A morte lenta do Google (e do Facebook)

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Quando, finalmente, esganamos ou escravizamos nossos inimigos, o barrigão cresce e a libido fica preguiçosa.

O Google, como todo monopólio, está perdendo o viço. É natural: até ganhar louros e dinheiro cansa. Mas a semente da senilidade, nesse caso, é outra e se chama liberalismo insano.

Claro que tudo ainda está muito encoberto por um estrondoso sucesso de público e dinheiro.

Mas já faz algum tempo que o Google deixou de ser uma ferramenta de busca por conteúdo e tornou-se um repertório comercial organizado por relevâncias pagas ou espertas. Já faz algum tempo que o YouTube virou um shopping center de vídeos no mais clássico estilo do cinema de laboratório. O Gmail, a grande arapuca do marketing direto, já afirmou que seu compromisso não era nem nunca foi com privacidade.

Evidente que eles ganham todos os holofotes e todos os dinheiros do mundo.

Só que está ficando fastidioso buscar algo no Google sem ser invadido por uma farta oferta comercial. Páginas e mais páginas de inutilidades antes de encontrar uma informação. Tente procurar, por exemplo, Victor Hugo: vai ter as marcas, os filmes, os restaurantes, as livrarias, os hotéis, as lavanderias e até quitanda online, muito antes de ter alguma coisa realmente interessante sobre o autor da Lenda dos séculos. Não surpreende depois que Debussy seja um teatro, um restaurante, uma empresa de pintura, antes de ser compositor.

E o problema não é a propaganda paga, é justamente a “gratuita”. O SEO está matando a relevância. Melhor procurar logo as velhas marcas do passado, os jornais, as enciclopédias, as obras de referências, os dicionários. Ou claro, a Wikipedia, esse patrimônio da humanidade.

O Facebook, e suas ejaculações sociais, não passa, nem nunca passou, de uma troca superficial de conteúdos pré-digeridos. Nunca se interessou em ser um arquivo organizado de fatos e histórias, nunca sequer se perguntou para que existia além da óbvia ganância. Então, não vale nem perder muito a pena para decifrar sua missão.

Mas a internet é rebelde e tem tempo. Todo monopólio é um corpo estranho nesse ambiente anárquico, orgânico e que acalenta os gênios da contravenção ideológica. Ainda bem. [Webinsider]

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Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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7 respostas

  1. O objetivo pelo qual Google e Facebook brigam é justamente por objetivos claros e de certa forma semelhantes. Desejam dominar suas metas corajosas e audaciosas. Um quer ter toda informação organizada e acessível e outro quer criar uma rede universal de amigos onde todos podem se interligar de qualquer lugar e de qualquer computador com poucos cliques. Não existe fim para essas grandes facilidades que estão revolucionando o que já é revolucionário. A Internet. O máximo que pode ocorrer é o inicio de uma invenção ainda melhor e mais produtiva. Mas sinceramente. Isso é muito dificil de ocorrer, pelo menos, nesses dois nichos.

  2. Fernando, perfeito o seu texto! Desde que o finado C@dê foi assassinado pelo Yahoo! sou da opinião que a internet virou o bonde da alegria onde a informação virou commodity de uns poucos. É isso…

  3. Confesso que a frase inicial deste post mexeu mais comigo do que o texto todo.
    Quando, finalmente, esganamos ou escravizamos nossos inimigos, o barrigão cresce e a libido fica preguiçosa.
    Portanto, vou calçar meus tênis agora e vou voltar a caminhar.
    O texto, vale como alerta, toda ferramenta requer bons hábitos e disciplina no seu uso se não torna-se inútil ou prejudicial. Em minha opinião evidentemente.

  4. Acho que ha um equivoco quando voce diz que o google ”deixou de ser uma ferramenta de busca por conteúdo e tornou-se um repertório comercial organizado por relevâncias pagas ou espertas”, porque nós, como estudiosos nesse segmento, sim, entendemos como funciona e o porque funciona, mas nao podemos generalizar a ideia de que todos entendem o funcionamento de marketing desses motores de busca e/ou plataformas digitais. Acredito que o Google de fato eh forte e com certeza se mantem como forte motor de busca e como em toda empresa, ha de se ter formas de lucro, senao de duas uma: ou se torna insustentavel ou mantem uma pessima qualidade dos serviços.

