Games contra limites impostos pelo cérebro

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Com Luciene Santos.

corpo

“O cérebro humano atingiu os limites da inteligência”. A afirmação é do cientista de Cambridge, Simon Laughlin. Segundo ele, as leis da física impedem que a raça humana possa se tornar mais inteligente. Professor de neurobiologia, Laughlin atesta que milhões de anos de evolução humana atingiram o seu nível mais elevado.

O nosso cérebro encontrou duas barreiras para se desenvolver. A primeira é que a miniaturização das células do cérebro (relativo ao crescimento das conexões entre células e células) chegou a um ponto de inflexão. A outra razão é que o cérebro humano, que representa apenas 2% do peso corporal, consome 20% da energia total.

“Mesmo pequenos aumentos do poder de cognição cerebral poderia causar um aumento líquido da energia necessária para sustentá-los. Nossos testes demonstraram que o cérebro deve consumir energia para funcionar, tanta energia quanto o coração, e que as exigências são altas o suficiente para limitar o seu desempenho”, ressalta Laughlin.

Driblando limites cerebrais com jogos

Para prevenir e minimizar sintomas de doenças ligadas a déficit de cognição, algumas doses diárias de jogos de raciocínio e memória podem ajudar. No mercado existem diversas categorias que ajudam o jogador a elevar a sua capacidade cognitiva. Para quem tem algum problema para reter conhecimento, uma boa dica são jogos que envolvam números e palavras.

  • Sudoku
  • Caça-palavras
  • Palavras cruzadas
  • Jogos de cartas

Imagens que emulam cognição

Para combater sintomas de doenças, como déficit de atenção, jogos de quebra-cabeça (puzzle) são excelentes agentes cognitivos.  Nesse gênero de jogo, o jogador deve resolver um problema proposto, em que o raciocínio é bem mais importante que a agilidade e a força física.

Um dos mais populares são os jogos de paciência, geralmente instalados em computadores. De jogabilidade fácil e simples, o puzzle permite exercitar as conexões cerebrais de forma lúdica e prazerosa, como o velho Cubo mágico. O mais recente sucesso é o Candy Crush para tablets e smartphones. Aquelas inocentes imagens emulam cognição.

  • Candy Crush
  • Jogo de paciência
  • Campo minado
  • Cubo mágico

Velocidade versus captura

Nos anos 1970, usavam-se no máximo três câmeras numa cobertura de TV. A partir dos anos 1990, as coberturas televisivas passaram a contar com ao menos 12 câmeras, como em corridas de Fórmula 1. Na última copa do mundo realizada no Brasil, foram usadas cerca de 300 câmeras em cada partida.

Desse total, 14 delas foram posicionadas em cada gol, que capturavam 500 imagens por segundo. Hoje em dia, a velocidade da imagem midiática é inversamente proporcional à nossa capacidade de captura. Um exemplo é o número de takes (cortes) em comerciais de TV. Em spots de 30 segundos, o número de cortes pode ultrapassar a casa dos 20.

Nos anos 1980, as propagandas eram formatadas com menos da metade de takes atuais. Comparando, são números que inviabilizam a nossa capacidade de processamento normal. Apesar de o cérebro capturar tudo ao redor, há um limite de conexões cerebrais, responsáveis pela nossa inteligência.

Mega condensadores cognitivos

É preciso formatar conteúdos em embalagens cognitivas que não rompam com a nossa capacidade de processamento. Então, como tornar coisas complexas em coisas simples para não ultrapassar os limites do cérebro? Criando condensadores cognitivos para processar grandes massas de dados. Os infográficos são um bom exemplo de condensadores cognitivos.

Eles facilitam o processamento cerebral ao combinar, em uma única interface gráfica, imagens e textos. Mas nada se compara à interface do Google – maior motor de busca do mundo. Trata-se de um mega condensador cognitivo que ‘esconde’ atrás de sua interface clean todo seu poder cognitivo, facilitando o trabalho de pesquisa do cérebro.

Nessa linha de condensadores de dados, o Google avança ainda mais no desenvolvimento do projeto Baseline Study, com o qual pretende mapear o corpo humano ao redor do mundo, a fim de buscar padrões para se identificar e prevenir doenças comuns em diversas partes do planeta.

Mudanças na forma de apresentação

Como o Google vem nos ensinando, podemos ser mais inteligentes mudando apenas a forma de apresentação do conteúdo. Foi assim que a TV e os videogames solaparam a nossa inteligência nos últimos 50 anos. Contudo, de agora em diante, isso não será suficiente para elevar por si só a nossa inteligência.

Então, como avançar ainda mais se o nosso cérebro teria chegado ao limite de sua capacidade? ‘Enganando-o’ com novas formas de apresentação do conteúdo. Se o nosso cérebro não consegue efetuar mais conexões (por limitações físico-biológicas), é preciso criar formas externas de inteligência, que funcionem como aplicativos fora do cérebro.

Apps amplificadoras da inteligência

Seriam como apps que amplificassem a inteligência ao lado (e além) do cérebro e atuassem de forma alternativa para tentar ‘driblar’ nossas limitações cognitivas. Como cérebros são excelentes leitores de imagens, seu desempenho pode ser otimizado ainda mais com o uso de animações contextualizadas baseadas em notícias, por exemplo.

Porque notícias são narrativas focadas no nosso próprio cotidiano. Afinal, historicamente, as notícias sempre carregaram consigo o signo da contextualização atualizada, e ainda ostentam um grande poder de criar extensões cognitivas. Ou seja, o poder de nos fazer pensar. A simples associação externa de imagens, contexto, notícias e animação pode nos auxiliar na amplificação da inteligência.

  • Imagens
  • Contextos
  • Notícias
  • Animação

Games + notícias = cognição artificial

É simples assim! Eis o que alimenta o Google que, por sua vez, nos alimenta cognitivamente, todos os dias. Pensar em condensadores cognitivos é pensar em suportes e narrativas que ampliem a nossa capacidade de compreensão. No campo dos suportes, os games ainda são melhores que a TV, porque permitem a interação imersiva.

Na seara das narrativas, as notícias ainda são melhores que os romances, porque espelham a realidade de nossas ações cotidianas. Na cultura da hipermídia, é preciso ampliar o intercâmbio entre máquinas e seres humanos de forma lúdica. Estamos falando de NewsGames e da pesquisa aplicada em jogos, educação, notícias e cognição artificial. Será que a Capes ainda está disposta a inovar? [Webinsider]

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Geraldo Seabra, (@newsgames) jornalista e professor, mestre em estudos midiáticos e tecnologia, e especialista em informação visual e em games como informação e notícia. É editor e produtor do Blog dos NewsGames.

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