Cinavia, proteção injusta para o usuário

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Através das últimas décadas a distribuição e a venda de conteúdo áudio visual digital têm sido feitas com o acompanhamento de diversos métodos de proteção contra cópia. O argumento do emprego de proteção invade o direito de se fazer cópias domésticas e reside na insistência de que o usuário final não é o dono do conteúdo e sim do meio de transporte que ele utiliza. Assim, se uma pessoa compra um DVD, por exemplo, ela é dona do disco e não do filme ou show gravados lá dentro. Mesmo que o argumento estivesse correto, o usuário que gasta o seu dinheiro para comprar a mídia se sente no direito de usá-la para ver o conteúdo onde quiser, e aí a briga entre estúdios e usuários começou, com os primeiros sempre no ataque e os últimos sempre na defesa, e parece que não vai ter fim.

Trata-se sim de uma guerra sem vencedor, e ela é equivocada, por parte da indústria estabelecida, que não consegue ou não quer enxergar a diferença entre o usuário final comum e o pirata industrializado, aquele mesmo que duplica e ganha dinheiro com a mídia distribuída ilegalmente, da qual ele não detém os direitos autorais.

Com base no direito justo de uso, conhecido como “fair use”, rotulado pela justiça americana, uma indústria paralela, fora do território norte-americano, vem lutando, com o emprego da engenharia reversa, contra mecanismos de proteção com pleno potencial para prejudicar o investimento do usuário final. E pela Internet afora, grupos de usuários avançados, crackers e afins, têm feito o mesmo, sem, aparentemente, tirar algum proveito financeiro disto, pelo menos não que sejam visíveis a terceiros.

Como em toda guerra existem excessos incontroláveis, aqui também os excessos e abusos existem, e quando isto ocorre os efeitos colaterais começam a serem sentidos.

Um destes abusos é o método anti-cópia chamado de Cinavia, desenvolvido anos atrás, e em uso desde 2010 em mídias de vídeo como DVD e Blu-Ray. Existem relatos de que o primeiro Blu-Ray no qual a existência do método é constatada foi a do lançamento do filme “The Losers” (“Os Perdedores”, no Brasil), em julho de 2010.

De lá para cá, o Cinavia aparece em títulos isolados, mas o seu reforço como método de proteção de conteúdo começou a pressionar os fabricantes de leitores de mesa (os “players”), para que o método tenha sucesso. O resultado foi que a AACS-LA, órgão administrador dos direitos de licenciamento para o uso de conteúdo digital, determinou que todo leitor de Blu-Ray fabricado após fevereiro de 2012 só seria beneficiado com a licença da AACS caso obedecesse ao método.

 Como funciona

O código Cinavia é escrito, ainda em ambiente analógico, em uma ou mais das trilhas de áudio, na forma de informações embebidas por esteganografia, isto é, escondidas de tal maneira que somente quem manda e quem recebe tomam conhecimento do conteúdo. O código é espalhado em marcas d’água em múltiplas camadas. Depois da trilha de áudio ser digitalizada, as informações do Cinavia são repassadas a todas as cópias, mesmo que o conteúdo seja reprocessado (reconvertido) pelo usuário. Por causa disso, essencialmente o Cinavia é um vírus digital, daí ser reconhecido por alguns usuários como objeto infectante, que de fato o é!

Para o Cinavia funcionar corretamente, é preciso que a mídia e o aparelho leitor estejam infectados com o seu código e algoritmos de detecção, respectivamente. Se, por acaso, a infecção estiver contida em apenas uma das trilhas sonoras do disco, e o usuário escolher outra para reproduzir, o efeito de detecção do vírus não será percebido. Se, por outro lado, o aparelho de reprodução não estiver preparado para detectar o código Cinavia, a reprodução do conteúdo continua sem problemas.

A detecção ocorre quando o Cinavia do reprodutor não reconhece a chave AACS contida na mídia, uma vez tendo decodificado a marca d’água junto com a trilha de áudio infectada. Programas que removem esta chave tornam a mídia automaticamente desprotegida e, portanto, passíveis de serem detectadas pelo player com Cinavia.

Quando uma operação proibida é detectada, o sistema interrompe a saída de áudio ou para completamente a reprodução, exibindo uma das seguintes mensagens de erro:

1. Reprodução interrompida. O conteúdo reproduzido é protegido por Cinavia e não está autorizado para reprodução neste equipamento. Código de mensagem 1.

2. Cópia interrompida. O conteúdo sendo copiado é protegido por Cinavia e não é autorizado para cópia neste equipamento. Código de mensagem 2.

3. Saída de áudio temporariamente emudecida. Não ajuste o volume de reprodução. O conteúdo em reprodução é protegido por Cinavia e não está autorizado para reprodução neste equipamento. Código de mensagem 3.

4. Cópia interrompida. O conteúdo é protegido por Cinavia e não é autorizado para cópia neste aparelho.

Tem sido constatado, inclusive pelas software-houses que escrevem programas de retirada de proteção, que o bloqueio contra a cópia é raro, provavelmente devido ao uso de equipamentos de cópia sem Cinavia lá dentro. E assim, a cópia ou a conversão de formato são feitas e a reprodução bloqueada subsequentemente. Isto explica a maior incidência das mensagens dos tipos 1 e 3 nas telas.

Todas as mensagens de erro “orientam” o usuário a procurar o site da Cinavia para explicações, mas duvido muito que alguém vá usar o mesmo para tomar satisfação com a empresa.

Para que este esquema não atrapalhe a reprodução normal do conteúdo, é preciso que tanto a mídia quanto o equipamento leitor obedeçam aos algoritmos do Cinavia. Se uma cópia do original em outro formato for introduzida, o equipamento leitor consegue detectar a infecção e interromper a reprodução. Se, em contrapartida, o equipamento leitor não tiver a detecção do Cinavia implementada, a reprodução da cópia continuará normalmente, o que explica porque o método de proteção tem sido empurrado na fabricação de aparelhos recentes.

