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O Nieman Journalism Lab publicou o site do projeto Riptide, um alentado estudo sobre as transformações causadas pelo digital na indústria jornalística a partir dos anos 1980.

O projeto é uma parceria do Nieman Lab com o Joan Shorenstein Center on the Press, Politics and Public Policy.

São 15 capítulos detalhando as transformações tecnológicas, sociais e econômicas sofridas pela imprensa nas últimas décadas, com depoimentos em vídeo e entrevistas com mais de 60 profissionais e especialistas profundamente envolvidos com essas transformações.

Segue a lista de capítulos para uma consulta rápida, com os títulos adaptados livremente para o português:

1. A era do teletexto e do videotexto
2. A America se torna Online
3. O Big Bang — a chegada da World Wide Web
4. O Caso do Yahoo
5. Os canais de notícias na TV a cabo
6. A volta dos jornais
7. Os nerds e os novatos
8. O dilema dos inovadores
9. O nascimento da blogosfera
10. A correnteza afeta todos os barcos
11. Emergindo das cinzas do colapso das pontocom
12. O impacto do Google
13. A montanha-russa dos anúncios
14. As redes sociais e as paywalls
15. Como pode ser o futuro

Repercussão

Em um debate de quase uma hora e meia, nomes de destaque da indústria jornalística dos Estados Unidos discutiram o estudo. A introdução foi feita por John Huey, ex-editor-chefe da Time Inc, e o painel incluía Arthur Sulzberger Jr., publisher do NY Times; Tim Armstrong, CEO da AOL, Caroline Little, presidente de CEO da Newspaper Association of America. O debate foi moderado por Martin Nisenholt, conselheiro da New York Times Company.

Bom, mas sexista e derrotista

O estudo sobre as transformações tecnológicas da indústria jornalística é um ótimo trabalho de reportagem, com um grande volume de entrevistas relevantes sobre o tema jornalismo e tecnologia. Mas as críticas vieram logo após a publicação. No paidContent , Mathew Ingram observa que a conclusão geral do relatório é derrotista, algo do tipo “fizemos o que podíamos, mas não conseguimos nos adaptar e prosperar na era digital”.

Outras críticas foram mais sérias, questionando a própria criação do relatório. No Washington Post, Andrea Peterson aponta o grave desequilíbrio de gêneros nas entrevistas.

Os autores de “Riptide” entrevistaram 61 pessoas – 54 eram homens brancos. Apenas cinco mulheres (brancas) e dois homens indianos. Segundo os autores, as entrevistas representam um “grupo amplo mas seleto” de “protagonistas”, cujas lembranças oferecem um quadro sobre “o que realmente ocorreu na indústria jornalística”.

Andrea Peterson observa que o estudo foi realizado por “um grupo 100% masculino e branco usando uma perspectiva 90% de homem branco sobre as mudanças no campo do jornalismo, e chamando o resultado de realidade definitiva”. No relatório não estão incluídas as palavras “mulheres”, gênero”, “hispânico”, “diversidade”, “minorias”, “latino” ou “afro-americano”.

E na revista online Medium, Rachel Sklar escreveu o ótimo texto The Riptide of Titstare” – criando uma conexão entre o sexismo do relatório Riptide e a “piada” de dois jovens australianos em uma convenção de hackers, que criaram o aplicativo “Titstare” (“encarando peitos”, numa tradução livre) que fotografa o usuário (homem) encarando seios de mulheres. Rachel alerta para o sexismo no setor de tecnologia, onde é comum a agressão verbal e o assédio às mulheres.

Obviamente, os coordenadores do estudo no Nieman Journalism Lab não gostaram da associação tecida por Rachel, mas isso não invalida a visão da autora. [Webinsider]

Via News Trends.
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Sergio Kulpas (sergiokulpas@gmail.com) é jornalista e escritor.

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