2011, o ano da convivência de mídias

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Dia desses, vi “Fúria de Titãs” com meu filho no DVD. Não a primeira versão, um clássico da Sessão da Tarde de décadas atrás, mas o remake. Para minha surpresa, o filme é mil vezes melhor que o original; é o “Fúria de Titãs” que eu gostaria de ter visto quando tinha 13 anos. Desta vez contaram a história que, antes, apenas tiveram a intenção de contar.

Seria simples eu dizer: “ah, nos anos 80 é que faziam bem filmes de aventura!”. Ou, o contrário, dizer que, com os efeitos visuais de hoje, é que se consegue produzir filmes de forma decente.

Mas nenhum dos argumentos cabe nesta situação. A refilmagem é boa porque a história é ótima – e para por aí.

À beira de 2011, não há mais espaço para admiradores de “épocas” ou gerações ficarem se digladiando. É óbvio que cada uma delas tem qualidades e, neste caso específico, um alcance tecnológico.

Contudo, uma história bem contada sempre será uma boa história, independente da tecnologia ou da mídia.

Por isso, há algumas semanas, ao conversar com um gerente de comunicação sobre a possibilidade de oferecer ao público interno uma versão folheável do house-organ da empresa, fiz questão de começar a explicação deixando claro que o maior receio neste caso não procedia: o de tornar a edição impressa obsoleta.

Acredito que a convivência de mídias seja o novo norte da Comunicação. Após anos de queda de braço entre velhas e novas mídias, o bom senso venceu.

No caso de uma revista interna, até que se diminua a tiragem por conta de uma versão folheável com mídia rica incluída – pois não é todo mundo que gosta deste tipo de mídia. Ambas são necessárias, e dentro deste raciocínio vale até criar uma opção em pdf puro. Há quem goste.

Da mesma forma, precisei acalmar os ânimos de uma equipe de webtv, quando o diretor de outra empresa solicitou que fosse oferecida, para cada vídeo, sua transcrição. Foi complicado lembrar aos profissionais que o mais importante não era o formato a que eles se dedicavam com tanto esmero, e sim a mensagem que eles queriam transmitir. O objetivo não era que as informações chegassem ao público interno? Então que fossem oferecidas transcrições, sim!

Não importa a mídia. O “x” da questão é o conteúdo, o que se deseja transmitir. Seja através de sinal de fumaça ou transmissão de pensamento, o que devemos compreender daqui em diante é que há lugar para tudo.

Afinal, o que vale é a história que está sendo contada.

Por isso, é sempre bom lembrar:

  • Tecnologia é “apenas” uma ferramenta de comunicação. Há diversas versões, e talvez nenhuma atenda. Não é tão incomum assim – e por isso novas tecnologias de comunicação são criadas a cada dia. Que fique claro que é a tecnologia que está à nossa disposição, e não o inverso.
  • Tecnologia é ponte para o público. Desta forma, entenda que você pode estar enviando seu conteúdo em um ônibus espacial enquanto, na verdade, ele é seu vizinho de andar. “Be simple”, sempre.
  • Tecnologia não é obrigação. Antes que isso se esvaia nas brumas do tempo, é sempre bom lembrar que papel é tecnologia, ok? Ah: e nenhuma delas é obrigatória. Achar que é criar uma imagem negativa para seu cliente se você não oferecer qualquer tecnologia digital é um engano e tanto. Ter isso em mente demonstra amadurecimento.

Em suma, não caia no lugar comum de raciocínios rumo à extinção, mas que ainda povoam nosso dia a dia, como “a melhor mídia social é o sofá da minha casa, conversando com meus amigos”, ou que “você está fora do mercado se não está no Twitter ou no Facebook”.

Fazemos parte do coletivo, mas somos, antes de tudo, indivíduos, cada um com o seu conteúdo – e é isso que importa.

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Bruno Rodrigues (bruno-rodrigues@uol.com.br) é autor do livro 'Webwriting' e de 'Cartilha de Redação Web', padrão brasileiro de redação online'.

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2 respostas

  1. Bruno, seu artigo é um sopro de sensatez.

    Na organização para a qual trabalho, infelizmente ainda temos que conviver com uma luta insana entre “apocalípticos” (que pregam o irremediável fim das mídias impressas e acham que a web é panacéia para todos os problemas de comunicação) e os “tradicionalistas” (que não abrem mão dos gastos com papel de jeito nenhum, mesmo quando os princípios de bom senso e economicidade apontam o meio eletrônico como mídia ideal).

    Quisera as empresas e organizações pelo mundo afora tivessem uma visão equilibrada e serena sobre a convergência (e a convivência) entre as mídias.

    Abraços e parabéns pelo artigo!

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