Dataportability.org: uma ação para abrir o grafo social

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Já falamos aqui sobre o manifesto de Brad Fitzpatrick sobre a abertura do grafo social. A idéia geral, que na época daquele artigo era mais um sonho, uma utopia, era que os usuários pudessem ser realmente donos do conteúdo que produzem. Em resumo:

  • Você deveria ser dono da sua rede social;
  • Privacidade deve ser levada a sério e o controle fica nas suas mãos;
  • É bom ser capaz de encontrar aquilo que já é público sobre você na internet;
  • Todo mundo tem várias redes sociais e elas não precisam estar sempre conectadas;
  • Tecnologias abertas são os melhores meios para se resolver estes problemas.

Um passo concreto para a abertura do grafo social

Agora essa idéia passou de um sonho. Há uma ação concreta no sentido de deixar que as pessoas aproveitem a colaboração na web como a web realmente é: uma plataforma. Sendo uma plataforma, não um banco de informações, não fazia sentido – pelo menos para uma empresa que diz colocar os usuários em primeiro lugar – que um serviço prendesse as informações das pessoas.

O detalhe é que há muito tempo a tecnologia necessária para tornar isso real já existe. Mas tecnologias sozinhas não inventam nada. É aí que entra o pessoal do Dataportability.org, cuja missão é juntar essas tecnologias já existentes – como apml, openID, microformats, RDF, RSS, OPML, Oauth – para criar uma referência de design e melhores práticas para a portabilidade de dados.

Além disso, precisam promover esse design para a comunidade de desenvolvedores, empresas e usuários. Para ajudar nessa tarefa, criaram um selo que identificaria os serviços participantes, assim como o ?Intel Inside? identifica os computadores que possuem o processador Intel.

Mas que adiantaria tudo isso se as principais comunidades que todas as pessoas utilizam não apoiassem o movimento? Aí é que está a grande notícia:

Gigantes como o Google já participam do projeto

Segundo o blog Read/write/web, gigantes do mercado de comunidades como Google, Facebook, SixApart, Flickr e Twitter já estão participando. Cada um enviou um representante oficial para ajudar. Quem representará o Google no projeto será o próprio Brad Fitzpatrick, criador do OpenID e líder do OpenSocial (iniciativa do Google para criar um padrão industrial para criação de widgets para comunidades).

Com esses gigantes participando da jogada, provavelmente o resto do mercado de comunidades será pressionado a participar e abrir seus dados também.

Um futuro melhor para usuários e desenvolvedores

Há quem diga que esse deve ser um momento muito importante na história da web. O momento em que os usuários poderão controlar seus dados e levar facilmente seus amigos para lá e para cá, entre as diversas plataformas da web.

Para os desenvolvedores será o dia em que poderão criar um site colaborativo sem se preocuparem em concorrer com o Orkut ou outra comunidade, pois os serviços se complementarão em vez de rivalizarem entre si prendendo os dados dos usuários para que eles não possam migrar para o rival.

Assim, se eu criar um novo site, melhor que o Orkut, as pessoas poderão mudar para ele se quiserem, sem precisar convidar um a um todos os seus amigos e refazer suas preferências de privacidade, seu perfil, etc. [Webinsider]

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Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.

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3 respostas

  1. Que maravilha! Deixo de ter como apelo comercial meu cadastro, meu banco de dados. Não ou dono de nada, mas somente da minha expressão, daquilo que me pertence. ou seja, acredita que conteúdo pode tornar-se, enfim, relevante, valorizado. esse mundo pode ser real pra gente pequeno quando? vamos falar sobre isso no newscamp? topa dar umas aulas de graça?

  2. Algo que só me ocorreu agora, depois de ler a matéria pronta: neste ponto – quando o grafo estiver realmente aberto – uma base de usuários cadastrados será commodity. Então veremos funcionar a lei da conservação de lucros: ?quando os lucros desaparecem em um estágio da cadeia de valor, porque um produto se torna modular e comoditizado, a oportunidade de ter lucros mais atrativos com produtos proprietários (fechados) vai emergir, usualmente, em um estágio adjacente àquele onde os lucros desapareceram?.

    Mais sobre a LCL, que Tim OReilly diz ser uma das regras da web 2.0 nesta postagem no meu blog.

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