Os interesses individuais e coletivos nas organizações

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Que o ser humano é uma criatura complexa, não há discussões. Segundo Limongi-França (2004) esta complexidade está alinhada ao conceito do “ser biopsicossocial”. Em outras palavras, para se entender o homem é necessário um alto grau de compreensão nas esferas física, psicológica e social.

No ciclo normal da vida, o ser humano nasce no seio de uma família, cresce e se desenvolve seguindo os critérios mencionados acima. Por exemplo, aos três anos de idade, a criança é inserida no convívio escolar, espaço este que proporciona subsídios para ampliação das relações sociais com os novos colegas e educadores. E desde aquele momento, a pessoa é envolvida em situações diferentes que até então não eram do seu costume.

Com o passar do tempo, essas relações sociais se ampliam e o entendimento do mundo também e, dentro desta perspectiva, o desenvolvimento deste ser humano agrega novas formas de pensar, agir, comunicar e conflitar seus anseios e desejos no mundo que o cerca.

No entanto, paralelamente à metamorfose sofrida por ele, há imposições de regras, padrões, leis, normas e diretrizes que, por muitas vezes, são rejeitadas e questionadas. Esta não aceitação gera o conflito. E quais são os motivos destes conflitos?

A resposta é simples: as pessoas são diferentes e os interesses também são diferentes. Passando este entendimento para o mundo empresarial, Abraham Maslow, psicólogo americano que se dedicou às pesquisas no campo do comportamento individual, trouxe uma notável contribuição para os estudos organizacionais ao estruturar, hierarquicamente, as necessidades humanas por meio de uma pirâmide chamada de “Hierarquia de Maslow”.

Segundo o estudo de Maslow, um indivíduo alcança a próxima escala de necessidade quando a anterior for totalmente sanada, conforme pirâmide abaixo:

piramide-de-maslow

Já o psicólogo Frederick Herzberg entende que a Hierarquia de Maslow pode ser dividida em dois fatores de relevância às necessidades do homem: os higiênicos e os motivacionais.

Os fatores higiênicos são aqueles que influenciam indiretamente o comportamento do indivíduo dentro da organização, como companheiros de trabalho, estrutura física; por outro lado, os fatores motivacionais são aqueles próprios da pessoa e que a motiva a ter sonhos e alcançar por meio do trabalho.

Diante deste cenário, é plausível compreender os porquês das brigas e conflitos no âmbito organizacional e a preocupação dos gestores com situações que não agregam nada à vida da empresa. Pelo contrário, prejudicam (e muito) a visão estratégica da empresa.

 Mas qual é o melhor caminho para as organizações equilibrarem os interesses individuais e coletivos? Existe alguma saída? 

A resposta pode ser discutível, principalmente pelas razões já explicitadas nos parágrafos acima. Porém, a resposta mais coerente é sim. Marcovitch (1973) citado por Kunsch (1986, p.20) aborda com propriedade o que pode ser o ponto de equilíbrio para os interesses individuais e coletivos de uma “organização”:

Quando o homem junta esforços com outros homens surge a organização. O homem é um elemento multiorganizacional que continuamente vê-se afetado por várias organizações e, ao mesmo tempo, a influencia.

O homem é mais do que um ser vivo. Através das organizações ele consegue ampliar suas aptidões, aproveitar melhor as habilidades e os conhecimentos de cada um, a fim de satisfazer suas necessidades básicas, emocionais e espirituais. O homem é um ser que produz e para isso se associa. A organização corresponde a uma associação de homens e uma coordenação de esforços.

O melhor caminho é o entendimento de ambos os lados, seja ele no campo político, cultural, sociológico ou psicológico.

Há técnicas de treinamento e desenvolvimento de pessoas, pesquisas e diagnósticos organizacionais que podem auxiliar na compreensão destas necessidades e no equilíbrio das mesmas para uma convivência harmoniosa entre aqueles os colaboradores.

Eis a difícil missão. Mas se cada um ceder de uma parte haverá grandes possibilidades de consentimento e harmonia. Afinal, são pessoas que regem as instituições e isto não tem como mudar.

Referências

LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. 2ª Edição. São Paulo: Atlas, 2004.

MARCOVITCH, Jacques. Contribuição ao estudo da eficácia organizacional. São Paulo, 1973. p.5. apud Kunsch (1986). [Webinsider]

…………………………

Leia também:

…………………………

Conte com o Webinsider para seu projeto de comunicação e conteúdo

>>> Veja como atuamos.

Rafael Souza Coelho (rafaelcoelho.consultor@gmail.com) é consultor e professor universitário.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *