Como transformei o Facebook em algo agradável

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Há algum tempo cancelei minha presença (ou existência) em quase todas as redes sociais por dois motivos principais:

  • privacidade
  • excesso de conteúdo inútil

Enquanto durou, adorei a experiência deste estado desconectado. Por outro lado, também vivi algumas situações bastante curiosas. Por exemplo, em poucos dias notei que muitas pessoas se comunicavam com mais eficiência e velocidade pelo Facebook do que por outros meios sociais-digitais que, na ocasião, eu passei a usar em substituição à rede social.

Como preciso lidar constantemente com relações humanas para me auxiliar no contato com outras pessoas e o LinkedIn está longe de cumprir este papel no Brasil, comecei a sentir os efeitos da ausência do Facebook até mesmo profissionalmente.

Em certa ocasião liguei pedindo ajuda a um amigo para conseguir o novo número de telefone ou e-mail de um antigo contato profissional comum e ouvir a expressão: – Sim, eu tenho o contato dele. Procure lá no meu Facebook. Quando eu disse que não tinha mais Facebook o espanto foi enorme.

Mas o mais impressionante foi a quase completa ausência dos meus amigos e contatos em outras ferramentas de comunicação. Notei – ao menos no meu meio – que nem mesmo o WhatsApp é tão popular quanto o Facebook (Messenger).

Vinha, entretanto, resistindo bravamente até que fui informado que os embaixadores do Evernote compartilham um grupo para troca de conhecimentos e informações. Adivinhe onde? Sim, é claro! Facebook! Minha participação não era obrigatória, mas não queria perder esta oportunidade de poder conviver com pessoas tão profundamente ligadas à cultura do Evernote. Foi, portanto, a gota d’água. Voltei!

Voltei e percebi de imediato toda chateação que havia deixado para trás quando abandonei a rede. Há muita coisa interessante, mas há, em paralelo, coisas extremamente desagradáveis. Por exemplo, a enorme quantidade de “spam autorizado” vindo dos nossos próprios “amigos”!

Eu precisava resolver isso e coloquei-me a pensar nas coisas que eu mais gostava no Facebook. A número um era (e ainda é) o Grupo do iTech Hoje. As pessoas se respeitam e se ajudam o tempo todo por lá. É um ambiente extremamente agradável e útil.

Comecei também a pensar sobre outras redes e notei que o que me atraia no Twitter era pode “seguir conteúdos” interessantes e também disseminar rapidamente o que eu aprendi e o que sei e que pode, por ventura, ser útil para alguém.

Por fim, lembrei do LinkedIn, que é a rede que eu mais gosto. Infelizmente no Brasil parece não ter sido ainda compreendida por muita gente. O bom da rede é que as pessoas publicarem lá com mais moderação e normalmente os assuntos são mais sérios. Além disso, serviços como o LinkedIn Today são um show à parte. Você escolhe áreas (temas) e tem acesso diariamente matérias sobre o assunto.

Meu objetivo, portanto, passou a ser juntar no Facebook essas características que me agradavam, uma vez que a rede permite um elevado nível de configuração. Funcionou tão bem que repliquei o modelo no Google+.

Amigos e seguidores

A primeira coisa que eu fiz foi parar de seguir tudo e todos. Isso é algo desumano e inútil. Apenas causa frustração diária. Entenda, deixar de seguir alguém não significa que você não gosta mais daquela pessoa. Já o fato de seguir, significa que o assunto que ela compartilha deveria te interessar.

Cabe, entretanto, uma explicação. Seguir e ser amigo são coisas completamente independentes. Hoje “sou amigo” de 282 pessoas e sigo apenas o conteúdo de 10 a 15 amigos (de Facebook) e pessoas/instituições (não amigas). Para fazer isso, basta entrar no perfil da pessoa e escolher não mais mostrar seu conteúdo no seu feed de notícias. Será um trabalho enorme no primeiro momento, mas posteriormente você colherá os frutos.

E qual foi meu critério? Entrei em página por página e passei os olhos nas últimas publicações de cada um. Se aquilo me interessava e ia além de gifs com frases de efeito misteriosamente sempre atribuídas a Einstein e Gandhi, eu mantinha o conteúdo da pessoa no meu feed. Caso não me interessasse, eu excluía a visualização. Mantive apenas três fontes de conteúdo da mídia: The Economist, Exame e Correio Braziliense. As duas primeiras por guardarem relação com minha área de interesse e o jornal por tratar de assuntos da cidade na qual eu moro. O resto do conteúdo de jornais e revistas leio utilizando a dupla Flipboard e Twitter (mais neste episódio do podcast).

O próximo passo foi organizar a própria casa. Apaguei todas as minhas publicações que surgiram no embalo de inutilidades que eu lia e replicava. E passei a (re)compor minha timeline com conteúdo interessante para as pessoas que por ventura estivessem me lendo.