E para “resolver” a situação em aparelhos leitores mais antigos (pré-fevereiro de 2012), é preciso fazer uma atualização do firmware. Acontece que um grande número de modelos já pararam de atualizar firmware faz algum tempo, e naqueles nos quais o usuário se sentir prejudicado, ele certamente evitará a atualização com todas as suas forças. O problema é que, a maioria dos aparelhos de mesa no mercado não permite “downgrade”, isto é, voltar a atualização para trás, e assim uma vez infectado, não há mais nada que possa ser feito neste sentido.

Como o bloqueio pretendido é principalmente contra a reprodução da cópia de conteúdo e não do processo de cópia propriamente dito, gigantes do fair use como a Slysoft, por exemplo, têm preferido atacar o problema de outra maneira. Até porque está cada vez mais claro que nem a empresa nem seus concorrentes têm, até agora, a vacina contra o Cinavia.

No caso específico da Slysoft, a empresa tem anunciado que estará disponibilizando um player chamado Slyce, que deverá tomar conta da reprodução da cópia infectada. Atualmente, os principais players de computador sofreram a mesma pressão de atualizar as suas versões com a detecção do código infectante. Isto, segundo uma fonte de suporte a quem eu contatei recentemente, tem sido um problema a ser enfrentado pelos desenvolvedores de programas, que precisam adaptar seus players e ao mesmo tempo contemporizar as sequelas com todos os seus clientes.

A verdade é que nem a Slysoft, mesmo com seus habilidosos engenheiros, sabe ainda qual será a solução para erradicar o Cinavia, que foi previsto para atualização constante. Há algum tempo, pensava-se que se poderia transcodificar o áudio infectado para PCM, remover só a parte infectada e recodificar para o codec original de volta. Não é tarefa fácil!

Outra empresa que parece ter se deparado com uma maneira de sacar o código Cinavia fora das cópias foi a Pixbyte. Seu programa DVD-Ranger anuncia a novidade desde o final do ano passado, mas até agora sem a previsão de quando isto será um recurso concreto do programa.

Uma lista parcial de discos e reprodutores afetados pode ser encontrada nesta página. Não sei ainda se existe outra lista mais atualizada.

O Cinavia afeta também players de computador, mas existem alternativas

Quem acha que vai se livrar do Cinavia usando um HTPC (computador para uso em home theater), deve estar atento ao software usado para a reprodução. Praticamente todos os principais players comerciais instalaram uma atualização para Cinavia.

É possível instalar programas gratuitos e players alternativos, mas uma parafernália de filtros e utilitários que precisam ser individualmente instalados e configurados juntos certamente desestimulará o usuário casual ou aquele que, embora embasado, não vai querer perder tempo com este tipo de instalação.

Uma combinação que funciona razoavelmente bem, resguardadas algumas limitações de menus de discos, é a da última versão do VLC (32 ou 64 bits). A versão atual pode inclusive rodar Blu-Ray, desde que rodando junto com o AnyDVD HD. Sem este último, o programa rodará Blu-Ray somente com a inclusão de arquivos em pontos estratégicos, mas não há garantia de atualização dos mesmos, a não ser manualmente. O VLC é um projeto de software aberto. Seus proponentes acenam com uma nova versão, que promete rodar um Blu-Ray com os mesmos recursos que os players comerciais. Atualmente, o programa luta contra a falta de limitação na parte de vídeo e de execução de rotinas BD-Java.

Outra possibilidade em software aberto, desta vez para streaming, é o XBMC. Segundo seus proponentes, o programa roda em um desktop, e trabalha como servidor capaz de reproduzir mídia e até discos CD e DVD.

Quem sai prejudicado e não é pirata

Existem situações banais, nas quais o usuário se sente no direito de usar a mídia que ele compra, para fazer uma cópia para o seu uso pessoal. Uma delas, por exemplo, é aquela situação na qual a pessoa compra um filme, vai tocar no seu home theater, e para chegar ao conteúdo é obrigado a passar por trailers, telas do FBI, propaganda, menus chatos, configurações, etc. A solução é levar o disco ao computador, tirar esta tralha toda, e isolar o filme na forma de um arquivo que o seu reprodutor de mídia ou TV reproduzem diretamente a partir de um pen-drive ou similar.

Em outros casos, o usuário faz o mesmo, não por causa dos trailers ou anúncios, mas porque ele vai, digamos, viajar, carregando o seu notebook com ele, e deseja levar cópias dos seus filmes ou shows favoritos. Caramba, a última vez que eu estive em um simpósio internacional, o que eu vi de participantes sentados no auditório, procurando uma tomada para usar seus notebooks ou congêneres, não está escrito no gibi.

Segundo a lei americana amparada no DRM, a cópia de conteúdo protegido é ilegal sob qualquer circunstância, e ponto. Nenhum destes usuários citados acima, entretanto, seria, ipso facto, um pirata per se! Para serem piratas eles teriam que ter roubado a mídia que consomem, em primeiro lugar. E em segundo, duplicá-las com o objetivo de ganhar dinheiro.

Soluções temporárias para a reprodução externa

Se o usuário tem hábito de copiar mídias que ele compra, para prolongar o seu uso pessoal, e não quer se aborrecer com o Cinavia, existem formas de contornar o problema que a infecção provoca:

Uma delas é usar um equipamento de reprodução de mídia (os “media players”), ao invés de um reprodutor convencional de mesa, ou então um modelo deste último cujo firmware ainda não tenha sido infectado. Os media players têm a desvantagem de não estarem habilitados para tocar mídia comercial, mas esta desvantagem se torna uma vantagem neste caso, por não serem obrigados a obedecer as normas da AACS. Além disto, muitos media players são capazes de reproduzir arquivos ISO, derivados de discos comerciais. Dependendo do disco fonte, programas gratuitos de excelente qualidade, como o ImgBurn, fazem isto com facilidade.

Para usar um media player, e em se tratando principalmente de conteúdo de alta definição, é recomendável transcodificar o disco DVD ou Blu-Ray infectado ou não, para um formato de container com boa portabilidade como o MKV ou similar, que tenha compatibilidade com o media player. Para o MKV, existe um software gratuito e atualizável chamado MakeMKV, que resolve este tipo de conversão. Na área de softwares pagos, o mercado tem várias opções, e é só tomar cuidado de não se embarcar em canoa furada.

