Ser ainda mais minimalista

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listrasOs que leram meu artigo de 2011, Ser minimalista, devem estar lembrados da felicidade pelo que já havia atingido naquela ocasião. Mas ainda havia muito a trilhar e felizmente segui meu projeto. Hoje tenho ainda menos. Diria, muito menos!

Fim do carro

Apesar de viver em Brasília, a Los Angeles brasileira, onde “não se pode” viver sem carro, vendi em julho de 2013 o que espero ter sido o último da minha vida. Planejei muito bem esse movimento e mais de um ano depois não tenho o menor interesse em adquirir outro veículo.

Comecei com um cálculo simples. Criei uma planilha e coloquei nela exatamente tudo que gastei com meu carro por um ano. Quando digo tudo, me refiro a tudo mesmo. Da gasolina ao dinheiro do vigia de rua. A tecnologia ajudou muito. Criei uma planilha simples e alimentei ela diariamente via celular. Depois de um ano o numero somou uma cifra assustadora demais. Com aquele valor eu poderia ter tomado inúmeros táxis durando o ano. E quem não quer um motorista particular para os dias de congestionamento?

O carro é uma conveniência importante demais, principalmente no Distrito Federal e por essa razão creio que foi a mais complexa das minhas ações minimalistas. O plano vinha de longa data e envolveu morar próximo a uma estação de metrô, organizar meu trabalho de uma nova forma e providenciar transporte escolar para os filhos. Além disso, iniciativas inesperadas como Bike Brasília complementaram meu plano.

Consegui! E preciso dizer que no “tempo perdido” dentro do metrô consigo executar inúmeras tarefas. Já escrevi artigos do tamanho deste na tela do meu celular para serem apenas ajustado em casa no computador antes de serem publicados. Além disso, livros digitais me acompanham, TED Talks, aulas de economia, música e uma série de outros aprendizados e entretenimentos fazem minha ida e vinda de cada dia.

Táxi

Quando o local é longe ou mal atendido por transporte público, vou de metrô ou ônibus até determinado ponto e de lá tomo um táxi. A tecnologia me ajuda demais também nesse quesito. Os aplicativos que localizam motoristas próximos e o pagamento eletrônico via celular facilitam demais as coisas. Gostaria muito de ver serviços como o Uber se popularizando no país, mas nossa mentalidade superprotecionista provavelmente impedirá o sucesso de mais essa iniciativa brilhante.

Enquanto o compartilhamento de serviços na Europa e EUA diminuem os gastos e a poluição, motoristas cariocas seguem na contramão indo as ruas dizer que “o táxi do Rio é amarelo”, lutando pela proibição de serviços inovadores. Sério? O táxi do Rio e do mundo inteiro deveria ser o mais barato e conveniente para a população. Enfim, isso é assunto para um outro artigo inteiro. Sejamos minimalistas nisso também!

A tecnologia, conforme já havia apontado em 2011, continua sendo um motor importante do meu minimalismo. Esse final de semana dei um salto. Isso mesmo, salto. Passo é uma palavra pequena demais para descrever as pilhas de livros que ficaram na sala esperando um novo dono: sebos, bibliotecas e amigos que sei que têm interesse comum.

Livros impressos foram digitalizados

Cada um deles foi lido e explorado a exaustão com anotações no meu Evernote. Outros são incríveis demais para serem lembrados apenas com fichamento e foram completamente escaneados num processo, diria, terapêutico. Foram desmontados, digitalizados e depois devidamente descartados. Por favor, não me olhe com esse ar assustado. Não seria justo com o autor manter o impresso e o eletrônico. Assim como não é correto compartilhar a copia eletrônica com os outros. Ela é só minha para uso pessoal.

Enfim, apesar de adorar ler e escrever, não há mais livros impressos meus em parte alguma da casa. Eles hoje habitam meu iPad numa nova biblioteca digital que venho construindo aos poucos. Reflita comigo, o livro em si não tem importância alguma. O que vale é o conhecimento que você adquiriu e as ideias que foram transferidas para o papel pelo autor. Aquele monte de folhas prensadas é apenas um volume desnecessário e pesado na sua prateleira.

