É fato na política: o mundo não suporta mais ditadores. A crescente onda de revoltas populares nos países árabes confirma isso, ao mesmo tempo em que expõe as vísceras do fato através da internet e suas redes.
É fato no trabalho: as pessoas não suportam mais gestores truculentos, sejam eles movidos pela pressão dos resultados ou pela necessidade de se manter o controle no grito. Expressões como “assédio moral” e “constrangimento” vêm ganhando força no mundo corporativo, deixando claro que, se a força moral não for suficiente, a força da lei poderá se fazer presente.
O despertar de novos líderes, antenados com as atuais expectativas humanas, e ciente das ferramentas que tem à disposição para transformar expectativas em resultados, é uma necessidade real de toda empresa, grupo ou organização que pretenda sobreviver às próximas décadas e gerações. Líderes que que construam pontes inteligentes entre a geração Y, a geração X e os baby-boomers farão a grande diferença nesse novo mundo.
O exercício da liderança situacional, conceito que envolve o exercício de diversos papeis – como o de líder afetivo, líder modelador, líder dirigente, líder treinador, líder democrático e líder coercitivo – sem que, por isso, se sofra algum tipo de crise de identidade, é o modelo que mais faz sentido dentro dessa nova ordem.
Em cada papel estará presente a necessidade primordial de identificar e oferecer não aquilo que a pessoa quer, mas aquilo que ela precisa. Mesmo que essa ação implique na necessidade de reprimendas e exigências mais diretivas, essas o serão feitas de forma a estimular o potencial do colaborador na solução do problema, e não de forma a sepultá-lo sob escombros de humilhação.
Logo, é preciso conhecer a todos da equipe, para acertar na delegação. É preciso se fazer presente, otimizar recursos, manter uma comunicação clara e, principalmente, transparente. E exercitar aquilo que identifica o verdadeiro líder: a capacidade de transformar pessoas, identificando e formando novos líderes capazes de, a qualquer momento, assumir a sua posição.
Este é um dos dilemas de liderança mais difíceis de serem digeridos por quem tem sangue ditatorial nas veias. E que, cedo ou tarde, há de cair: seja pela pressão alta provocada pelo péssimo ambiente, seja pelo colesterol das sabotagens cotidianas que, silenciosamente, entopem as veias da organização, enfartando um dia todas as possibilidades. [Webinsider]
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Eduardo Zugaib
Eduardo Zugaib (falecom at eduardozugaib.com.br) é profissional de comunicação, escritor e palestrante motivacional. Sócio-diretor da Z/Training - Treinamento e Desenvolvimento.
Uma resposta
Legal seu texto Edu.
Queria aproveitar pra pedir uma opinião sua… você acredita que a motivação da equipe seja de responsabilidade de seu superior direto ou deve ser uma premissa ampla da empresa, no papel de seus gestores e profissionais voltados aos recursos humanos?
Em outras palavras, um gerente de projetos, de produtos, ou um coordenador técnico, por exemplo, devem ter, como parte do seu job description, procurar atender às necessidades motivacionais da equipe, além das técnicas?
Pergunto isso porque um gestor de projetos, por exemplo, teoricamente, deve ter foco no monitoramento e controle do projeto, documentando e reportando seus superiores, e normalmente acaba não tendo contato direto com a equipe “mão na massa”, e sim, com seus líderes técnicos. E normalmente, quando acaba tendo esse contato, é mal compreendido, enxergado como “o cara chato que vem trazer problemas”.
Hoje mesmo li um comentário, que inclusive retwitei por acreditar fazer sentido:
“Se o Diretor de Criação tem que entender pessoas, ouvir problemas, o Diretor de RH podia também pegar uns jobs, nénão?”
Qual sua opinião a respeito? 😉
Abraços e sucesso.