Oportunista é definido como aquele ou aquilo que tira proveito de uma situação em benefício de seus interesses.
Assim se comportam muitas “empresas”, que são muito rápidas em tentar tirar proveito de uma situação. Estas empresas não pensam duas ou mais vezes para analisar as consequências de uma campanha a toque de caixa, para não perder a “oportunidade” que aparece de algum acontecimento de grande repercussão. Empresas aqui está entre aspas para lembrar que elas são feitas por pessoas. Estas sim, são o problema.
Nem vamos analisar se o jogador de futebol teve ou não uma atitude de gênio, como está sendo considerado, ou se foi uma resposta espontânea, como muitos poderiam ter tido quando enfrentaram situação semelhante. O gesto de Daniel Alves nem de longe poderá representar um marco na luta contra o racismo, porque a luta contra do racismo está enraizada nas relações de trabalho e de poder das sociedades.
A verdade é que tem muita gente se aproveitando para criar campanhas oportunistas com o fato e também para faturar uns trocados, aumentar suas vendas e visibilidade, criando camisetas alusivas a uma pretensa campanha contra o racismo. São ações oportunistas porque nunca, antes, tiveram qualquer atitude contra a discriminação, seja ela de raça, etnia, cor, sexo, credo ou qualquer outra opção pessoal.
Geralmente quando as campanhas assim passam longe de serem classificadas saudáveis, podem simplesmente serem classificadas de hipócritas. Do tipo, “vamos criar uma peça, uma campanha para divulgar nossa marca”. E assim é feito e faturam uns trocados com o racismo.
Ações oportunas e oportunistas
Diferente da ação oportuna, que é praticada de maneira apropriada, por exemplo, o governante é convocado pelo rigor dos fatos a dar uma resposta pelo cargo que ocupa. Neste caso é uma obrigação. Da mesma forma que é obrigação dar respostas oportunas a seus clientes e funcionários em muitas situações. Nem todas elas possuem esta prática.
É estarrecedor o oportunismo no caso das bananas. Igualmente estarrecedora é a atitude de artistas, mídia, agências de publicidade, articulistas e comentaristas de plantão e afins. A luta contra o racismo se dá, na verdade, em outro campo: por melhoria das condições de vida, de trabalho, pleno emprego, saúde, saneamento básico, educação etc. No entanto ainda temos empresas praticando o trabalho semiescravo, comprando insumos de empresas e países escravocratas, e que também participam de licitações duvidosas e participam de esquemas de corrupção.
Também não dá para se dizer contra à violência nos estádios esportivos quando a mídia promove e divulga os jogos como sendo uma “guerra”, chamando estes palcos de “arenas”, em alusão às antigas arenas romanas, e também faturam com a publicidade de bebidas alcoólicas na TV e nos estádios. [Webinsider]
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Veja mais sobre o caso neste infográfico da AirStrip:
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