O Pequeno Príncipe dá a dica

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Não importa a época, sempre que você ler O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry) emoções positivas e verdadeiras vão tomar conta de você. O livro carrega um poder esotérico e te dá uma visão de mundo que você precisa naquele momento.

Se por algum motivo você nunca leu esse livro, mesmo sendo um best-seller de 1943, corre lá na Amazon e compra a versão digital. É mais barato que um Big Mac.

Ele consegue enxergar a big picture
“Por que um chapéu daria medo?”

Estamos investindo tanto tempo em especializações e em algo que nos torne diferente dos outros que acabamos perdendo a capacidade de enxergar a big picture.

pequeno_principe_jiboia

É natural que só consigamos enxergar um chapéu ao invés de uma jiboia que engoliu um elefante, pois em algum momento começamos a limitar nosso repertório de experiências. Ir ao zoológico ver pessoas e animais reais em situações reais parece muito menos interessante que frequentar reuniões com homens de terno e chapéu.

Ele não se prende a um único ponto de vista
“Por favor… desenha-me um carneiro”

Quantos profissionais são capazes de fazer algo totalmente diferente do que estão acostumados? Hoje existem muito mais nomes para cargos do que pessoas ocupando efetivamente essas vagas. Existe um consenso mundial onde precisamos ser os melhores naquilo que fazemos. O que será que aconteceria com o mundo se subitamente nós decidíssemos ser melhores naquilo que não fazemos?

Ele não idolatra o Analytics Reports B612 do primeiro quarter
“Pessoas grandes adoram números”

Não há nada errado em tomar decisões baseando-se em números. O problema é acharmos que eles nos dizem tudo. Você pode ter os melhores analistas do mundo, mas sem experiência de campo, sem uma percepção do real sentido do negócio eles são apenas pessoas que contabilizam bem números. Números não te dão respostas, eles te ajudam a formular as perguntas certas.

Ele saiu da zona de conforto
“Espinhos não servem pra nada”

Espinhos não vão nos proteger de concorrência, problemas com venture capital, relações públicas abaladas, perda de share, funcionários desmotivados e usuários insatisfeitos. Quando algo der errado, se não estivermos preparados, podemos sofrer danos irreversíveis.

Não existe uma “Fase de Desenvolvimento” de uma empresa, essa palavra deveria ser impressa e colocada em um lugar em que todos os membros da equipe pudessem ver. Desenvolvimento é algo precisa acontecer continuamente e não está ligado a quanto capital temos em mãos, mas com nossa capacidade de fazer o máximo possível com o que temos na geladeira.

Ele não cria expectativas
“Só se podes exigir de alguém aquilo que pode dar”

É normal nos frustramos quando algum projeto não sai da forma que queríamos, é normal, também, culpar outros membros da nossa equipe por não realizarem o trabalho deles da melhor forma possível.

Muito provavelmente eles deram o melhor de si, mas acabaram não correspondendo às nossas expectativas. Cada pessoa tem capacidades completamente diferentes das outras, é exatamente isso que as torna especiais.

Acabar com esse tipo de frustração e desenvolver um trabalho mais harmonioso e heterogêneo com a equipe é relativamente simples, só precisamos não tratar “expectativa” como KPI (indicador de performance). É uma solução a curtíssimo prazo e os benefícios disso transcendem várias esferas de trabalho.

É intrigante como esse despretensioso livro consegue ter mais informações utilizáveis do que capítulos inteiros do strategist’s toolkit.

pequeno_principe_elefante

Existem muitas outras reflexões no livro do famoso príncipe sem nome e cada pessoa precisa interpretar da sua própria maneira.

E você, lembra de alguma parte do livro que chamou sua atenção? [Webinsider]

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Madsen Lima (@madsenlima) é digital strategist na Hanse Ventures, uma incubadora de startups em Hamburg, Alemanha, e mantém o Twenty Weeks.

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