Nos últimos anos, os marketplaces surgiram como uma alternativa para empresas que procuram notabilizar seus produtos com um investimento reduzido em comparação às campanhas tradicionais. A fórmula é simples: adapte a um só endereço, físico ou virtual (e-Marketplace), um canal de vendas onde diversas marcas compartilham o mesmo espaço. É um modelo de negócio muito similar ao do shopping center, atraente ao consumidor, uma vez que o conglomerado de marcas traz mais opções e ainda o fator concorrência, que pode impactar nos preços dos produtos.
Há outras vantagens como o compartilhamento das verbas de marketing. A matemática explica: vários lojistas investindo em uma mesma força de marketing resulta em uma maior quantidade de recursos, o que permite construir uma relevância virtuosa ao ponto. Um exemplo prático é o Mercado Livre, hoje o primeiro e-commerce em audiência no Brasil e o 10º no ranking mundial.
Mas tudo tem seu preço e não há almoço grátis. O marketplace tem participação no faturamento das empresas. Enquanto a taxa em shopping centers varia entre 3% a 8% sobre os ganhos, a de marketplaces pode chegar a exorbitantes 25%.
Oras, o empreendedor já é desafiado diariamente a equilibrar a qualidade do produto, focar no público certo, alinhar preço com estratégia, aferir comissionamentos, equalizar loja física de rua e de shoppings centers e loja virtual, buscar volume de vendas. Sem esquecer de alimentar o sócio majoritário, o governo, com a cobrança abusiva de impostos que não se sabe onde são aplicados.
Além do fator financeiro, outro problema do modelo é que o consumidor atraído para o marketplace acaba sendo impactado por todas as lojas ao mesmo tempo, não necessariamente pela sua. E para onde foi sua verba de marketing? Com isso, a visibilidade da sua marca, agora uma coadjuvante, fica diluída pela concorrência interna.
Diluição parece ser uma constante no modelo de marketplaces. Enquanto boa parte do trabalho em administrar é mitigado pelo modelo, a margem de lucro também é achatada. O problema, neste caso, é o desequilíbrio das compensações, uma vez que o custo de manter uma equipe de e-commerce, por exemplo, não é alto. Neste caso, pode chegar a ser até dez vezes menor que os custos de uma (só uma!) loja física.
Cobrar o percentual que o marketplace está praticando pode não ser nem um pouco vantajoso no médio prazo. Faça as contas. E aí vai uma pergunta: porque os grandes e-varejistas brasileiros ainda não aderiram a marketplaces? Com certeza, é a desconfiança quanto ao nível de serviço oferecido pelas lojas. Mais uma razão para crer que investir no e-commerce próprio traz mais retorno às empresas. Um retorno, por vezes, inesperado. Pense nisso. [Webinsider]
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Cristiano Chaussard
Cristiano Chaussard, especialista em e-commerce, diretor da Flexy Negócios Digitais, de Florianópolis, e diretor-fundador do Grupo Digital de Santa Catarina (GDSC).