A internet já assumiu o papel da TV nos dias de hoje? Qual o futuro da televisão e no que ela precisa se transformar para continuar competindo fortemente com a internet? Podemos considerar a internet como o resultado da convergência dos meios tradicionais?

Estas são algumas questões, que ficam como pulga atrás da orelha, para muitos curiosos que acompanham todo este processo tecnológico da globalização, com um olhar mais analítico.

De início é interessante entender a história; as convergências tecnológicas tiveram início a partir dos anos de 1980 e 90, com avanço da rede telefônica tradicional, no qual houve a fusão da telefonia, com a internet. Os primeiros internautas tiveram dificuldades, afinal se hoje há alguns problemas para se conectar à rede, imagine naquela época, em que a famosa rede discada era inicialmente a única disponível. Portanto, a convergência tecnológica é a fusão de dois meios de comunicação em um só, neste caso convergência entre redes de voz e dados.

Mais adiante, houve a convergência da telefonia fixa com a móvel, que não teve muito sucesso no começo, mas que algum tempo depois teve o projeto retomado e tem como resultados serviços como de transferências de chamada do fixo para o celular, ou vice versa, ou caixa de mensagem de voz integrada. Fora a integração de pacotes de serviços, que disponibilizam a cobrança dos dois serviços em uma só fatura. Também temos o exemplo de convergência total, na qual os documentos que estão, por exemplo, no desktop do computador, pode ser visualizado em qualquer lugar pelo aparelho móvel, informações como as de agenda de contatos, blocos de notas, arquivos, e serviços, podem ser acessados em ambos terminais.

A interatividade é um dos caminhos da convergência

Entendendo um pouco sobre convergência tecnológica, é possível buscar respostas sobre o que está acontecendo com a televisão e a internet, se elas andam paralelamente ou se caminham de mãos dadas.

Um dos possíveis indícios de que há colaboração entre os dois meios de comunicação, é a TV interativa, que de acordo com STANDKE (2002), constatou que as emissoras têm buscado em suas programações interagir com o telespectador. Tem-se como exemplo programas em que o telespectador decide o final ou elimina os participantes das disputas, onde perguntas são respondidas pela internet ou há aparição de frases nos programas que foram enviadas por telespectadores. Também foi constatado que nas últimas olimpíadas pessoas assistiam aos jogos ao vivo nos estádios, postavam as emoções e narrações dos eventos nas redes sociais e isto atraía as pessoas que não estavam presentes nos jogos ao vivo, a ligarem a TV, para acompanhar o que estava acontecendo; foi verificado que as pessoas enquanto assistem TV, estão logadas a internet. De certa forma, nestes casos TV e internet conciliaram uma parceria.

Por outro lado, existe a insatisfação de muitos internautas, com a programação oferecida tanto na TV aberta como na TV a cabo. Muitos se queixam de muito entretenimento vago, e pouca informação, ou até uma informação manipulada com intuito de vender um produto apenas. Muitos destes, já optaram por se desligar da telinha, e manter a navegação exclusiva na web, que oferece vídeos e tutoriais que ensinam de tudo no YouTube, filmes, bibliotecas online, jogos, e até mesmo em algumas emissoras a programação da TV em modo online.

Porém trocar a TV a cabo, pela banda larga, pode até ser uma opção mais econômica, mais carrega ‘n’ fatores a colocar na balança. Como por exemplo, tudo relacionado à web deve ter um cuidado maior, pois há o perigo existente no meio digital, como vírus, roubo de senhas de conta bancária, ameaças virtuais. Uma sugestão é usar um antivírus, colocar senha de bloqueio de tela nos smartphones, pois em caso de roubo ou perda, os dados não ficam vulneráveis. Isto é importante, pois as ameaças não estão somente nos desktops, mais qualquer aparelho móvel com acesso a internet pode ser alvo destes crimes virtuais. Fora isto, há a questão da velocidade de internet, o mínimo necessário para uma boa visualização de filmes é de 2mb, o que poucos têm acesso atualmente.  Há sim a vantagem de escolher o filme que quiser, e assisti-lo quantas vezes desejar, como é feito por meio da contratação da NETFLIX o que já não é possível na TV a Cabo, que sugere sua própria programação.

Há projetos para o desligamento do sinal analógico para 2017, mas dentro disto, há várias questões referentes o acesso de internet para todos, até lá todas as famílias possuirão aparelhos compatíveis e riscos como interferência no sinal da TV digital por aparelhos móveis já terão sido anulados.

Pensando no agora, algumas empresas de TV a cabo, já tem buscado oferecer uma combinação de serviços de voz, internet banda larga e televisão, que é conhecido no meio comercial como Triple play, um modelo de negócios que integra vários meios de comunicação, segue a linha da convergência tecnológica. A Net, é um exemplo, com seu serviço NET TV a Cabo oferece tudo isto numa só fatura e num só atendimento. Mais recente a proposta: Net Now, sugere que o cliente leve a programação da HDTV, por onde for, por meio de seu aparelho móvel.

São várias opções, para diversos gostos, e o mercado tem buscado se antenar ao gosto do freguês, ainda não é possível decidir por abandonar completamente a TV, e viver somente com a banda larga, pois os problemas de conexão ainda existem, e teria a necessidade de todo um trabalho do Estado para manter a segurança virtual, caso o uso exclusivo da internet se torne uma febre em todo o país. A TV precisa sim de novos conteúdos, de programações mais conceituadas, infelizmente a manipulação da mídia sempre irá existir, pois o que faz a TV sobreviver é a propaganda e a audiência.  O gosto do público se tornando refinado obrigará a TV a se readequar, para manter a alta na audiência e continuar gerando demanda para sua programação. [Webinsider]

…………………………

Leia também:

• A TV paga hoje
• A TV está mesmo agonizando. O que vem depois?
• O futuro da TV um pouco mais definido… e divertido

…………………………

Conte com o Webinsider para seu projeto de comunicação e conteúdo

>>> Veja como atuamos.

Henrique Vieira

Henrique Viera, 22 anos, estudante de Comunicação Social na Belas Artes de São Paulo.