Leonardo Oliveira
Venho publicando, à revelia das previsões, textos que instiguem o debate em torno da construção das estruturas de organização, exposição e aquisição de informações na web, valendo–me da utilização das ferramentas da Arquitetura da Informação.
Porém, é muito importante que antes de mais nada tenhamos a exata compreensão dos termos que são largamente utilizados no dia–a–dia dos que trabalham com os ambientes digitais e, dentro deste universo de significações, qual o exato papel e relevância de cada um.
O objetivo deste artigo é auxiliar a definir, ou pelo menos refletir, sobre qual a dimensão alcançada nos dias atuais pelos termos dado, informação e conhecimento.
São vários e com diferentes objetivos os estudos realizados neste campo das ciências da comunicação. Alguns autores se destacam pela profundidade de suas análises, outros pelo inusitado de seus enunciados. Não pretendo, e nem seria possível, esgotar o assunto em um artigo. Por isso, ao final do texto apresento algumas referências para os que se interessarem por aprofundar o tema.
Por hora as postulações mais apropriadas para traçar um paralelo entre estes estudos e sua aplicação no trabalho com a Arquitetura da Informação vem do professor Valdemar Setzer, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, IME, que publicou na primeira edição da revista de ciência da informação DataGramaZero (dez/99), um estudo que buscava esclarecer as confusões geradas na utilização dos termos dado, informação, conhecimento e competência.
Definições
Para se contemplar a estruturação da significação humana, devemos entendê–la como dividida por camadas de complexidade semântica. Desde a caracterização de dados, passando por informação, depois conhecimento para enfim chegarmos à competência, escalamos rumo a uma maior abstração, o que podemos entender como um aumento de interação humana, estágio após estágio.
O que os meios de comunicação digital oferecem em larga escala, através da publicação na internet, são unicamente informações, construídas com os dados das diversas bases instaladas.
Segundo Setzer:
“…dados são puramente sintáticos enquanto informação contém, necessariamente, semântica. Conhecimento é uma abstração interior (…) relacionada a alguma coisa existente no mundo real e do qual temos uma experiência direta”.
Os dados são, dos quatro termos propostos, os únicos passíveis de uma real definição. Isto porque são os que menos dependem de interpretação, ou interação humana para gerar seu valor.
Informação e conhecimento dependem, em proporções diferenciadas, do agente interpretante para se constituírem. Sem o papel desempenhado pelo internauta, configuram–se apenas como possibilidades, um vir–a–ser digital. Por fim, a análise da competência não cabe neste momento, visto que caracteriza–se pela intervenção física de seu agente. Está exibida apenas para fins ilustrativos.
Hoje em dia vivemos o processo de transformação de dados em informação, e por isso ainda estamos num momento de trocas objetivas de dados, e no máximo, em agrupamentos de dados, sem que utilizemo–nos de maneira a gerar valor social.
A transformação de informação em conhecimento necessita, além de habilidades técnicas para a captação dos dados e sua formatação em informações relevantes, de um repertório teórico que possibilite uma abstração da informação e um vislumbre de sua aplicação prática.
Resumidamente:
Dados são quantificáveis
Informação associa–se à semântica
Conhecimento à interpretação
Competência está associada à capacidade física
Trabalhando melhor com a arquitetura da informação
Se os ambientes digitais diferem das relações presenciais entre indivíduos e a mensagem sofre as alterações e influências dos meios de comunicação utilizados para seu transporte, do emissor ao receptor, são mais complexos os processos de construção de significados e de conhecimento entre os interagentes.
As ferramentas da arquitetura da informação (apresentadas em artigos anteriores aqui no Webinsider, veja ao lado) devem auxiliar o trabalho do receptor para interpretação das mensagens, afim de torná–las efetivamente informação, recursos com os quais chegará ao conhecimento.
O ciberespaço apresenta–se como campo fértil para mediadores e interagentes do processo do conhecimento, pois ao tempo que permite o acúmulo e a recombinação dos dados para que o receptor utilize–os como informação, também são estas informações alteradas pelas respostas de seu receptor, que agora passa a interagir como emissor, num sistema complexo de significações que abraçam os dados, os canais de transmissões digitais e as re–alimentações propiciadas pelos usuários deste sistema. [Webinsider]
………………………………………………………………………….
Fontes para imersão
Dado, Informação, Conhecimento e Competência – Revista DataGramaZero
Sharma, Nikhil, The Origin of the Data Information Knowledge Wisdom Hierarchy
Data, Information, Knowledge, and Wisdom
Entrevista com Tom Davenport e Larry Prusak na
Brint.com
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