uma informação ‘puxando’ outras anteriores.

Contextualize

Grande parte dos conteúdos possui informações ‘primas’. Diferentemente daquelas que vieram antes e que se desdobraram no conteúdo que estamos trabalhando, e também das que surgem a partir de nossas informações, as informações ‘primas’ nos ajudam a contextualizar o leitor.

Sua loja online está lançando um aparelho de blu-ray 3D de última geração? Mas será que todos os visitantes do site já sabem a diferença da qualidade de som e imagem de um aparelho de DVD para um blu-ray? E a experiência em 3D, vale o preço? É incômodo?

Estas são informações periféricas que podem servir não apenas para este exemplo, mas para vários em um site ou portal. As ‘informações primas’ situam o usuário, fazem com que ele perceba que o conteúdo acessado está inserido em um universo mais amplo, porém estruturado e voltado para a total compreensão do visitante.

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A informação digital existe para viver para sempre – mas ela precisa ser manipulada por profissionais que entendam do riscado e acreditem em seu potencial. O grande beneficiário será, sempre, o usuário. Acredite!

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Para conhecer mais sobre meu trabalho, visite www.bruno-rodrigues.blog.br; para me seguir no Twitter, sou @brunorodrigues; no Facebook estou em www.facebook.com/brunorodrigues.fb.

Se ainda não conhece, vale a pena checar o padrão brasileiro de redação online que elaborei para o Governo Federal: ‘Padrões Brasil e-Gov: Cartilha de Redação Web’. O material é gratuito.

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[Webinsider]

Leia também:

Bruno Rodrigues (bruno-rodrigues@uol.com.br) é autor do livro 'Webwriting' e de 'Cartilha de Redação Web', padrão brasileiro de redação online'.

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