No tabuleiro do xadrez não existe sorte. Você é o comandante de um exército contra outro nas mesmas condições.
Nesta partida não dá para ganhar pensando só em se defender e nem devemos jogar por jogar. É preciso ter algumas ideias e pensar cada partida como um todo feito de partes, que se complementam e combinam, com alguma lógica por trás.
Escritores e seus textos lidam com táticas e estratégias o tempo todo. A tática é o combate imediato, a reação a um ataque inimigo ou uma manobra impulsiva.
Mas é preciso de um plano, uma estratégia que oriente nas decisões táticas tomadas durante o jogo.
O mesmo acontece com suas palavras e ideias. Você pode escrever muito bem, mas só isso não basta. É preciso ter uma visão capaz de entender a intenção maior do que você está criando e saber organizar e direcionar seu esforço.
Em um jogo ou luta, leva vantagem quem usa bem sua tática para camuflar sua estratégia.
Da mesma forma, um leitor é seu amigo, mas também seu adversário. Ele não deve conseguir adivinhar os movimentos futuros de suas histórias e personagens, senão perderá o interesse em ler.
Por isso é necessário ter um bom plano ou um bom truque e usar todos os pequenos recursos que criam tensão e interesse numa trama.
No xadrez sempre existe o fator surpresa. Peças que parecem fracas ou inúteis podem mudar um jogo. Um peão pode decidir uma partida, o movimento diferente do cavalo pode torná-lo uma peça de ataque decisiva.
Uma história pode e deve também trazer elementos inesperados. Como no xadrez, os movimentos e ações de personagens secundários podem variar e colocá-los como fator fundamental numa história.
Ao escrever, sempre precisamos tomar decisões e fazer muitas escolhas. Por isso é tão importante desenvolver sua própria estratégia conforme seu estilo e potencial.
Com as palavras também podemos descobrir coisas incríveis ou perder o rumo e nos confundir. E ás vezes nos frustrarmos com uma boa ideia que não se desenvolve ou não rende o que esperávamos.
Num jogo de xadrez, tanto em um jogo rápido ou tenso e demorado, sempre dá para entender a razão de perder ou ganhar o jogo.
Um bom escritor e um bom jogador sabem que nem sempre dá para controlar tudo. Lidamos também com emoções, acaso, sorte e fatores externos.
Temos que pensar nas palavras e no escrever também como um desafio, e que tudo faz parte de saber jogar, e que vitórias e derrotas são dois lados da mesma moeda.
Todos nós e todas as histórias fazem parte de uma espécie de jogo. Jogamos com as palavras e elas jogam com a gente. [Webinsider]
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Roberto Tostes
Roberto Tostes (@robertotostes) é profissional de comunicação e web na área de marketing digital e design gráfico. Publicitário e escritor. Possui o blog robertotostes.com/.
Uma resposta
Ótimo texto. É bem isso. Devemos aplicar sempre.