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Todo mundo da minha cidade indo trabalhar fora

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André Bandim

Nos últimos dois meses, fui convidado para, no mínimo, 10 despedidas de amigos e amigas que se mudaram do Recife para o mundo. Temporariamente ou não, deixaram nossa cidade querida – e meus largos abraços – competentes jornalistas, publicitários, webdesigners, músicos, cientistas sociais, webwriters, videastas. Mas, deixando o saudosismo de lado, que loucura é essa? Para onde diabos vai esse povo todo? E, principalmente, por quê?



Se sua experiência e seu repertório cultural lhe dizem que não há nada de novo nisso, infelizmente, sou obrigado a concordar. Desde de que o mundo é mundo e o Brasil é o que é, nordestinos migram para São Paulo ou para qualquer outro canto que ofereça condições mínimas de trabalho. Difícil mesmo é ver a coisa toda saltar dos livros e acontecer com gente próxima ou com você mesmo.



Falta mercado. Esse é sempre o primeiro motivo para o êxodo. No caso dos profissionais de web, com um agravante – o medo. Pior que fobias próprias, o medo que os clientes têm de investir em algo novo. Uma cultura reacionária que se espalha tanto na esfera estatal quanto na privada há séculos. A conseqüência imediata é uma involução do mercado digital local. Clientes medrosos geram empresários medrosos. E empresários medrosos e sem verba, trabalhos sem qualidade, pouco criativos e sem nenhum diferencial. O processo estagna e bons profissionais tornam–se caros e dispensáveis. E aí, lá vamos nós, paraíbas, discutir digital solutions em São Paulo.



Colocar a culpa disso tudo no cliente seria, talvez, irresponsável e injusto. Inclusive, por que há vários casos muito bem sucedidos de e–commerce, sites institucionais, promocionais e governamentais por aqui. Talvez a culpa disso tudo seja do governo, que sobrecarrega os empresários com impostos absurdos; talvez das faculdades que formam pseudo–empreendedores; talvez dos seus avós, arcaicos senhores de engenhos. Talvez até dos nossos índios que não resistiram ao domínio mercantilista português. Mas acho já vou longe demais.



A verdade é que, enquanto o resto do mundo oferecer oportunidades deslumbrantes de crescimento intelectual e profissional, nossos talentos escoarão sem pensar duas vezes. Afinal, não dá pra ter uma carreira profissional e ser um revolucionário ao mesmo tempo. Ou dá? Por enquanto, prefiro rever meus amigos. [Webinsider]



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