O mercado está cada vez mais acirrado e competitivo e, para um profissional se manter ativo, ele não pode se descuidar por nenhum momento. Então, trabalhar 12, 15 horas por dia faz parte da rotina de quem quer se destacar.

Muitos pensam assim. Eu também pensava e agia dessa maneira.

E como eu estava enganado…

Seja pela inexperiência da juventude, pela falta de orientação ou pela visão distorcida ­– na verdade, o conceito distorcido que o mundo dos negócios “vende” ininterruptamente – durante muitos anos no início da minha carreira eu segui esse ritmo, com noites em claro e dias frenéticos.

Orgulhava-me de ter “trabalhado como um louco” ter comido qualquer porcaria na frente do PC ou mal ter levantado da carreira durante todo o dia.

A visão de produtividade estava unicamente relacionada às quantidades.

Lazer? Um luxo desnecessário.

Momentos com os amigos? Um atraso à evolução da carreira ­– e aqui eu estava cego pelo status, pelos cargos.

Viagens com a namorada? Terei muito tempo e dinheiro quando for CEO de uma multinacional.

E o pior: a gente fica tão imerso nesse mundinho, tão focado em pseudo-objetivos e proto-realizações que cria barreiras para opiniões contrárias, para novas perspectivas.

Ilusões…

Entretanto, a mente cobrou o preço pelos abusos. Eu criava mecanicamente, meu dia a dia se tornou mais do mesmo, com as demandas entregues no prazo, mas sem qualquer motivação.

Até que travei. Um pico de estresse, um pânico no meio de uma rodovia de SP que não me deixou sequer virar o volante. Para não tirar o ritmo do artigo, se você quiser saber mais sobre essa fase, pode ler aqui.

A guinada na carreira

Não foi do dia para a noite, tampouco foi um processo fácil, mas essa transição fluiu de maneira natural, pois comecei a atuar com a minha maior e melhor habilidade: a produção de conteúdos.

Antes, por diversas razões, eu trabalhava com desenvolvimento de sites. Aprendi bastante, ganhei experiências e trouxe conceitos muito úteis as minhas “novas” atividades, como planejamento, estratégicas, foco etc.

Afinal, não existe nenhum conhecimento inútil. E sou grato por tudo o que passei, pois mesmo os piores momentos me ajudaram a moldar o presente.

Assim, a minha carreira ganhou novo fôlego e o mais importante, nova motivação. Amo “brincar” com as palavras e ideias.

Tanto que lancei livros de literatura fantástica medieval, que estão começando a ter um bom destaque na mídia e no meio literário. Escrever realmente é o que me impulsiona para frente e me faz acordar feliz para trabalhar. As duas vertentes da minha carreira estão equilibradas agora.

Há um vídeo inspirador que demonstra bem esse panorama, com o conceito de #1minutodecoragem.

E a vida pessoal?

Da mesma maneira que enxerguei a importância de se fazer o que gosta para produzir melhor, com inovação, relevância e criatividade, entendi que é preciso ter momentos bons além da profissão.

Hoje trabalho menos horas, mas produzo mais e melhor. Como? Deixando o cérebro descansar e vivendo experiências novas.

Saio com meus cães, que, aliás, já renderam bons artigos. Viajo sempre que posso, ando de bicicleta, encontro os amigos, passeio com a minha esposa, enfim, dou a real importância para a minha vida.

E com mais foco e melhores resultados a percepção de valor da nossa marca pelo mercado só cresce.

Enfim, essa foi a minha história até o momento. Certo ou errado, foi o que vivi e resolvi compartilhar com você, não saberia falar de outra pessoa. Para um relato como esse é preciso identidade, não é?

E você, que tal contar as suas experiências? Elas podem ser inspiradoras e muito úteis para alguém. Ou simplesmente servir como forma de autodescoberta, que é o mais importante.

Vamos juntos nessa? Até mais! [Webinsider]

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Eduardo Kasse

Eduardo Massami Kasse (@edkasse) é escritor, palestrante e analista de conteúdo. Subeditor do Webinsider. Mais em onlineplanets.com.br e eduardokasse.com.br.