 Utilidade pública

Não tendo nenhum disco protegido por Cinavia, eu recorri ao serviço de aluguel que eu conheço e com eles consegui cópias de “O Turista” e “Salt”, ambos edições da Sony/Columbia, sendo que o primeiro deles tem o logo da Cinavia na contracapa e o outro não:

 

O Turista:

Salt:

   

 

Para simular uma situação real de detecção, eu rodei ambos os discos no meu computador de referência, debaixo do AnyDVD HD, versão 7.1.5.0, usando o Nero Blu-Ray player, versão 12. O AnyDVD HD retira as proteções de cópia dos discos CD, DVD e Blu-Ray. Assim, o Nero player detecta o Cinavia, após cerca de pelo menos uns 10 a 20 min de rolagem contínua, e exibe uma mensagem no canto superior direito da tela:

Os resultados foram os mesmos com ambos os discos. A tabela a seguir ilustra o resumo destas observações:

 

Condições de reprodução:

Programa (Player):

Detecção do Cinavia:

Disco original + AnyDVD HD

Nero Blu-Ray Player

Som mudo, código 3

Disco original

Nero Blu-Ray Player

Sem detecção

Disco original + AnyDVD HD

Aiseesoft Blu-Ray Player, versão 6.1.16

Sem detecção

Disco original + AnyDVD HD (obrigatório)

VLC Player, versão 2.0.5 Twoflower

Sem detecção

ISO com proteção (AnyDVD HD obrigatório)

Nero Blu-Ray Player

Som mudo, código 3

ISO sem proteção + AnyDVD HD

Nero Blu-Ray Player

Sem detecção

ISO (ImgBurn) + AnyDVD HD

Nero Blu-Ray Player

Som mudo, código 3

Qualquer ISO

Aiseesoft Blu-Ray Player, versão 6.1.16

Sem detecção

H.264 HD (avi)

Nero Blu-Ray Player

Sem detecção

 

Comentários: O AnyDVD é um utilitário que foi originalmente desenvolvido para resolver o problema dos drives de DVD-ROM com bloqueio de região RPC-2. Ele não é necessário para a reprodução de Blu-Rays, a não ser que se deseje a reprodução de discos de outras regiões, como a B, por exemplo, sem precisar mexer no sistema. Mas, aí é preciso atualizá-lo para a versão HD, que também tem a função de desbloquear o disco original para cópia em mídia física (BD-RE).

O processo de cópia integral de conteúdo do disco para o disco rígido (“ripping”) pode ser feito por programas autônomos, independente do AnyDVD HD. Para os testes descritos acima, eu usei o AnyDVD HD junto com o ImgBurn, e o AnyDVD HD sozinho, em ambos os casos para obter um ISO. Para transformação do disco original em formato de arquivo ISO o AnyDVD HD permite a obtenção de cópia (“ripping”) com ou sem proteção (default). Se a cópia for protegida, o arquivo só poderá ser reproduzido no computador com o AnyDVD HD rodando no background, e neste caso o bloqueio do Cinavia é detectado. Curiosamente, a cópia sem proteção funciona normalmente com o player da Nero, e não deveria, já que a chave AACS é removida.

Note que, para a reprodução do arquivo ISO é preciso montá-lo em um disco, em drive adequado. Para evitar usar mídia física, o processo pode ser feito em drive virtual, através do programa Virtual Clone Drive (gratuito), que foi aquele usado nos testes descritos acima. Depois de montado, o arquivo aparece e roda como um disco dentro de um drive de leitura, podendo ser reproduzido no computador por qualquer player.

Reprodução de discos Blu-Ray em um computador pessoal

A reprodução integral (incluindo menus e extras) de discos Blu-Ray em um computador exige a presença de programas capazes de ler as chaves AACS que autorizam a sua reprodução. Esta chave está gravada no disco vendido nas lojas. Os programas comerciais para tocar Blu-Ray em computadores pessoais possuem a licença da AACS e os algoritmos necessários para ler a chave e iniciar a reprodução do disco.

Existem vários programas comerciais, como o da Aiseesoft, que eu usei para os testes, e que criam o seu próprio menu, não lêm BD-Java, mas rodam o conteúdo principal sem limitações. Este tipo de programa é incapaz de detectar o Cinavia na mídia copiada, segundo indicaram os meus resultados.

Outros programas, como o VLC Player, só podem rodar discos sem chave, ou seja, discos não comerciais. O AnyDVD HD retira a chave “on the fly” (em tempo real, se quiserem), e assim o disco comercial toca neste player sem este tipo de empecilho.

Para conversão do filme em H.264 HD, eu usei o programa Aiseesoft Blu-Ray Ripper, versão 6.2.38, que trabalha sem precisar do AnyDVD HD. Nesta cópia, a trilha DTS HD MA 5.1 foi transcodificada em AAC 2.0. Qualquer player capaz de ler o H.264 HD tocará o arquivo sem esforço.

 Cuidados com o PS3:

O PS3 foi o aparelho mais afetado pelo Cinavia, entre todos os reprodutores de Blu-Ray e DVD disponíveis no mercado, e atingiu em cheio um enorme segmento de consumidores que se valeram dele quando outras marcas e modelos eram bem mais caros. Existem relatórios na Internet, que indicam que os modelos de PS3 são afetados (infectados) a partir do firmware versão 3.10.

Existem soluções sendo vendidas on-line que chegam a ser acusadas de fraude, ou que, apesar de serem ferramentas gratuitas, implicam em alterar o firmware original do aparelho, um procedimento potencialmente perigoso, principalmente em se tratando de usuários com pouca ou nenhuma experiência em informática.

O fato é que não existem documentações suficientes para provar que o Cinavia possa ser “hackeado” ou “debuggado” do aparelho. Isto na prática quer dizer que procedimentos que impliquem em alteração do equipamento podem potencialmente torná-los inoperantes.

Uma prática abusiva e condenável

Enquanto o Cinavia estava restrito aos meios de distribuição de conteúdo em redes de transmissão onde existe o perigo de copiagem e duplicação clandestina, como nas redes de salas de exibição que recebem filmes direto da Internet, jamais se poderia condenar a prática do estúdio em inseri-lo nas trilhas de áudio, mesmo que não se concordasse com isto.

