A visão do produto futuro é o início de qualquer inovação de sucesso. Sem esta visão não se tem um objetivo comum. Toda a visão é uma hipótese que contém suposições sobre o futuro do produto, seus requisitos e o valor que ele vai agregar para a organização.
Pensando nisso, acho bem interessante o conceito de minimal viable product (MVP) do Lean Startup que, de forma bem resumida, trabalha com a ideia de criar uma primeira versão do produto para testá-lo o mais rápido e barato possível.
Esse processo é uma combinação de experimentações práticas o qual pode ser um protótipo descartável ou um incremento em produto já existente, buscando extrair dados para comprovar hipóteses bem como nuances e porquês por meio de investigações qualitativas.
A grande vantagem do MVP é responder a pergunta: se todo o esforço falhar, como podemos falhar o mais rápido possível?
Existem processos, metodologias, procedimentos e sistemas para evitar as falhas, mas no caso do MVP, estamos falando de hipóteses e não de algo que já fizemos e repetimos várias vezes.
Acredite, nós humanos falhamos!
Neste caso, falhar o mais rápido possível pode ser bom se você pensar que gastou menos recursos e tempo. A ideia é aprender mais em menos tempo.
O MVP ajuda a comprovar hipóteses porque funciona como um ciclo build-measure-learn: desenvolver, reunir feedback dos clientes e/ou usuários e aprender com eles.
Para quem trabalha e/ou estuda métodos ágeis como Scrum, a prática que coloca o feedback dos clientes e/ou usuários como norte da evolução do produto (inspecionar e adaptar) é comum, mas existem diferenças entre as práticas do Scrum e do MVP.
O Scrum defende uma lista contendo as funcionalidades desejadas para um produto (Product Backlog) enquanto que no MVP, a preocupação principal é provar a visão inicial do produto.
A visão de um produto não pode ser usada diretamente como entrada do product backlog porque ela contém somente as suposições sobre o futuro produto, mas estas suposições podem ser úteis para identificar o trabalho necessário para validar a visão e assim os itens correspondentes a este trabalho podem ser colocados num esboço do product backlog, ou seja, o backlog será derivado da visão do produto, tornando-o implementável.
Tendo a visão e um product backlog inicial, é possível desenvolver o mínimo de funcionalidade necessária para testar as hipóteses. Desta forma, o MVP e Scrum podem trabalhar juntos.
Com o mínimo de funcionalidade necessária para testar, é possível buscar o feedback dos usuários e clientes e se o feedback dos clientes e usuários confirmarem a visão, faz-se a adaptação do product backlog, adicionando, por exemplo, novas ideias que ajudem a transformar a visão num produto de sucesso.
Quando o feedback anular uma suposição feita na visão, deve-se ajustar a visão e o product backlog.
No caso de incremento num produto existente a criatividade participa do processo de desenvolvimento, criando um ponto de equilíbrio que satisfaz a visão do negócio e um ângulo de inovação que não desvia o produto do caminho.
Concluindo, produtos brilhantes são resultado da correlação de modelos mentais entre os desenvolvedores e aqueles que irão utilizar o produto. Neste processo, o MVP somado ao Scrum coloca a equipe em contato com os clientes para identificar quais são as reais necessidades iniciando o processo de inovação. A experiência prática com o produto ajuda a entender o que o mercado quer e, portanto, consolida o produto e o torna eficiente. [Webinsider]
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Leandro Garcia
Leandro Garcia (@lgarcias) é analista de sistema especialista. Possui o blog Leandro Garcia.
Uma resposta
Bem colocado.
Em uma palestra com um dos desenvolvedores do peixe urbano, logo quando eles começaram as atividades, eu ouvi uma frase assim: “Tinhamos outros 3 projetos engatilhados caso esse não desse certo, inclusive já tinhamos testado um catalogo de estabelecimentos e não havia funcionado”.
Essa é a ideia da startup.
Abraços.