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Quanto maior a irrelevância, menor a atenção

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MrManson

Ao decidir editar um jornal, você se compromete a entregar conteúdo fresco todos os dias para o seu leitor. O mesmo acontece com um programa de rádio, uma revista ou um programa de TV. As características destes meios de comunicação exigem uma boa dose de planejamento. Uma gráfica preparada para a impressão de X páginas, um acordo de distribuição para os pontos Y e Z, a reserva de um espaço com tempo e freqüência de exibição pré–determinados na grade de programação de emissoras e etc.

Enfim, tudo isso acaba amarrando o seu conteúdo. E qualquer pessoa que trabalhe no meio, sabe que a necessidade de preencher espaços a qualquer custo é um grande pesadelo. Ainda mais nesse ritmo alucinante que a própria mídia está se impondo. O resultado acaba sendo catastrófico em muitos casos. Quadros alongados para “encher lingüiça”, reprises exaustivas, notícias mal apuradas, matérias que seguem cada vez mais o estilo “ctrl + c / ctrl + v”… O editor acaba descumprindo o compromisso fundamental que deve ter com seus leitores, ouvintes ou telespectadores: requisitar seu precioso tempo apenas para entregar informação relevante.

E que tipo de amarras a internet impõe? Absolutamente nenhuma! No mundo virtual não há limites mínimos ou máximos para quantidade de conteúdo a ser entregue para nossos preciosos “unique users”. E contraditoriamente acabamos nos tornando vítimas desta característica única, que poderia nos deixar muito mais à vontade do que os editores de outras mídias.

Ao invés de entregar apenas o relevante, muita gente acaba optando por entregar tudo o que pode. Uma atitude de puro egoísmo e egocentrismo, motivada pela falsa idéia de que ao lerem tudo em seu site, os usuários não precisarão buscar mais informações em outro lugar. Ou ainda, que o hábito de ver algo novo sempre que retorna ao site o fará retornar cada vez mais freqüentemente e estabelecer uma espécie de rotina. Uma busca cega por mais visitas, mais pageviews, mais cadastrados…

Os números do relatório de visitas podem até crescer, mas quem segue este caminho está esquecendo o que realmente importa: influência. Quanto mais coisas irrelevantes você entregar, menos atenção receberá. Uma coisa é ter dez mil visitantes diários, outra, completamente diferente, é ter dez mil leitores.

Uma responsabilidade que cabe exclusivamente ao editor acaba se transferindo para o receptor da informação. Além de perder tempo lendo e entendendo, ele também precisa filtrar o que é bom e o que está lá apenas para ele visualizar mais uma página e imprimir mais um banner.

Não é à toa que o TiVo está vendendo como água nos EUA. E depois nego reclama quando ninguém quer perder tempo assistindo seus comerciais de 30 segundos. E a solução que encontram? Trazer toscamente o anunciante para dentro do conteúdo, o tornando em muitos casos ainda mais irrelevante e chato.

Alguém tem dúvidas que o exemplo da TV vai se repetir na web? Logo grande parte do hábito de leitura via navegação em browsers vai ser substituído pelo uso de ferramentas como os feeds em RSS. E o que você vai fazer? Inflar ainda mais seu conteúdo para que os números não caiam? Ou usar esta estupenda ferramenta para se comunicar instantaneamente com seus leitores sem precisar adestrá–los a retornar todos os dias? Se naquele dia você quer comunicar 50 fatos interessantes, você o faz. Se naquela semana não está acontecendo nada, fique calado sem qualquer prejuízo para sua base de leitores.

Trate seus visitantes como cúmplices e não como um par de olhos colados na tela. Na web, o poder de influência que você pode ter sobre os seus leitores é absurdo. Esta é a verdadeira interatividade, e não enquetes bobas perguntando “o que você acha de X ou Y”. [Webinsider]

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Artigos de autores diversos.

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