Porém, o código usado no Cinavia é virótico e se espalha na mídia legitimamente adquirida e, mais grave ainda, no equipamento do consumidor. Em nenhum dos dois casos, seus proponentes poderiam ter tido o direito de fazer isto impunemente, mesmo com a legislação a seu lado.

O conceito de vírus de computador é muito claro: é um arquivo que contém um algoritmo que modifica partes ou totalidades de um sistema operacional ou programas, e se propaga, sem controle do usuário, para outros sistemas ou programas, com o mesmo efeito.

Trata-se de um contrassenso as pessoas pagarem para não terem os seus computadores pessoais e afins infectados por software malicioso e depois pagarem por software (o disco DVD e o Blu-Ray se encaixam nesta categoria) contendo um vírus do qual ele não pode se livrar.

No meu entendimento, a prática de inserir vírus é condenável, mesmo que grupos de pessoas não sejam afetados. Ela já aconteceu no antigo caso do rootkit da Sony, que contaminou CDs e que acabou instalado nas máquinas dos usuários, fato que obrigou a Sony a disponibilizar um desinstalador do mesmo.

Existem hoje aqueles usuários cujos blogs veem com pessimismo a evolução do Blu-Ray como mídia de consumo, e enxergam no Cinavia mais um fator que está ajudando a enterrar de vez o formato. E todos têm razão: a mídia continua cara, apesar dos reprodutores terem caído de preço, e o preço pago pela intromissão do Cinavia vai direto para o bolso do consumidor.

Em última análise, culpar o consumidor final, ameaçá-lo com processos, multas e prisão, ainda que fora do território norte-americano, jamais tornará qualquer mídia digital palatável. E se a indústria de cinema ainda não consegue enxergar tudo isto, manda o bom senso que eles troquem imediatamente de oculista!

Há uma década atrás, um professor da Universidade de Princeton juntou-se a um colega de departamento e retirou quatro tipos de marcas d’água em trilhas de áudio, desenvolvidos pela Verance, a mesma que desenvolveu o Cinavia. O trabalho foi publicado, mas, segundo se comenta, o autor ameaçado com processo se continuasse a comentar sobre a eliminação conseguida. Na conclusão do trabalho, os autores argumentam sobre a possibilidade de que o processo de retirada de alguma dessas marcas d’água poderia resultar em distorção de áudio da trilha original. Testes posteriores, aparentemente, não foram feitos.

A lição histórica que isto nos indica é a de que, em algum momento desta brincadeira de gato e rato, algoritmos de proteção poderosos poderão ser desencriptados e/ou removidos. O ideal seria que esta paranoia de DRM parasse de vez ou não afetasse o consumidor doméstico em nenhum nível. Infelizmente, quem detém o poder da mídia não pensa assim, e por conta disto, a história promete outros capítulos da novela, sem final feliz!

Post Scriptum:

Saiu agora há pouco a primeira versão 7.1.6.0 do AnyDVD HD com possibilidade de impedir a detecção do Cinavia por players de computador. A opção está sem marca no programa (ver na figura abaixo a última linha), o usuário habilita se quiser:

[Webinsider]

…………………………

Leia também:

http://br74.teste.website/~webins22/2017/03/24/filme-miles-ahead-e-uma-homenagem-miles-davis/

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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37 respostas

  1. Para todos que tem esse problema recomendo baixar no PC o app Universal Media Server, ele é bom para usar pois ele se conecta na tv e exibe os filmes através do aplicativo normalmente sem nenhuma interferência no áudio ou video

  2. A grande questao, pelo jeito, sao os “home-theaters”…

    Para quem gosta de ver filmes com um bom sistema de audio tera problemas…

    Ainda que se instale todos os programas para burlar o virus, sera preciso uma boa placa de audio no computador, bem como um sistema com apenas os alto-falantes pois se passar por um receiver, bastante provavel que este estara com o virus…

    Complicado mesmo isso…

    Sera que dessa vez fizeram algo realmente inteligente e “incuravel”?

    1. Meu caro, a derrubada no computador já é alguma coisa. Existem pilhas de recursos para uso de um micro em home theater, inclusive quanto à reprodução do som de alta resolução, basta que você tenha um programa player adequado.

  3. Olá
    Infelizmente meu dvd player está contaminado por essa praga, pois apareceu a mensagem de código 3. Não sei dizer exatamente como aconteceu. Fiquei agora super preocupada! Irá contaminar dvds originais? Que atitude devo tomar?

    1. Olá, Jô,

      O Cinavia é fruto da interação entre o disco contendo a proteção e o aparelho que a detecta, como explicado com detalhes no texto.

      O seu aparelho não pode passar o Cinavia para nenhum outro disco da sua coleção. O código está gravado no disco fonte apenas, e só será detectado na forma de uma cópia. Discos originais contendo Cinávia tocam em qualquer aparelho sem travamento ou código na tela. Verifique se o disco no qual você detectou o erro é original ou não.

      1. Entendi, Paulo. Obrigada!
        Mas concordo totalmente com seu texto, realmente o Cinavia é uma proteção injusta para o usuário. Detestei isso 🙁

        1. Na época em que eu escrevi este texto a Slysoft ainda estava ativa, mas eles depois sofreram uma enorme carga da MPAA (entenda-se Hollywood), que é o órgão que dá apoio a este tipo de patifaria.

          A Slysoft acabou fechando, e uma outra empresa, de nome Redfox, de outro país, assumiu, com alguns dos ex-funcionários da Slysoft, os quais continuaram a desenvolver a ferramenta.

          Sorte por um lado, azar pelo outro, porque quem tinha uma chave permanente não pode mais atualizar para as novas versões do AnyDVD (eu tive que comprar uma nova), mas por outro lado eles descobriram métodos para permitir a reprodução de qualquer mídia com Cinavia em qualquer player usado em computadores.

          Então, continua sendo uma brincadeira de gato e rato que não termina. E eu estou no grupo daqueles que irão protestar contra qualquer arbitrariedade feita contra o consumidor, não importa por qual motivo.

