“Realidade aumentada, eu escolho você!”

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Pokemon Go traz avanços em relação à realidade aumentada

Para quem não é “dos games”, era uma vez três empresas que dominavam as plataformas (consoles) que as criancinhas de 4 a 80 anos jogavam: Sony, Microsoft e Nintendo.

Embora esta última tivesse uma apaixonada legião de fãs e clássicos personagens – reconhecidos até mesmo por quem não vive neste universo lúdico -, suas mais recentes empreitadas corporativas causaram nada mais que frustração.

Vamos ver o que falaram os números:

Pokemon Go e o valor das ações da Nintendo

 

Valor das ações da Nintendo desde 1999: aquela montanhazinha ali foi o lançamento do Wii-U… muita expectativa = muita decepção

Dando um ‘zoom’ no último mês, porém, surgiu uma nova montanhazinha que está animando – temporariamente – os fãs e investidores da empresa do Super Mario e do Sonic:

Crescimento do valor da Nintendo de U$ 7 bilhões

 

Esse singelo pico do lado direito, que corresponde a um crescimento no valor da empresa de “apenas” U$ 7 bilhões (a maior alta desde a década de 80), é resultado de um único lançamento. Quer dizer, praticamente um pré-lançamento (por enquanto apenas na Austrália e EUA).

O novo hype e a nova razão pela qual um monte de gente vai ficar correndo na rua olhando para o celular se chama Pokemon Go. Um game que une o mundo real e o virtual através de um aplicativo de realidade aumentada e que tem a Nintendo como dona de 1/3 do projeto.

Pokemon Go, da Nintendo

Grosso modo, para quem ainda não leu nada sobre o tema, os jogadores usam a câmera e GPS dos celulares para encontrarem Pokemons ‘escondidos’ pelo mundo (real) e capturá-los para jogar com outros jogadores.

É a transposição da narrativa do desenho (Pokemon) para a ação do “expectador”, agora ator desta história.

Veja o trailer do jogo:

 

Olhando tudo isso do ponto de vista financeiro, fica a forte dúvida se esta abertura da Nintendo para além dos seus próprios consoles salvará a empresa japonesa ou se o Pokemon Go é apenas mais um ‘fogo de palha’, usando um termo bem conhecido em terras brasilis.

Mas, para quem está interessado na questão narrativa desta brincadeira, este aplicativo é o que mais próximo chegou da massificação da realidade aumentada.

Ok, a funcionalidade em si não é nova; mas, até hoje, o que mais vimos com outras iniciativas do gênero foram video cases com alguns punhados de pessoas utilizando a realidade aumentada de forma apática e mais pela curiosidade do que pela facilidade contínua que a aplicação poderia oferecer.

A realidade aumentada sempre foi ‘uma coisa legal’, mas que ainda chamava atenção mais pela tecnologia em si que pela simplificação de processos.

Pokemon Go mesclou de uma forma totalmente imersiva – do ponto de vista narrativo – a atividade lúdica (caçar Pokemons) com o cotidiano destes jogadores.

Ou, por outro ponto de vista, incluir o game em uma atividade física já existente ao invés de criá-la em função do jogo (vide Kinect, Wii e afins, que tiveram seu auge e hoje amargam caixas empoeiradas).

Não sei se li no Update or Die ou no Brainstorm#9 (deixo os dois links aqui, ótimos sites) sobre o fato do Pokemon Go poder se tornar o “tipping point” (o momento em que grandes mudanças ocorrem) com relação à realidade aumentada, justamente por trazê-la de uma forma simples, imersiva e transparente.

Aumentando a realidade

A realidade aumentada tem um potencial incrivelmente inexplorado de catalisar o fluxo de informações em tempo real e, juntamente com a IoT (Internet of Things), automatizar processos de vida que sejam possíveis e adicionar mais conteúdo para tomada de decisão daqueles processos que necessitem (ou que se queiram) serem conduzidos pelos indivíduos.

Não precisamos chegar ao extremo de pendurar conteúdos aumentados em absolutamente todo disparador (“coisa”) do mundo real, tornando-o uma grande máquina de fliperama (como nesse vídeo sensacional do Keiichi Matsuda, Hyper-Reality), mas, seguramente, conectar seus sentidos ao universo de informações disponíveis na ‘rede’ poderá facilitar em muito qualquer processo decisório ou realização de tarefas.

Realidade aumentada sem celulares, acredite, é possível!

Particularmente, acredito que num futuro não muito distante a ideia de que tínhamos que segurar uma caixinha preta para visualizar elementos de realidade aumentada vai soar como esta previsão de 1912 sobre o futuro das chamadas telefônicas:

Previsão de 1912 sobre como seria o telefone em 2012

 

A tecnologia é ainda mais fascinante quando invisível, ou melhor, quando ubíqua.

A solução dos problemas a que ela se propõe deve estar ligada à transparência dos aparatos tecnológicos que tornaram isso possível.

Por exemplo, quando você não quiser deixar seu carro se dirigir sozinho:

 

 

O finado Google Glass conceitualmente entregava exatamente isso, a inclusão de dados virtuais complementares ajudando em tarefas diárias. Contudo, penso que ele chegou cedo demais em um mundo que ainda está moldando sua coexistência real e virtual.

 

 

Demasiado?

O Pikachu poderia reverter acelerar esta mudança? Hum… sozinho creio que será muito difícil.

Mas conforme os criadores de soluções digitais colocarem o serviço prestado pela tecnologia em primeiro plano, à frente das caixas (dispositivos) que os processam, poderemos aumentar ainda mais o potencial da realidade aumentada. [Webinsider]

. . . .

Leia também:

http://br74.teste.website/~webins22/2016/07/07/internet-das-coisas-com-inteligencia/

JC Rodrigues (@jcrodrigues) é publicitário pela ESPM, pós-graduado pela UFRJ, MBA pela ESPM. Foi professor da ESPM, da Miami Ad School e diretor da Disney Interactive, na The Walt Disney Company.

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