Showrooming, sit-back shopping, social commerce e smartphones

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Com o início da temporada de vendas de fim de ano, novas tendências parecem brotar no cenário do e-commerce. Algumas nem são necessariamente novas, mas voltam à tona toda vez que entramos em uma temporada de feriados, como a que acabamos de citar.

Se alguns anos atrás o frete gratuito e a Black Friday eram tendências meramente especulativas, hoje elas fazem parte de uma realidade impossível de ser ignorada por aqueles que trabalham com comércio online. Conforme aponta o site da ComScore, há quatro “S” que merecem atenção especial nesse final de ano, e em 2013: Social Commerce, Smartphones, Showrooming e Sit-Back Shopping.

Vamos dar um rápido giro por cada um deles:

Social Commerce

i wantEmbora a expressão não seja nova, até o momento o Social Commerce apresentou mais reputação do que resultados práticos. Evidente que a ideia de produtos e presentes sendo recomendados livremente no Facebook e no Twitter, potencializando o marketing boca-a-boca a um nível jamais visto anteriormente, tem sido um pouco exagerada desde o início. Mas isso tende a mudar em breve.

A razão para essa mudança é a rápida emergência de canais sociais mais voltados para a experiência de compra. Alguém aí lembrou do Pinterest? Pois é, mas não apenas ele, sites como o The Fancy e o Svpply, também são exemplos de canais mais direcionados para o consumo.

No ano passado, o Pinterest teve 3 milhões de visitantes nos Estados Unidos no mês que precede as férias. Neste ano ele tem mais de 25 milhões. Com tanta gente pinning produtos que acharam interessantes ou que conseguiram comprar por uma barganha, o fluxo natural aponta que o Pinterest se torne um impulsionador natural de vendas.

Com o The Fancy e o Svpply essa relação é ainda mais incisiva, pois eles disponibilizam a opção “want” para seus usuários e permitem a compra de maneira ágil e rápida.

É lógico que o Facebook não iria ficar para trás nessa corrida. A maior rede social da atualidade já está planejando um “want button” em sua estrutura, e empresas como Victoria Secrets, Michael Kors e Pottery Barn já estão testando o recurso. Além disso, a aquisição do Karma no primeiro semestre do ano também revela uma certa intenção do Facebook em investir mais fundo nesse território.

Smartphones

Outra tendência que não é nova, mas que ainda não revelou todo seu potencial. De acordo com dados da Comscore, este ano a telefonia móvel alcançou 50% de penetração no mercado norte-americano neste ano. No Brasil o cenário também apresenta um crescimento considerável. Uma pesquisa da Flurry indica que, em um ano, a quantidade de aparelhos Android e iPhone aumentou 220% em terras brasileiras. Só perdemos para Chile, com 279%, e China, com impressionantes 401% de crescimento no mesmo período.

Outro fato relevante é o número de acessos via banda larga móvel. No mês de julho, foram 60,1 milhões, um aumento de 46% em relação ao início do ano, segundo uma pesquisa realizada pela Teleco com base em dados da Anatel e informações das próprias operadores.

Com os smartphones se tornando mais acessíveis, um mar de possibilidades se abre não apenas para as empresas que comercializam diretamente os aparelhos. Se você trabalha no mercado de cases para telefones, periféricos, microfones ou conteúdo digital para download, a tendência é observamos smartphones e acessórios respondendo por um percentual significativo de presentes de fim de ano.

Showrooming

Com mais smartphones por aí, o hábito de analisar um produto na loja física para depois comprá-lo online – também conhecido como “showrooming” – tende a ganhar força. Dessa forma, o usuário pode comparar os preços em tempo real para tomar a melhor decisão na hora da compra. Nos Estados Unidos esse costume já está bem enraizado, embora a maior parte das pessoas ainda desconheça a expressão “showrooming”.

Um estudo recente, realizado pelo Edgell Knowledge Network, em parceria com o Ebay, revela que esta prática atinge cerca de 80% dos lojistas dos Estados Unidos, causando prejuízos que representam em média 5% de sua receita total. No Brasil o hábito ainda não está consolidado, mas é uma questão de tempo para que se torne uma realidade.

Sit-Back Shopping

Uma das grandes mudanças nos últimos dozes meses foi a popularização dos tablets. Antes vistos como itens de luxo com preços exorbitantes, agora é possível encontrar modelos de vários tamanhos e tipos, com valores bem mais acessíveis.

Os usuários de tablets, que eram pouco mais de 220 mil no início do ano passado no Brasil, hoje são cinco milhões e representam 13% dos acessos à internet por meio de dispositivos móveis. E esses números só tendem a aumentar. É claro que isso também está transformando as maneiras como as pessoas acessam conteúdo e os horários em que elas fazem isso.

O hábito de comprar também é afetado e, inclusive, é uma das atividades mais populares em tablets, sendo a categoria de roupas e acessórios uma das mais procuradas. Talvez o fato de que as pessoas usem esses dispositivos em momentos em que estão em um estado de espírito mais relaxado, como quando estão viajando ou à noite em casa, seja o estimulante para a popularização das compras em tablets. Compreender e saber como aproveitar esse comportamento, também conhecido como Sit-Back Shopping, representa um grande potencial para os varejistas nesta temporada. [Webinsider]

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Márcio Eugênio, sócio fundador da D Loja Virtual, é especialista em e-commerce.

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