  4. Olá, Yan,

    Se o player usado para reproduzir o disco infectado não tiver detecção prevista para Cinavia a reprodução ocorrerá normalmente.

    Equipamentos fabricados sem detecção para Cinavia dificilmente terão atualização para incluir o recurso de detecção.

    A possibilidade de voltar o firmware para trás depende do design do reprodutor. Eu não lhe aconselharia a tentar fazer isso, a não ser que o fabricante lhe autorize, porque em muitos casos a instalação de uma versão de software anterior à atual pode tornar o equipamento inoperante.

    O reset de qualquer equipamento não modifica nem reverte a versão do firmware interno. Este é instalado em uma EPROM, que não apaga com o reset, cujo objetivo é o de apenas limpar a memória e/ou restaurar configurações de fábrica.

  5. Olá, se meu HT não tiver Cinavia, nunca terei problemas certo?? Caso tenha atualizado o firmware pra uma versao mais atual que tenha o cinavia, tem como retornar pra uma versão antiga (sem cinavia)? Sabe se aquele “reset” no HT que retorna as configuracoes pro padrao de fabrica, tbm retorna pra versao mais antiga o firmware?

    1. Oi, Dennis,

      Eu avisei nos comentários que a versão 7.1.6.0 tinha problemas. O AnyDVD HD liberou depois a reprodução para todos os players com menu, e não lhe custa nada entrar no site e atualizar. A versão deste momento é a 7.6.4.0.

      Para a cópia não vai funcionar se o disco estiver com Cinavia. A não ser que eles tenham feito alguma modificação de que eu não tenha ciência. Na época em que eu fiz esses testes eu queimei uma mídia com um filme protegido. O disco continuou protegido.

      Existe uma software house que diz que consegue remover o Cinavia e copiar para um disco limpo: http://www.cinexhd.com/cinex-hd-utility/, mas eu não testei e não posso afirmar se funciona ou não.

  6. Olá, Henrique,

    A detecção do Cinavia é feita dentro do player. Até agora, que eu saiba, continua do mesmo jeito, e não há porque mudar, já que a TV é um mero reprodutor de conteúdo.

    Qualquer proteção contra reprodução vem da mídia (Netflix, por exemplo), mas aí a TV precisa ter o aplicativo que permite ao usuário assistir o conteúdo, ele só não poderá gravar em outra mídia.

    Uma solução para quem não quer converter é usar um microcomputador do tipo notebook com Anydvd HD e saída HDMI. Este utilitário já resolveu o bloqueio de reprodução nos principais programas que rodam um disco Blu-Ray com todos os menus. Se existem outros programas eu não saberia lhe dizer, mas este eu posso atestar que funciona.

  7. Caro dr Paulo, excelente e esclarecedor artigo, muito obrigado. Sofro com esse problema com meu blu ray samsung e nao quero passar com a tv que pretendo adquirir. Tenho uma pergunta, caso possa responder: tvs já começaram a vir com essa proteção cinavia quando reproduzido conteúdo diretamente pela entrada usb? Estou para comprar o modelo j6300 da samsung e fico na dúvida se sofreria desse mal. Muito obrigado, abraço

  8. Olá, Sylvio,

    Gentileza sua postar este comentário, ao qual eu lhe agradeço, esperando contar com a sua leitura para as próximas colunas.

  9. Prezado Sr Prof Dr Paulo R. Elias, gostaria de agradecer-lhe por essa aula sobre a “proteção” Cinavia. Vale destacar à excelente didática empregada para compartilhar seu vasto conhecimento sobre áudio e vídeo. estou atento às suas matérias no blog.
    Sylvio Petrônio.

  10. Olá, Thânia,

    Isto aconteceu porque quem postou infringiu direitos autorais do proprietário do conteúdo (RAI) reservados por algum instrumento jurídico que a emissora lançou mão para bloquear o conteúdo.

    Eu concordo contigo que é um negócio idiota, porque a RAI aumentaria o seu escopo de atenção junto ao público, sem de fato constituir um ato de pirataria.

    Infelizmente a coisa vai piorar com os conteúdos em 4K, e sobre isso eu até já preparei uma coluna que está neste momento na pauta do Webinsider.

    Eu já vi este tipo de bloqueio no YouTube e até hoje não entendi porque eles deixam o link no site com a mensagem, qual é o objetivo disso, se eles querem que você saiba sobre a proibição ou se é algo intimidatório para potenciais postadores de vídeo ou áudio, da autoria de terceiros.

    Muitas empresas não se importam em ver trailers ou clipes divulgados no YouTube, que são igualmente protegidos por direitos autorais. E o próprio YouTube tem diretivas de como postar o link para este tipo de conteúdo em outros sites.

    Eu sugiro você contactar a RAI e perguntar se este vídeo está disponível para venda, em algum tipo de mídia. Mas, eu acredito que, se estiver, você seria obrigada a importar.

  11. Bom dia Paulo Roberto!

    Estou muito triste porque não posso mais assistir a um vídeo do cantor italiano Gianni Morandi cantando a Música Il Mondo Cambiera’, apresentado em um festival. Quando clico no vídeo aparece essa informação: “Este vídeo apresenta conteúdo de Rai, que o bloqueou com base nos direitos autorais”. Por que colocam no YouTube se depois fazem isso para que não vejamos o vídeo do cantor? Como faço para conseguir esse vídeo? Fico no aguardo se você puder me ajudar.

  12. Olá, Rafael,

    Neste momento, somente a SlySoft e possivelmente outras software houses semelhantes estão atentas contra o infame Cinavia. Na versão atual do AnyDVD HD praticamente todos os players para PC conseguem tocar arquivos ou discos com Cinavia sem empecilho e eu testei isso com a última versão do Nero Blu-Ray player.

    O que está faltando, a meu ver, é a eliminação completa do Cinavia no processo de cópia, e aí sim o usuário terá a liberdade de fazer backup dos seus discos sem se preocupar com a restrição dentro do aparelho reprodutor.

    Infelizmente, a tendência do mercado é a mais restritiva possível. Muitos dos reprodutores de mesa sequer passam sinal 1080i por vídeo componente, e em muitos deles nem saída video componente tem mais.

  13. Pois bem deu para ver que voce e um expert nessa area e aprecio os esclarecimentos dados!!! agora vamos la se o arquivo esta infectado e o aparelho tambem entao roda,se o arquivo esta infectado e o aparelho nao entao roda,se o arquivo nao esta infectado e o aparelho esta entao nao roda… a conclusao nao seria que criassem um programa para inserir cinavia nos arquivos que temos em casa,bom antes de mais nada nao sou programador nao sei como funciona mas poderia ser uma solucao nao e Paulo Roberto… obrigado pela paciencia em ler esse texto sei la o que utopico, obrigado de qualquer maneira, ah tambem a minha preguiça em escrever valeu………….

  14. CORREÇÃO 3.0:

    O DRM, CINAVIA, MACROVISION e outras tecnologias restritivas estão presentes na radiodifusão (TV Aberta Digital e Rádio Digital).

    As leis de telecomunicações (L4117 Art. 6º, letra d) (D52026 Art. 6º num 26), leis de radiodifusão (D52795 Art. 1º), leis da TV Digital (D4901 Art. 1º num. I) (D5820 Art. 4o), a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Art. 155 § 2.º num X letra d, são muito claras:
    RADIODIFUSÃO é livre, direta, com finalidade educativa [isso mesmo, na TV Aberta os apresentadores, os jornalistas e até mesmo a publicidade são educadores (L4117 Art. 38 letra d) (D52795 Art. 3, Art. 28 num 11). A questão é: Eles educam ou deseducam a população?] e cultural, informativa e com a TV Digital adiciona-se a finalidade de inclusão digital e democratização da informação (ou seja poder gravar, arquivar, compartilhar, assistir onde e como quiser, etc).

    Sem contar leis e/ou pactos internacionais que garantem aos cidadãos de todo o mundo, o direito a liberdade de expressão (Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, ARTIGO 19) e/ou (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, Artigo XIX), liberdade esta que inclui o direito de poder copiar, arquivar e compartilhar.

    Isto senhores, é Brasil, o país da impunidade, o país de autoridades omissas.

    VOTEM NA CIDADANIA:
    Regulamentar a Radiodifusão (TV aberta digital e rádio digital), proibir tecnologias restritivas (DRM)
    https://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=28501

    Regulamentar a Radiodifusão (TV ABERTA DIGITAL E RADIO DIGITAL), proibir publicidade fora do intervalo comercial
    https://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=28781

    Observações:
    Não desista por causa das pegadinhas do governo.
    1 – PEGADINHA DO GOVERNO: ao acessar o site para apoiar a ideia de lei no site do senado, será alertado caso esteja usando o firefox, de que “conexão não é confiável” isso é comum em qualquer site do governo direcionado à conscientização, reclamação ou denúncia do cidadão, eles sempre usam um certificado de segurança inválido para a conexão. Não desista, no Firefox clique em “entendo os riscos” e depois em “adicionar excessão”, uma janela se abrirá (opcional: desmarcar “salvar esta exceção permanentemente”) então clique em “confirmar exceção de segurança”.
    2 – Leia sobre a ideia legislativa.
    3 – Para apoiar a ideia entre com seu nome, email e o código de validação na parte inferior da tela.
    4 – PEGADINHA DO GOVERNO: mesmo digitando o código de validação corretamente, será acusado na parte superior da tela (e não embaixo onde você está digitando) um erro no código de validação entrado. Entre novamente com seu nome, email e o novo código de validação na parte inferior da tela, que o sistema irá aceitar o seu voto.
    5 – PEGADINHA DO GOVERNO: Não, não e não. O sistema ainda não aceitou o seu voto. Um link será enviado para o email que você usou para apoiar a ideia. Abra os seus emails, clique no link, e finalmente você apoiou a ideia de lei.

    DanAQ, 24 de setembro (09) de 2014

  15. CORREÇÃO 2.0:

    O DRM, CINAVIA, MACROVISION e outras tecnologias restritivas estão presentes na radiodifusão (TV Aberta Digital e Rádio Digital).

    As leis de telecomunicações (Art. 5º, letra d), leis de radiodifusão (Art. 1º), leis da TV Digital (Art. 1º num. I), a nossa Constituição Federal (Art. 155 § 2.º num X letra d), são muito claras: RADIODIFUSÃO é livre e aberta, com finalidade educativa, cultural, informativa e no caso da TV Digital com a finalidade de democratizar a informação (ou seja poder gravar, arquivar e compartilhar).

    Sem contar leis e/ou pactos internacionais que garantem aos cidadãos de todo o mundo, o direito a liberdade de expressão (Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, ARTIGO 19) e/ou (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, Artigo XIX), liberdade esta que inclui o direito de copiar e distribuir a informação.

    Isto senhores, é Brasil, o país da impunidade, o país de autoridades omissas.

    VOTEM NA CIDADANIA:
    Regulamentar a Radiodifusão (TV aberta digital e rádio digital), proibir tecnologias restritivas (DRM)
    https://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=28501

    Regulamentar a Radiodifusão (TV ABERTA DIGITAL E RADIO DIGITAL), proibir publicidade fora do intervalo comercial
    https://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=28781

    Observações:
    Não desista por causa das pegadinhas do governo.
    1 – PEGADINHA DO GOVERNO: ao acessar o site para apoiar a ideia de lei no site do senado, será alertado caso esteja usando o firefox, de que “conexão não é confiável” isso é comum em qualquer site do governo direcionado à concientização, reclamação ou denúncia do cidadão, eles sempre usam um certificado de segurança inválido patra a conexão. Não desista, no Firefox clique em “entendo os riscos” e depois em “adicionar excessão”, uma janela se abrirá (opcional: desmarcar “salvar esta exceção permanentemente”) então clique em “confirmar exceção de segurança”.
    2 – Leia sobre a ideia legislativa.
    3 – Para apoiar a ideia entre com seu nome, email e o código de validação na parte inferior da tela.
    4 – PEGADINHA DO GOVERNO: mesmo digitando o código de validação corretamente, será acusado na parte superior da tela (e não embaixo onde você está digitando) um erro no código de validação entrado. Entre novamente com seu nome, email e o novo código de validação na parte inferior da tela, que o sistema irá aceitar o seu voto.
    5 – PEGADINHA DO GOVERNO: Não, não e não. O sistema ainda não aceitou o seu voto. Um link será enviado para o email que você usou para apoiar a ideia. Abra os seus emails, clique no link, e finalmente você apoiou a ideia “Regulamentar a Radiodifusão (TV ABERTA DIGITAL E RADIO DIGITAL), proibir publicidade fora do intervalo comercial”.

