Interessante ver empresas jogando xadrex – ou poker. Contexto: Facebook (junto com Microsoft) e Google disputam quem vai sair vencedor no campo promissor das redes online de relacionamento.
Últimos lances:
1) Google fracassa em sua estratégia de conquistar o mercado, especialmente porque vê seu produto, o Orkut, colonizado por turbas de adolescentes brasileiros. Vê também o avanço do Facebook, um experimento que surgiu em Harvard, se espalhou pelos campi universitários norte-americanos e se tornou a melhor opção de site de relacionamento para quem não tem uma banda (de música) alternativa e por isso prefira o MySpace.
Microsoft compra 5% do Facebook pela bagatela de US$ 240 milhões, indicando que o valor do site é de US$ 15 bilhões.
2) Google contra-ataca encabeçando a campanha pelo Open Social, uma solução tecnológica para permitir a interoperabilidade entre redes sociais. A intenção é reduzir a força do Facebook fazendo com que o usuário precise de apenas uma conta para acessar todos os sites de relacionamento participantes.
Por enquanto, entre os inscritos estão Hi5.com, Viadeo, MySpace, Friendster, Orkut and Yahoo!. (Alguns comentaristas criticam o Google por promover a abertura de informações apenas quando isso é conveniente e questionaram a decisão da empresa de manter em sigilo, por exemplo, o algorítmo que faz funcionar seu sistema de busca.)
Ainda este mês o Google anunciou o lançamento do Google Friend Connect, um serviço para donos de sites aumentarem o tráfego oferecendo programas que estimulam o convívio social entre os visitantes. (Entenda mais sobre isso aqui.)
3) Agora é a vez do Facebook anunciar um projeto com código aberto para sua plataforma de desenvolvimento.
Diz o release distribuído nesta terça: “Nós estamos trabalhando em uma iniciativa de código aberto com o objetivo de ajudar desenvolvedores de aplicativos a entenderem melhor a plataforma do Facebook e construirem aplicativos mais facilmente.” A idéia é fazer como o Linux – permitir que programadores usem o código do Facebook como quiserem, contando que isso promoverá o desenvolvimento da plataforma e o resultado poderá ser aproveitado para melhorar o Facebook.
Esse é um exemplo típico de competição empresarial beneficiando a sociedade. Para conquistar a preferência do consumidor, cada parte vai oferecendo mais vantagens. E como não entendo muita coisa de negócios, fico pensando como isso terminará, se eles podem chegar a um equilíbrio (truce) ou se no final apenas um estará de pé. [Webinsider]
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Juliano Spyer
Juliano Spyer (www.julianospyer.com.br) é mestre pelo programa de antropologia digital da University College London e atua como consultor, pesquisador e palestrante. É autor de Conectado (Zahar, 2007), primeiro livro brasileiro sobre mídia social.
3 respostas
Acredito que o Facebook demorou muito para tomar este rumo de ação, agora eles já perderam um pouco de terreno com o lançamento do OpenSocial. Se tivessem feito isto antes o impacto seria muito maior.
Realmente a briga está boa nessa área.
E só assim mesmo para ela evoluir bem mais rápido, com essas empresas abrindo mais e mais suas plataformas por APIs e outras funcionalidades para acelerar o crescimento das redes com a colaboração em massa.
Utilizando mão de obra qualificada e apaixonada por tecnologia que residem além dos muros de suas empresas multi-milionarias.
E Luthiano eu concordo, o jogo das redes sociais ainda está longe de acabar?
Abs,
O lançamento do fbOpen é interessante, porém, mesmo com o código-aberto, continua sendo uma iniciativa proprietária. Melhor seria se o Facebook mudasse a visão umbigocêntrica de plataforma centralizadora e adotasse os padrões de Data Portability! O jogo das redes sociais ainda está longe de acabar…