FB Newswire: pela veracidade e qualidade das informações

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Com Geraldo Seabra.

Na era das breaking news ‘anunciadas’ em rede sociais, o Facebook decidiu lançar o FB Newswire, ferramenta que reproduz o mesmo tipo de filtragem de notícias emuladas por simuladores de NewsGames. A novidade facilita a vida de jornalistas, ao mesmo tempo, que eleva a qualidade do conteúdo social disseminado via web.

Em parceria com a Storyful, o site de Mark Zuckerberg criou um mega sistema de checagem de informações que garante mais veracidade às notícias publicadas pelos usuários. Ao se unir a uma grande empresa de verificação de notícias, a maior rede social do mundo busca elevar o nível de consonância (compreensão da informação) das notícias.

Todo trabalho de seleção de informação é realizado por uma equipe de especialistas em cruzamento de dados. Esse modelo de requalificação de notícias, a partir das redes sociais, reproduz a mesma dinâmica cognitiva da Notícia 3D, emulada por NewsGames que ostentam as três fases da cadeia da notícia: produção, circulação e consumo.

Agência de notícias 2.0

A nova ferramenta é uma espécie de agência de notícias 2.0, disponível tanto no Facebook e quanto no Twitter, programada para recolher informações, fotos e vídeos postados pelos usuários, porém com o selo de verificação da Storyful. Essa tendência é tão atual que a empresa irlandesa foi adquirida pela News Corporation em 2013, por US$ 25 milhões.

Do Inglês, o termo Newswire (notícia+fio) remete à ideia de fio que conduz o leitor para longe das armadilhas do conteúdo verossímil. O objetivo é evitar que leitores menos avisados continuem caindo nas famosas brincadeiras feitas por usuários, que ofuscam a veracidade da notícia.

Mídias transversais e contaminadas

Em tempos de mídias transversais e contaminadas, nunca houve tanta informação disponível, tão fragmentada e cercada pelo ruído de fundo caótico. Para alguns especialistas, os novos protagonistas digitais não teriam objetivo de produzir nenhum conteúdo novo, apenas de gerar uma contaminação dos meios de comunicação com a realidade.

Mas se fizermos uma projeção a partir da perspectiva dos NewsGames, o que ainda falta aos novos protagonistas da notícia seria um ambiente lúdico dentro das próprias redes sociais, que promova a harmonia necessária entre as experiências pessoais e aspirações públicas e coletivas desses novos agentes da notícia.

Por outro lado, em um ecossistema que está mudando rapidamente na velocidade das notícias, é preciso estudar mutações da cadeia que alimenta a produção de notícias, para entender como esses novos ciberleitores podem conviver com a realidade tradicional, sem que se rompa com o status da notícia como último baluarte do espaço público.

Era do compartilhamento

O advento da publicação de notícias contaminadas se agrava ainda mais quando metade dos usuários do Facebook consome e compartilha informações através da rede social, site que já contabiliza mais de um bilhão de seguidores. Os dados fazem parte de um recente relatório sobre mídias publicado pelo instituto Pew Research Center.

O fenômeno da postagem de notícias falsas ficou tão grave que virou motivo de debate no Festival Internacional de Perugia, realizado na última semana na Itália. O tema também será alvo discussão no Congresso Mundial de Jornais, que acontece no mês de junho, na cidade italiana de Torino.

Nas redes sociais já virou mania mundial postar imagens ou informações falsas ou conteúdo verossimilhante. Ainda hoje, é fácil propor, como verdadeiras, imagens sociais relacionadas a terremotos que ocorreram no passado, em um mesmo lugar.

Foi o que aconteceu no último 2 de abril, quando a terra voltou a tremer no Chile. No Facebook e Twitter foram espalhadas filmagens de câmeras de segurança de escritórios locais que remontam tremores ocorridos em 2010.

NewsGames emulam Newswire

Como acontece em um simulador de NewsGames, a FB Newswire funciona também como um mega agregador de conteúdos compartilhados em redes sociais e empresas de notícias que cobrem fatos em primeira mão. Em outras palavras, a nova ferramenta acaba emulando um gigantesco filtro de conteúdo autoral postado por membros de redes sociais.

Um dos produtos gerados por um simulador de NewsGames é a chamada Notícia 3D, produzida pelos próprios usuários, ao mesmo tempo, que passa por filtros de verificação acoplados a jogos baseados em notícias. Ao lançar a ferramenta, o Facebook aposta na informação com checagem realizada por especialistas em cruzamento de dados. Mas não é só isso.

Como em jogos baseados em notícias, Zuckerberg aposta ainda na valorização da informação que realmente interessa aos usuários, que de alguma forma ganhou repercussão nas redes sociais. Aliás, o uso das famosas top trends como base narrativa de jogos é uma das propostas da teoria aplicada dos games como emuladores de notícias.

Outro reflexo da iniciativa é a criação de uma base de engajamento social dos usuários com a informação com a qual estejam pessoalmente envolvidos. A partir de então, os novos ciberleitores possuem condições cognitivas favoráveis para propor cossoluções para questões que podem mudar a realidade de cidades onde vivem. [Webinsider]

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Luciene Santos, jornalista e especialista em games como informação e notícia. É co-autora do e-book “Do Odyssey 100 aos NewsGames – uma Genealogia dos Games como Informação”. Nascida em BH, está radicada atualmente em Treviso (Itália), onde atua como apresentadora da WebTV do Blog dos NewsGames.

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