Políticos erram na comunicação

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Políticos tropeçam na comunicaçãoA comunicação vem se tornando complexa, à medida que surgem mais e mais canais de interação, aplicativos e redes sociais.

Mas uma coisa é certa: políticos só associam comunicação à divulgação, seja pela imprensa ou pela publicidade oficial.

Um exemplo disso é o atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad.

Em sabatina promovida por UOL, Folha de S.Paulo e SBT, Haddad afirmou que houve um déficit de comunicação durante sua gestão, devido à cobertura de temas nacionais pela imprensa e à redução da verba destinada à publicidade pelo seu governo.

No entanto, atribuir a má avaliação da gestão à pouca divulgação de suas realizações é confundir comunicação com publicidade. Explico o porquê.

Primeiro, a imprensa noticiou amplamente a implantação de ciclofaixas, a ampliação de corredores de ônibus, o fechamento da Av. Paulista para lazer aos domingos e a redução de velocidade nas marginais e principais vias da cidade.

Clareza

À época de cada uma dessas mudanças, o que faltou foi maior clareza sobre os motivos e impactos, além de ampla divulgação do planejamento dessas ações e tempo para efetiva implantação e aceitação.

Tudo pareceu ter sido feito sem um plano consistente, às pressas, sem diálogo e transparência.

Segundo, veicular propagandas em diferentes canais com as realizações da gestão é uma estratégia de comunicação – mas e as outras existentes?

Por que não usar mais as redes sociais para dialogar com a população? Esse, aliás, é um canal subutilizado por todos os políticos no Brasil, talvez pela abertura que dá aos usuários para se manifestar.

Publicidade oficial

A via de mão única da publicidade oficial impede que as reais e múltiplas opiniões apareçam, além de enfatizar apenas os feitos, os dados e as histórias que condizem com a imagem que se deseja passar aos eleitores.

Vale dizer: Haddad não está sozinho. É preciso que os políticos em geral assumam uma nova postura no mundo digital em que todos (inclusive eles) vivemos e que concebam a comunicação em sua complexidade, não apenas associando-a à divulgação, via imprensa ou publicidade.

Divulgar planos, ser transparente nas implantações de ações, usar redes sociais, participar de fóruns abertos e de audiências públicas durante todo o mandato – e não apenas em período pré-eleitoral – são atitudes fundamentais para que as demandas da população sejam ouvidas e (ao menos) discutidas – e para que os frutos da gestão sejam sentidos no cotidiano das pessoas, e não apenas publicizados. [Webinsider]

Leia também:

Vivian Rio Stella é doutora em Linguística pela Unicamp, pesquisadora de Pós-Doutorado no grupo Atelier da PUC-SP, consultora e diretora da empresa de treinamento executivo VRS Cursos.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *