Empresas forçam a barra nas redes sociais

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Há alguns dias fui conhecer uma nova rede social que se propõe a oferecer uma tribuna para que as pessoas possam opinar sobre uma infinidade de temas, classificados por categoria etc. Basta entrar na homepage e requisitar um convite. Feito isso você é avisado que receberá os dados de acesso no teu endereço de e-mail. Passam-se os dias e nada acontece, e depois notei que a rede social ainda não está pronta para uso. Tenho que aguardar mais um pouco.

Ao clicar em login para ver o que aparece, surge as opções de entrar via Facebook ou Twitter. Então, basta você ter uma conta no Facebook ou Twitter e tudo resolvido. Não. Ainda não funciona.

Isto me fez lembrar que muitos serviços online induzem você a entrar com uma conta de sua rede social e, assim, automaticamente, quando você publicar ou comentar algo, acontece o compartilhamento através de sua outra rede social.

Esta é uma manobra que vem sendo muito utilizada pelos criadores de aplicações online na web e redes sociais. Criam um mecanismo para obrigar compartilhamento e, consequentemente capturar mais usuários. Outros serviços partem para o mesmo caminho. Assim, o usuário funciona como correia de transmissão e divulgação, como contrapartida ao serviço oferecido.

As empresas entram nas redes sociais visando ampliar sua audiência e buscam mecanismos para reduzirem seus custos de divulgação, mas muitas delas cometem erros graves: chegam a fazer comentários inadequados por intermédio das pessoas que foram designadas pela gestão de suas páginas nas redes sociais. Muitas vezes, imaginam que a contratação de “estagiários” é a solução.

Muita bobagem é feita em troca de não se gastar muito ou quase nada em divulgação Mesmo tentar reduzir custos não sendo um problema e até é uma coisa saudável, muitas ações de divulgação se resumem ao “curtir” e “compartilhar” tal produto ou serviço. Em muitos casos esta ação é uma precondição para se ter algum conteúdo em troca, como por exemplo, participar de um sorteio. Afinal, que mal tem isso?

É uma febre. Departamentos inteiros desesperados em conseguir mais “likes” que seu “concorrente”. Como se isso fosse os livrar da morte, amém.

Outro caso muito recorrente, e grave, é a inclusão automática da lista de contatos do usuário a alguns aplicativos. O exemplo mais recente é chamado de Lulu, aplicativo criado por Deborah Singer e Alexandra Chong, e lançado primeiramente nos Estados Unidos no início deste ano e que possui até o momento mais de um milhão de usuárias. Você leu corretamente: usuárias. Porque este aplicativo foi criado para que elas, as usuárias, possam atribuir, aos homens notas e hashtags dos mais variados tipos, tais como #pedemesa, #TocaVuvuzela,  #TrêsPernas, #UsaRider etc. O aplicativo mal chegou ao Brasil e provou muita discussão e até o Ministério Público do DF entrou no circuito, mas por outro motivo fora do tema deste artigo.

O fato do aplicativo realizar a inclusão automática e sem autorização dos homens que estão na lista de amigos do Facebook das tais usuárias, é um abuso. Se alguns podem achar os comentários alegres ou ofensivos, a ação automática, by default, da lista de amigos ao app é, de fato, um abuso.

O Facebook não fica fora de problemas. Além de permitir a proliferação deste tipo de exploração do uso das contas de seus usuários, ele também abusa dos seus “clientes”, e em nome deles vive enviando convites para conhecer este ou aquele aplicativo. É comum entre os nossos amigos nesta rede social reclamações sobre convites indesejáveis, principalmente os relacionados a jogos. Convites “verdadeiramente falsos”, segundo reclamam aqueles que viram seus nomes vinculados ao envio de tais convites.

Há alguns dias, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) divulgou nota informando que iniciou inquérito contra a empresa responsável pelo aplicativo Lulu. Motivo alegado: o app “ofende a honra e os direitos existenciais dos homens”.

Um bom sinal. Porque, além do usuário – que nem sempre é inocente nestes casos, alguém mais tem que pagar a conta e assumir suas responsabilidades ao se utilizar das redes sociais e recursos da Tecnologia para levar vantagem sem autorização prévia, sem pôr a mão no bolso, e sem a menor preocupação em respeitar os direitos de escolha das pessoas. [Webinsider]

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Wilians Geminiano é editor da FonteMidia Americas.

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