    Em relacao ao youtube ser shopping center de videos, sim. De fato isso acontece, porem, eles possuem um sistema de login que avalia semanticamente os videos mais populares e os videos que seriam de acordo com o seu interesse, com o que voce busca. Independente disso, voce nao fica preso apenas as coisas que sao pagas…

    O gmail por ser do google, o grande motor de buscas, claro que teria como funçao, integrar as buscas, as informaçoes para ”uma melhor acessibilidade de informacoes” vamos dizer assim(para ele), o que acaba ultrapassando certos limites de privacidade. Mas assim, criticar um sistema no qual existem diversos outros para serem utilizados, eh como se voce gostasse de comer sopa e achasse que so pode comer sopa de uma marca..

    Suas criticas sao construtivas, porem, parecem ser de alguem que ou trabalha no bing, vimeo ou hotmail, rsrs

    Em relacao as ofertas e/ou ao re-marketing, primeiro: voce como cliente/usuario que busca um produto e recebe ”sem querer” sugestoes deles em suas buscas nao parece ser tao ruim ne? ou melhor, acaba te induzindo a confirmar a necessidade de compra do produto. Segundo: voce como profissional de marketing provavelmente adora que isso aconteça, pois seu produto esta sendo promovido e isso querendo ou nao, mostra que o objetivo esta sendo alcançado, concorda?!

    Logico que, quanto mais aberto o canal e maior(atualmente BEM MAIOR e CADA VEZ MAIOR) a quantidade de informaçoes, maior a probabilidade de informacoes inuteis, mas faz parte ne? O que antes era falta de informacao, hoje em dia eh um turbilhao delas a todo momento e a funçao que tinhamos antigamente em procurar informacoes, hoje em dia temos em conseguir filtra-las.

    Em relacao ao SEO, o que seria uma busca relevante para voce, sem ele? O SEO serve justamente para dar relevancia a sites que provavelmente serao mais importantes na sua busca. Estou errado?! Uma busca relevante nao pode ser baseada apenas nos sites encontrados, mas tambem, nas keywords buscadas.. eh meio que uma via com bifurcaçao que se complementa em seguida.. E quem disse que nao da mais para procurar as velhas marcas? Que nao vale mais a pena ler enciclopedias ou andar com um dicionario? Pelo contrario!

    Em relacao ao facebook, acho que cada um entra e permanece nele de acordo com seus objetivos pessoais. O facebook faz isso, para isso e isso, cabe voce a escolher ficar ou nao. Concordo que cada vez ele esta ficando mais futil, com conteudos pre-digeridos e etc, mas eu tenho a opçao de bloquear esses conteudos ou ate mesmo de nao fazer mais parte ne? Portanto, fica a reflexao: Qual o seu objetivo nele? 😉
    Tudo envolve dinheiro, seja para investir quanto para lucrar. E cada ”empresa” cria suas proprias formas. Vai dizer que voce nao ama investir em ADS no facebook, podendo atingir leads da sua marca, pessoas que ainda nao conhecem mas que gostariam de conhecer por fazer parte do seu estilo de vida e voce ter um ROI de novos clientes, novos fans e etc? Questionar isso seria hipocrisia.
    Eh como voce falou, eh um ambiente teoricamente anarquico, que controla suas informacoes, porem, deixa voce usa-las como quiser. De uma forma ou de outra, respeito a sua opiniao e so estou questionando de forma construtiva, com outra visao.
    Porem, vale ressaltar que todo produto passa por um ciclo de vida e assim como existiram diversas redes sociais, ainda irao existir outras, e as pessoas irao se adaptando, se integrando, se desfazendo ou fazendo parte das quais forem de acordo com o seu interesse e objetivo nela, porem, de fato, a internet e essencialmente importante na vida de todos nos e quem esta ”por cima” dela, tera mais ”poder” sobre nos dentro dela.

    E deixo o questionamento: ate onde o uso de nossas informaçoes podem ser uteis para nos ou prejudiciais? O Google Glass esta chegando…

  5. Bela reflexão Alphen!

    O Facebook realmente não tem uma missão, e fico pensando quando ele vai ter fim. E quem vai assumir o trono?

    Já o SEO ainda tem muito a evoluir. Mas o que falta é educação. As pessoas não sabem usar os motores de busca de forma inteligente.

  6. Parece desdenhar. Uma hora tudo muda, mas não para pior ou melhor. Apenas muda.
    É fácil dizer “Mantenho minha coleção de discos de vinil”. Queria ver o autor sem celular ou automóvel.

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