E lá se vão os tempos em que a publicidade reinava absoluta, impondo ditames e comportamentos a consumidores (aparentemente) passivos. Até mesmo o termo “publicidade” já não tem sido mais tão mencionado e por puro descrédito: a “moda” agora é incorporar o valor da marca ao serviço, sendo este associado direta ou indiretamente a um produto específico.
Mas não vamos chamar isso de moda, pois já não se trata de um modismo. Pode parecer óbvio, mas o consumidor – ou usuário – com a popularização das mídias sociais tornou-se o rei das suas decisões de consumo. E o jogo se inverteu a ponto de empresas online combinarem suas ações com marcas tradicionalmente fortes fora da rede, para somar esforços e potencializar o alcance da mensagem. Ou, melhor dizendo, a experiência do usuário.
“Agregar serviços é mais importante que o produto em si”, afirma Chloe Gottlieb, Diretora Executiva de Criação e Design de Interação na R/GA de Nova York.
E não é para menos. Chloe esteve no Interaction South America 2011 (IxDSA) para falar sobre sua experiência em “Data Driven Design” ou informação orientada ao design, na tradução literal. Para ela, a questão central está em descobrir formas criativas – e éticas, vale ressaltar – de como aproveitar dados oferecidos por sistemas interligados a produtos que possam estimular, para melhor, a mudança de comportamento nas pessoas.
Chloe apresentou os cases Nike+ GPS, Head2Head Football, Nokia Vine e um curioso aplicativo chamado “Tonight.im” para ilustrar como opera o “ecosystem value” da RG/A na definição do fluxo da informação que servirá de matéria-prima para o design orientado a serviços. Os passos básicos desse fluxo são:
1. Identify – Identificar o “problema”.
2. Tracking – Medição de dados relevantes.
3. Mash-ups – Mídias Sociais.
4. Patterns – Identificar padrões.
5. Turn patterns into insights – Cruzar padrões em busca de insights.
6. Shift behaviour – Estimular a mudança de comportamento.
O papel do designer de interação nesse processo é fundamental, muito mais para conduzir a experiência do usuário, de forma a torná-la a mais confortável e atraente possível, do que para trabalhar a imagem do produto/serviço. E claro, levando em conta os “smart devices” – como tablets e smartphones, para citar os mais populares – devidamente integrados à essa experiência.
Assista ao vídeo com a íntegra da palestra de Chloe Gottlieb no Interaction South America 2011 e inspire-se nos atuais desafios que designers e comunicadores terão de lidar daqui para frente:
[Webinsider]
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