Escolhi os assuntos que mais me interessam – Tecnologia e Viagens – e abri meu Facebook para assinaturas. O que isso quer dizer? Significa que você que lê este texto pode agora também ler rigorosamente tudo que eu publico pois não há mais nada pessoal (particular) no meu Facebook.

Para tal, basta entrar na minha página e clicar no botão assinar. Ou seja, passei a tratar o Facebook como uma espécie de blog no qual quero compartilhar conhecimento e conteúdo com os meus seguidores. Note que eu não estou usando a palavra “amigos”! Quero dar foco ao processo de seguir e ser seguido como no Twitter.

O “seguir” é algo que, aliás, o Facebook sabiamente copiou do Twitter, mas que alguns não usam ou nem sabem que existe. De minha parte, eu sigo também algumas pessoas. Ou seja, não preciso mais ficar amigo do meu ídolo ou daquela pessoa que publica coisas interessantes. Basta segui-la no Facebook.

Quando e se você começar a me seguir, notará que venho povoando o passado da minha timeline gradativamente e esse conteúdo aparecerá também no seu feed de notícias presente, mesmo que tenha ocorrido no passado. Isso tem acontecido especialmente com as dicas de viagem que tenho publicado com pequenos conjuntos de fotos.

Restringindo e simplificando

No passado, quando eu ainda publicava assuntos filtrados entre pessoais e públicos no meu Facebook, decidi também criar uma página para o meu primeiro podcast para abrigar os meus ouvintes. Com meu regresso ao Facebook e minha nova política de usar a rede como um “mini-blog”, a página do podcast perdeu o sentido. Fechei a página recentemente e deixo aqui o convite para todos os seguidores que desejam continuar acompanhando o que eu publicava lá. Assine minha página, pois migrei aquela atividade para o meu perfil pessoal.

Revisão constante

As pessoas e seus interesses mudam e pode ser que algum amigo seu passe a publicar de forma que te agrade. O contrário também pode ocorrer. Portanto, eventualmente entre nas páginas de amigos que deixou de seguir e veja se há algum assunto que lhe interesse. E se estiver desinteressante no seu feed, pare de seguir.

Resumindo

Deixar de seguir alguém não significa o fim da sua amizade real ou virtual. Significa apenas que você não tem tempo ou interesse por aquilo que ele publica. Se hoje você está infeliz com o conteúdo da sua rede social, eu te garanto que você transformará seu Facebook num lugar muito mais agradável quando começar a ler somente o que te interessa. Notará rapidamente que seu feed não “cuspirá” dezenas de novidades por minuto e você terá tempo para se dedicar a esse ou aquele assunto que um de seus seguidos publicou. [Webinsider]

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5 respostas

  1. Quando as pessoas começarem a usar o Facebook com moderação, de maneira séria, a rede irá definhar. Sabe porquê? Porque a Mark Zuckerberg não interessa que usemos o Facebook com moderação. Ele quer que usemos a rede exaustivamente. Quando começarmos a usá-la com moderação, as postagens diminuirão, o feedback também. Aos poucos isso irã virar um bola-de-neve: menos gente postando, menos gente checando, menos gente logando, mais perfis inativos e, finalmente a debandada final. O processo todo levará um tempo, mas é certo que acontecerá. E Mark fará de tudo para nos prender naquela m…

    Ele não quer que você aprenda a usar a rede com moderação, ele quer que você se vicie nela. Simples, assim.

  2. Desde que descobri a opção de parar de seguir as publicações das pessoas comecei a fazer isso! Exatamente pelo que você falou ai.
    Claro que não fui de perfil em perfil olhando quem ia “desseguir” ou não. De acordo com o que vai aparecendo no meu feed eu vou decidindo se deixo lá ou “dessigo”.
    Mas gostei muito do texto.
    Até mais!

  3. Excelente artigo! Coloquei em prática e consegui diminuir consideravelmente o tempo que passava lendo besteiras nos compartilhamentos alheios!

    Sugiro, para quem não quer fazer o processo de uma vez só, ir desabilitando o feed na própria linha do tempo, conforme ver que o conteúdo da pessoa não está interessando.

    Até mais!

  4. Adorei ler essa matéria… considerando que exclui meu facebook há tres dias pelos mesmos motivos. Obrigada, vou dar uma “desintoxicada” e voltarei seguindo suas dicas.

  5. Vladimir, tem certeza que tenho que desativar 1 por 1? Hahah é muita gente ://
    Gostei muito do seu post. Tenho exatamente a mesma sensação! Acho que o Facebook pode ser extremamente produtivo, mas precisa ser usado de uma maneira melhor. Vou tentar fazer o que você disse. Vou parar de seguir praticamente todas as pessoas Hahah A maioria tem conteúdos de caráter pessoal apenas. Pouco conteúdo. Rumo à produtividade! \o/

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