    DanAQ, 24/09/2014

  16. O DRM, CINAVIA, MACROVISION e outras tecnologias restritivas estão presentes na radiodifusão (TV Aberta Digital e Rádio Digital).

    As leis de telecomunicações, leis de radiodifusão, leis da TV Digital, a nossa Constituição Federal, são muito claras: RADIODIFUSÃO é livre e aberta, com finalidade educativa, cultural, informativa e de no caso da TV Digital com a finalidade de democratizar a informação (ou seja poder gravar, arquivar e compartilhar).

    Isto é Brasil, país da impunidade, país de autoridades omissas.

    VOTEM:
    Regulamentar a Radiodifusão (TV aberta digital e rádio digital), proibir tecnologias restritivas (DRM)
    https://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=28501

    Regulamentar a Radiodifusão (TV ABERTA DIGITAL E RADIO DIGITAL), proibir publicidade fora do intervalo comercial
    https://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=28781

    DanAQ, 24/04/2014

  17. Prezado Paulo:
    Fiz recentemente testes utilizando um player novo BluRay da Philips (3380) comprado,pasme,nas Lojas Americanas da Internet por 270 reais.O filme “infectado” Hotel Transilvãnia (tinha que ser Sony) foi afetado apos uns 15 minutos,quando reproduzido via disco (DVD R – Data MP4) mas…pelo pendrive com o mesmo filme encaixado na entrada USB a reprodução foi perfeita.Lá,o cinavia não funcionou.Óbvio que no meu Samsung 5500 SEM upgrade de firmware (nunca mais!) tanto em disco como em USB tudo corre normal.Fica a dica para quem gosta de usar o impronunciavel PB.Beixe o filme,coloque ele com a legenda em um pen drive e voilá…
    Abração,
    Nolan

  18. A comunidade que gira em torno deste hobby e que se envolveu em fóruns da Internet desde o início sempre protestou contra as arbitrariedades cometidas contra o usuário que compra o seu disco legitimamente.

    Até hoje me passa a impressão de que os principais avanços na área de áudio (DAD, DVD-Audio e SACD) foram pelo ralo abaixo por conta dos excessos cometidos pelos provedores de conteúdo, tipo, por exemplo, preços exorbitantes praticados no mercado.

    Só a prática extorsiva de preços é capaz de impulsionar a pirataria industrial, sem precisar da ajuda de ninguém. Que culpa o usuário final tem disso? Se os métodos de proteção nunca atingissem o uso justo da mídia, não haveriam motivos para queixas. Mas, a industria fonográfica ataca o problema de forma equivocada. No caso do Cinavia, o crime que se comete é não restringi-lo à cópia de cinema ou cópias internas dos estúdios.

    Segundo analistas, o Cinavia não tem consenso entre os fabricantes de hardware. E no dia que quebrarem esta coisa, os mesmos caras aparecem forçando com outra, pois a história nos mostra que a lição de situações anteriores nunca foi aprendida.

    Se esta mesma comunidade não mantivesse a indústria ainda viva, não haveria mais mídia nas lojas para vender há muito tempo!

  19. Olá Paulo.

    excelente assunto abordado,quero dizer aqui que esse tal negócio de colocar essa ameaça anti-cópia, sim falo ameaça Paulo, pelo fato de que essa Cinavia é um programa que cria esse bug,ou melhor chamá-lo, de vírus mesmo.

    e não acaba por aqui nao, há uns 8, 9 anos atrás, inventaram um bug de proteção desse chamado Starforce, pra jogos de computador, o jogo que tivesse essa proteção, era o terror de qualquer game maniaco.
    Pois não se podia fazer cópias de piratas que funciona-se, mas o tempo passou e quebraram essa trava.
    Acho eu, que com o tempo quebre essa trava, que atrapalha nós colecionadores de, apenas rodar o filme original no próprio computador de mesa.

  20. Oi, Celso,

    Concordo contigo quanto a ninguém se importar com as diferenças na imagem. Basta ver as cópias em HDTV para a televisão, quando então a composição original dos filmes é massificada em 1.78:1, de modo a que todo mundo assista aos filmes em “tela cheia”.

  21. Oi Paulo,
    O Rogério cita o Hobitt em 2.40:1 e você fala nos 48qps. Eu vi o filme, creio que até já comentei aqui, na sala Cinópolis do JK em S.Paulo(Imax) e pude constatar que dificilmente o espectador mediano vai notar qualquer diferença na projeção em comparação com o 2.35:1, 24qps. Esse novo formato, acredito que não vai vingar.
    Abraço.

  22. Oi, Rogério,

    Sim, a relação de aspecto é escolhida pelo diretor, de modo a atender o enquadramento que ele pretende dar ao filme.

    Eu não vi o filme, ouvi falar de cadência a 48 qps, mas me atrevo a dizer o seguinte: se for exibido em película a produção é obrigada a converter para 2.35:1 scope e 24 qps, que é como os projetores são padronizados.

    No tocante a Blu-Ray, o DI (intermediário digital) é criado a 4K e depois convertido para 1080 linhas. O processo é chamado de “downrezzing” no jargão técnico. Segundo especialistas ele não provoca perda de resolução, apenas redução do tamanho da imagem.

    Quanto ainda ao Cinavia, a sua presença nas cópias de cinema é para impedir a copiagem com câmera dentro da sala de exibição. O cidadão grava o filme, mas depois quando vai ver, o áudio fica mudo na cópia. Neste ponto, eu acho até justo que a indústria se defenda. Na mídia doméstica, eu precisei escrever um texto inteiro em protesto, tamanho o absurdo do esquema.