TV

E por falar em leitura, a TV que já era coadjuvante na minha vida, foi desaparecendo por completo nesses últimos anos. No artigo de 2011 falei de iTunes e outros serviços, mas a tecnologia não para de surpreender. O Netflix tem melhorado muito e a única TV ao vivo que assistia desapareceu recentemente da minha vida. Notei que os jornais estão sempre atrasados em relação a internet. Incrivelmente atrasados quando comparados até mesmo com suas próprias publicações na rede.

Descobri isso porque montei uma série de listas no meu Twitter para acompanhar o que jornais e revistas publicam. Leio tudo pela manhã via Flipboard com um bom copo de café e quando sentava na frente da TV para assistir o jornal uma sensação de déjà-vu me tomava por completo. Era hilário. Quase podia prever as falas dos âncoras. E o mais curioso é que até mesmo os vídeos das matérias mais polêmicas aparecem nas versões digitais bem antes do jornal televisivo. Alvin Toffler sempre vem a minha mente nessas horas!

Com a chegada do horário eleitoral, que modifica toda programação da TV, me vi ligando o aparelho nas horas erradas para assistir os jornais que, aliás há anos já havia percebido, são todos semelhantes entre si. Sem acertar a hora, aproveitei para eliminar por completo a programação ao vivo da TV. Considero essa mais uma vitoria do minimalismo. Se antes assistia diversos jornais, agora leio apenas o que interessa pela manhã e continuo tão bem informado quanto antes. Ou mais!

Roupas

Minha nova empreitada tem sido o guarda-roupas. Mencionei em 2011 que tenho poucas roupas, mas estou buscando eficiência. Por exemplo, avaliando tecidos que posso lavar sem precisar passar; calçados que posso usar em diversas ocasiões e roupas mais eficientes como as calças que uso em viagens por serem leves, confortáveis e que ainda podem ser convertidas em bermudas. Genial!

Entendo perfeitamente que há casos e caso e nem sempre o que funciona para um, funcionará para outros. Mas você não precisa trilhar o mesmo caminho que trilhei. Nem prego isso! Se está buscando “o menos”, precisa apenas encontrar no seu estilo de vida ações que possam te tornar mais leve e perseguir a mudança gradativamente.

O que posso dizer aos que chegaram até aqui na leitura é que tenho dedicado cada vez mais tempo e dinheiro a experiências e não a coisas. Viajo mais, me divirto mais, experimento mais e me sinto cada vez mais rico com o menos que tenho a cada dia. Tem sido uma jornada incrível! [Webinsider]

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Vladimir Campos é escritor. Veja mais sobre ele.

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5 respostas

  1. Jane, na verdade, antes de vender o carro eu mantive ele na garagem por 4 meses experimentando o novo estilo de vida. Meu gasto é basicamente com metrô. Os táxis são muito raros. Diria que um ou no máximo dois por mês na média. Por isso, tenho certeza que o gasto hoje é muito menor.

    Mas o gasto não foi o fator principal na tomada de decisões. O que pesou mesmo foi a tranqüilidade de não ter que lidar com problemas de estacionamento, flanelinhas, manutenção, gasolina, seguro etc. Parei de ter preocupação com tudo isso.

  2. Ola Vladimir,

    Acompanho seu trabalho pelas redes sociais há bastante tempo e como você estou na busca pelo menos.
    Sobre o carro, tenho pensado bastante nisso. Nos finais de semana, para passear em casa de familiares, amigos, parques, etc, você também utiliza táxi? Voce mencionou que durante um ano planilhou os gastos com carro. Fez o mesmo nesse um ano sem carro? Como ficou os custo/beneficio?
    Obrigada por compartilhar.

  3. Blz Vladimir! Um amigo me indicou esse seu post e cara, muita coisa a gente compartilha na jornada do minimalismo aqui em BSB! Te convido a conhecer meu Portal minimalista destralha!
    Quando quiser trocar ideias estamos aqui. Compartilho da sua felicidade de uma vida simples! Abração!
    Rica

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