Antes de começar essa conversa, quero deixar bem claro um ponto: de forma alguma este texto tem como objetivo diminuir a importância para as marcas em construir uma presença ativa no Facebook. A plataforma é extremamente relevante hoje para quase todos os segmentos demográficos e seu valor para a melhoria de atendimento e vendas de muitos negócios é inestimável.
O ponto central desse texto é que, mesmo sendo a plataforma preferencial de marcas de todos os portes, existe uma diferença sutil entre usar conteúdo de forma estratégica e ter uma presença no Facebook.
E essa diferença parece não ser clara para muitas agências e profissionais de marketing.
A questão é meramente econômica: o custo para publicar algo em plataformas sociais é próximo de zero e permite que milhões de pessoas e empresas publiquem conteúdo regularmente, mas as recompensas financeiras obtidas diretamente com o conteúdo publicado (por meio de publicidade, venda de dados dos usuários ou serviços premium) vão para poucas empresas.
Os riscos para um negócio que depende de uma única plataforma são muitos. Vou elencar três deles:
Você não tem controle
Quem manda nas regras é o dono da plataforma. Se por algum motivo você discordar ou violar os termos de uso, pode ser bem trabalhoso reconstruir a mesma reputação e audiência em outro lugar. Em alguns casos, a plataforma pode simplesmente deixar de existir. Quem sofreu para explicar aos clientes a queda brusca nos indicadores depois de uma mudança de algoritmo sabe do que estou falando.
É uma aposta arriscada
Existe um provérbio português que diz: “Não ponha todos os ovos no mesmo cesto”. Provavelmente é um provérbio popular entre investidores e deveria ser também entre os profissionais de marketing. Apostar todos os seus recursos em uma única plataforma é muito arriscado.
É uma questão de foco
Quando escolhemos o caminho mais fácil e nos acostumamos a pensar em uma única plataforma, ficamos viciados nas métricas rasas e deixamos de diversificar nossos esforços de produção e distribuição de conteúdo. Comparar e mensurar o que é mais importante deve ser uma prática constante: o resultado financeiro para o negócio (ou conversão, se preferir um termo técnico) é mais importante que likes ou shares.
Minhas sugestão é não esquecer daquelas práticas marotas pré redes sociais que continuam importantes para qualquer negócio que tenha presença na internet: criar e manter atualizado um site organizado e bonito; manter um esforço constante para a construção de uma lista de e-mails ativa; e criar conteúdo valoroso para seus clientes – independente de onde será publicado.
E se você ficou interessado nas novas estratégias de publicação e distribuição, sugiro a leitura deste texto de Nicholas Carr sobre digital sharecropping e a leitura do artigo que explica o método de publicação e distribuição POSSE – Publish (on your) Own Site, Syndicate Elsewhere apresentado na conferência IndieWeb por Tantek Çelic. [Webinsider]
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Leia também:
- As 10 maiores redes sociais e como lidar com elas
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- Por que não vou publicar mais no Facebook
- O perfil do profissional de mídias sociais no Brasil
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Daniel Souza
Daniel Souza é designer de interação e consultor de usabilidade. Está sempre com um pé no planejamento e o outro no marketing.