  23. Mestre Paulo

    Como o tema aqui é justamente a proteção (a qualquer custo) de copiar filmes através deste novo método (Cinavia), queria aproveitar esta matéria sobre fazer cópias de filmes e saber o seguinte:
    – Por que Peter Jackson resolveu gravar o filme The Hobbit no formato 2.40:1,
    ao invés do padrão normal 2.35:1 ?
    Outro detalhe, se este filme foi gravado no processo de 4k, a resolução teve de ser
    comprimida para caber na mídia de Blu-Ray ?
    Obrigado e um abraço.

  24. Olá, Rogério,

    Eu sinto muito ser o portador de más notícias.

    Este assunto Cinavia já está circulando por aí há algum tempo, mas sem merecer a devida atenção. E atenção eu entendo que as pessoas têm que dar, irrespectivo de serem afetadas ou não.

    E para saber se o seu aparelho está infectado ou não, eu sugiro que você verifique o log relativo à sua atualização. Seu aparelho, infelizmente, está na lista dos afetados pelo Cinavia, segundo o forum da AVS.

    Não acredito, entretanto, que irá afetar a reprodução de discos originais. Se está afetando, é mais provável ter um bug no firmware.

    Independente do seu aparelho estar afetado, eu acho que você poderia ser mais um a divulgar o assunto aos seus pares. Porque, meu amigo, a experiência na Internet nos mostra que sem ninguém chiar, vai ficar por isto mesmo.

  25. Mestre Paulo

    Voce conseguiu tirar meu sossego com está matéria sabia ?
    Tenho um player de Blu-Ray Samsung BD C6500 e fiz recentemente
    um update no firmware dele, e a data deste release é de 17/12/2012.
    Significa que “sem saber” carreguei este virus (quero dizer) este
    arquivo Cinavia para dentro do meu Player sem saber ?
    Existe uma forma de eu descobrir se neste update contem este arquivo malicioso ?
    Estranho pois tenho notado que esse player tem apresentado alguns
    travamentos na leitura em alguns filmes em blu-Ray já vistos
    anteriormente que tinham aqui em casa e rodavam bem, mas agora depois do update
    estão apresentando este problema.
    Será que a causa já é efeito disso ?
    O que acontece pela sua experiência que teve com este Cinavia em
    filmes que não tem essa proteção, sendo que mas este arquivo “malicioso” já está
    instalado no player ?
    Meu amigo o tema desta matéria sua vai dar o que falar viu…
    Um abraço

    Rogério

  26. Olá, Nolan,

    Eu também não entendo esta postura de implicância da Sony com o usuário final. Nós que apoiamos o Blu-Ray contra o HD-DVD o fizemos por mérito técnico e jamais pela manutenção da divisão de regiões, e muito menos pela insistência de proteger conteúdo na mídia doméstica. Enquanto que a Sony seduziu os estúdios a aderir, com base neste esquema de proteção. É por isto que o Cinavia teve trânsito livre no PS3!

    Como também não entendo (e não aceito) estes conceitos de mercado que os fabricantes de mídia vêm tentando impor aos usuários desde o início do DVD. Pelas regras deles, você não teria direito de comprar discos DVD que não fossem da tua região. Se alguém observar a falta de títulos e a discrepância constante de edições entre países irá entender porque o usuário que tem a coleção da mídia como hobby sempre irá tentar comprar a melhor edição possível de algum disco, seja lá de onde vier.

    São sempre motivos comerciais que vêm na pauta, quando se trata de justificar proibições ou impedimentos de reprodução. E as ameaças tipo FBI empurradas para cima do usuário doméstico, quando todo mundo vê na rua ou nos camelódromos os verdadeiros piratas, vendendo mídia sem qualquer admoestação da polícia passante.

    Se alguém parar para observar verá que a busca legítima da burla dos códigos de região é do interesse de uma minoria de usuários dedicados, e jamais do mercado de massa, que nem sabe do que se está se tratando, se você tocar no assunto.

    É o fã de cinema ou de música o verdadeiro prejudicado, porque os piratas comerciais têm os seus próprios meios de resolver problemas de duplicação, caso contrário perderiam os pontos de venda na rua ou na Internet.

    Então, para que tanta parafernália de proteção? Vai resolver exatamente o quê? Se alguém tiver uma resposta, por favor me avise!

  27. Olá Paulo:
    Tenho reproduzido uma infinidade de filmes recentes tanto no meu BluRay player Samsung sob forma de DVD-Data e pen-drive(mkv,mp4 e avi) com legendas sem quaisquer problemas.É lógico que não fiz mais desde o ano passado,qualquer atualização de firmware do meu player.No computador,no tablet (um toshiba) e no IPod tais filmes tocam normalmente.Nunca mais adquiri NADA da marca SONY por considerá-los digamos,”do mal”.O tablet deles teve pouca saida nos USA,de onde voltei semana passada justamente por conta de problemas de reprodução.Teu artigo é brilhante como sempre e vou divulgá-lo.
    Um forte abraço,
    Nolan

  28. É preciso fazer um adendo ao PS descrito no texto desta coluna:

    A versão 7.1.6.0 do AnyDVD HD tem uma falha grosseira e que está, neste momento, sendo corrigida em nova versão:

    Ao habilitar a opção de detecção do Cinavia pelo programa de reprodução (“player”), este para de funcionar. Se isto acontecer, será necessário desmarcar a opção de detecção (veja na figura do texto) e reiniciar o computador.

    De acordo com a Slysoft, a solução é temporária, feita no background (memória), mas sem afetar o ambiente operacional ou o programa de reprodução.

    Apenas os players da Arcsoft (versões 5.3 e 6.0) e da Cyberlink (PowerDVD 12.0) são suportados. Eu confirmei que com o Nero a proteção não funciona. Não há notícia que o suporte sejam estendidos a outros programas.

    Quem precisar contornar o erro antes de nova versão sair, pode baixar o beta direto do site da Slysoft.

    De qualquer forma, a empresa já declarou que o AnyDVD HD não remove o Cinavia da cópia!

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