Claudio Almeida Prado
Existem cerca de 20 milhões de usuários de internet no Brasil, de acordo com pesquisa divulgada pela agência de pesquisa e marketing online, e–Bit. Desse total, 12% têm o hábito de realizar compras via web, o que movimentou R$ 745 milhões no primeiro semestre desse ano e gerou um aumento de 51% superior ao mesmo período de 2003.
São cinco mil lojas na rede à disposição dos consumidores. Toda essa movimentação deverá gerar até o final desse ano, a receita de R$ 1,8 bilhão, sendo 40% superior à do ano passado.
Ainda de acordo com a pesquisa, 60% dos consumidores são homens contra 40% do sexo feminino. Outras características do perfil do consumidor online são apontadas pela pesquisa, revelando que 71% do total pesquisado, têm entre 25 e 49 anos de idade. Apenas 1% desses compradores têm até 17 anos, mesma porcentagem dos maiores de 65 anos. A renda média familiar do consumidor online é de R$ 3.900,00, sendo ainda que 57% possuem nível superior completo.
O crescimento do comércio eletrônico no Brasil é fruto de um amadurecimento do setor que passou a olhar as compras pela web de uma forma mais abrangente. Assim, as empresas aprimoraram de forma substancial serviços como distribuição, qualidade de informações, atendimento pré e pós–vendas. Esses fatores, por sua vez, contribuem de forma decisiva para a melhorar a percepção do cliente em relação á segurança.
Sob essa ótica, o conceito de segurança é muito mais amplo do que os aspectos tecnológicos. Esses, embora fundamentais, são apenas uma parte da equação. Uma transação de compra é considerada segura pelo consumidor apenas se ele receber a mercadoria no prazo combinado, dentro de suas expectativas de qualidade (informações recebidas devem ser coerentes), em ótimo estado e que não tenha que pagar nada além do combinado. E, nesse sentido, a prática do comércio eletrônico evolui muito.
Contudo, ainda há muito terreno a ser conquistado. Certamente o poder de compra dos 20 milhões de usuários é muito superior aos valores transacionados na internet. Colabora com esse dado o fato de que o número de visitas às lojas virtuais é muito maior do que o número de transações efetivadas. Isso dá uma indicação clara de que muitas pessoas utilizam a internet para pesquisar mas ainda preferem efetivar a compra na loja real.
Longe de ser esse um fato negativo, isso dá uma clara visão de que o comércio eletrônico deve continuar mantendo essa trajetória de crescimento. Para isso, é necessário que se invista cada vez mais no aumento de percepção de segurança do cliente. Ações de orientação ao consumidor, melhoria na segurança dos meios de pagamento e na parte de logística são fundamentais para o processo. [Webinsider]