O 2? Congresso de Audio Branding, realizado na Alemanha em 5 de novembro, trouxe algumas novidades da área de pesquisa sobre como o som afeta o comportamento de consumo.
Quem nos apresentou esse assunto interessante e revolucionário foi o professor Charles Spense, chefe do departamento de pesquisa em psicologia experimental da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Spense nos contou sobre os testes que vem fazendo e que comprovam que a experiência multissensorial na área de consumo é infalível quando a intenção é que o produto seja percebido, lembrado e mais consumido.
Por exemplo: uma escova de dentes elétrica para crianças da Disney tem cores e formas que remetem à brincadeira. Se adicionado ao produto um cheiro que lembre doces e um som que remeta a jogos, definitivamente a criança ficará mais tempo escovando os dentes. Isso impacta na reputação do produto e, consequentemente, em suas vendas.
Spense diz: “O que ouvimos pode mudar completamente a percepção do que se vê. Muitos produtos poderiam entregar sons diferentes e mudar substancialmente seus números”.
Ele dá exemplos: copos plásticos poderiam ser arquitetados para reproduzirem som de água, pois seu som estridente não combina com seu conteúdo; o ruído dos sprays dos desodorantes está muito relacionado ao de inseticidas quando poderiam remeter a frescor e bem estar; os carros poderia entregar um som diferente para tornar a experiência de dirigir mais silenciosa e prazerosa.
Som mais crocante
Spense ganhou o prêmio Nobel de Nutrição em 2008 com um case de batatas fritas. Após meses de estudo e testes, junto a engenheiros de produção, encontrou uma maneira de dar à batata um som mais crocante. Dessa forma, a batata parece mais fresca e saborosa. A mudança aumentou as vendas em 15%.
Além disso, nos chama a atenção para o som das embalagens e nos conta sobre um teste feito com cachorros. Toda vez que cientistas colocavam comida para eles, tocavam um sino. A ação repetida condicionou os cães a associarem o som do sino à comida. Ele então afirma: “Da mesma forma, os seres humanos podem ser condicionados pelos sons barulhentos das embalagens das batatas fritas, que fazem com que a experiência de comer se antecipe”.
Depois de escutarmos sobre os experimentos de Spense, abrem-se ainda mais as possibilidades. Essa é a tônica do século XXI, o desafio dos empresários e dos consumidores, a grande quantidade de oferta e os milhões de caminhos que temos para chamar a atenção para o nosso produto. Como escolher?
Uma coisa é certa: tocar a nossa audiência/consumidor pelos sentidos criando experiências sensoriais simultâneas com o produto é a grande chave do momento. Um universo cheio de mistérios para se explorar e sem dúvida o som tem um papel fundamental nesse novo leque de oportunidades. [Webinsider]
Audiência do Congresso de Audio Branding, realizado na Alemanha
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2 respostas
oi Ricardo!
Claro poderia ter citado o Pavlov, é que esse caso é tão conhecido que nem me passou pela cabeça! Obrigada pela pontuação.
Mas pra um procrastinador senior até que voce esta bem atento 🙂
beijo
Z
Só uma correção na parte do texto que diz: “…Além disso, nos chama a atenção para o som das embalagens e nos conta sobre um teste feito com cachorros. Toda vez que cientistas colocavam comida para eles, tocavam um sino. A ação repetida condicionou os cães a associarem o som do sino à comida.”
Essa é a teoria dos reflexos condicionados, descrita por Ivan Pavlov, um médico e fisiologista, aliás, nascido em 1849.
Do jeito que está o texto, parece ser uma conquista do Sr. Spense, o qual é citado no texto.
No mais, o texto está ótimo.