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Os cinemas de antigamente tinham o saudável hábito de promover sessões nas manhãs dos finais de semana, destinados aos meninos e adolescentes. Numa época em que a televisão ainda era incipiente, essas sessões, chamadas de “matinês”, faziam a alegria da garotada. A palavra vem do francês. Derivada de matin, matinée significa literalmente na parte de manhã, embora as matinês dos cinemas se referissem às sessões vespertinas como um todo.

E sem dúvida alguma no meu espírito, a matinê de maior sucesso que eu assisti foi o Festival Tom & Jerry. O interessante é que existe uma expressão de língua inglesa, que se refere ao que se chama de “unsung hero”, que é aquela pessoa cujo devido valor nunca foi reconhecido ou que foi esquecido pelo tempo. Pois bem, o cinema Hollywoodiano está cheio deste tipo de herói, e eu vou agora citar três deles: William Hanna, Joseph Barbera e Scott Bradley. Os dois primeiros ainda tiveram alguma sorte, por causa dos seus trabalhos posteriores na TV, mas Bradley nunca foi sequer comentado, a não em uma recente edição em DVD de alguns desses desenhos.

As matinês do Festival aconteciam na cadeia dos cinemas Metro, todo primeiro domingo do mês. Eram duas sessões, a segunda terminando próximo da hora do almoço. Lá em casa, um dos meus tios, casado com a irmã da mamãe, pedia licença aos meus pais, para me levar ao Festival, já que ele mesmo era fã dos desenhos. O que, aliás, era compreensível: os grandes estúdios americanos, Warner, Universal (Walter Lantz) e M-G-M, que tinham departamentos separados para animação, dedicavam o seu trabalho mais para o público adulto do que para as crianças.

Eu tinha cerca de 5 a 6 anos, quando assisti aos Festivais. Esse meu tio gostava da segunda sessão, e principalmente de assisti-la do balcão superior do Metro-Tijuca. Na minha frente, eu via um mar de crianças impacientes para a sessão começar, e agitadas durante a exibição do costumeiro jornal da tela. Naquela época, o boletim da censura precedia a exibição dos filmes. Eu hoje posso jurar que a maioria daquela criançada, assim como eu, éramos todos analfabetos ou no início da alfabetização. Mas, quando o slide da censura aparecia com o nome do primeiro desenho, a mudança no ambiente era extraordinária. E quando o leão da Metro surgia na tela, anunciando o desenho, havia um verdadeiro furor dentro do cinema.

Descrever hoje como isso acontecia é quase impossível. A presença da figura dos personagens na tela (veja na captura abaixo) despertava uma excitação de tal nível, que era difícil conseguir ouvir a trilha do filme. Muitas crianças se levantavam. Eu mesmo tinha que levantar o assento da poltrona, para enxergar a tela. E, ao final de cada desenho, a criançada batia palmas com entusiasmo. E esta rotina de gritos e palmas corria durante toda a sessão, em todos os Festivais que eu assisti.

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Eu tenho certeza de que esses Festivais marcaram as vidas de muita gente. Na época da faculdade, lá por volta de 1971, eu trouxe alguns desses desenhos para exibição, e foi uma daquelas raras vezes em que o auditório do CBPF, onde rolava o nosso cineclube, ficou totalmente lotado!

Os responsáveis por essa alegria

Os estúdios americanos instalaram departamentos de animação, para fornecer complementos, na forma de curtas-metragens, para os exibidores. O estúdio de animação da M-G-M foi montado com esta finalidade. E contratou dois ex-animadores do Disney, Hugh Harman e Rudolf Ising, para fazer os desenhos. E no início o produto principal do estúdio incorporava elementos das Silly Simphonies de Walt Disney, e muito pouca criatividade além disso. A seu favor, estavam os objetivos institucionais da Metro, que não admitiria filmes com mau acabamento, e de fato os desenhos da Metro tinham uma cor Technicolor de fazer inveja.

Foi uma dessas felizes coincidências que fez William Hanna, que tinha vindo com Ising e Joseph Barbera, que tinha vindo dos estúdios nova iorquinos de Paul Terry, se encontrarem no estúdio de animação da Metro, para criar juntos novos personagens.

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William Hanna (sentado) e Joseph Barbera, em foto tirada já na época dos desenhos produzidos para TV.

A primeira idéia, que parecia batida para os padrões da época, os fez criar uma dupla de gato e rato, o primeiro com o nome de Jasper. O primeiro desses desenhos foi “Puss Gets The Boot”, de 1940, onde se nota o design ainda primitivo de Tom:

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Os executivos da M-G-M não se interessaram pelo projeto, mas os exibidores pediram mais. Em curto espaço de tempo, o design do personagem mudou e os desenhos adquiriram uma dinâmica poucas vezes vista no cinema. A série toda ganhou sete estatuetas Oscar e foi o espaço mais lucrativo da M-G-M, mesmo quando o estúdio entrou em declínio financeiro.

As causas do sucesso

William Hanna não desenhava nem era animador. Mas, como ele mesmo relata em sua história, era estudioso de música e havia aprendido com Ising a fazer uma das coisas mais importantes do cinema: o ritmo da edição! O ritmo nada mais é do que a cadência de troca entre vários planos (tomadas de câmera), durante uma determinada seqüência. Faz-se uma contagem do tempo do plano (minutagem) e altera-se o ritmo para o filme andar mais rápido ou mais lento, diminuindo-se ou aumentando-se o tempo de cada plano. Esse aspecto é extremamente importante na linguagem do cinema, e a edição (montagem) dos planos pode arruinar ou salvar filmes, se decisões erradas forem tomadas a este respeito. Desnecessário dizer, e aí basta olhar os desenhos de Tom & Jerry, que Hanna era um artesão de grande estatura, na hora de criar o ritmo dos desenhos.

Joseph Barbera era desenhista, e a sua principal virtude era saber desenhar a pose exata de cada personagem. A pose é importante, porque é ela quem dará a graça da expressão corporal incluída na anedota (“gag”) desenvolvida pelo roteiro do desenho. A partir das poses (inicial e final) toda a animação das seqüências é feita. Essa animação é entregue aos técnicos animadores. O perfil, os maneirismos, e as piadas visuais desses desenhos, entretanto, são devidos à maestria de Barbera.

Os dois juntos mostravam uma compreensão correta do que é o cinema, antes de se tornar animação e foi isso, em última análise, que fez Tom & Jerry ser o sucesso que foi.

No cinema de animação até então feito, os seus grandes mestres faziam de tudo, às vezes até mesmo a animação dos personagens. Ao dividirem este trabalho, Hanna e Barbera conseguiram otimizar a execução de cada desenho e até mesmo aumentar a produção do estúdio, sem deixar cair a qualidade entre um desenho e outro!

E se isso não bastasse, ambos ainda contariam com a genialidade de Scott Bradley. Compositor, arranjador e regente, Bradley tinha a seu dispor a orquestra do estúdio, e a usou com grande proficiência. A fanfarra (clique abaixo para ouvi-la) da abertura dos desenhos da M-G-M, e particularmente as de Tom & Jerry, eram absolutamente fantásticas e ajudavam a criar o clima de expectativa de momentos de diversão que estavam por vir.

Fanfarra dos desenhos Tom & Jerry

Mas Bradley fez muito mais do que isso. De forma inteligente, se valeu do fato de que a M-G-M tinha uma das maiores e melhores produções de filmes musicais e inseriu constantemente temas desses filmes, na forma de citações, nos desenhos do estúdio.

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O que ainda é extraordinário na obra de Bradley é que ele quase nunca repetia seus próprios arranjos. A própria fanfarra de Tom & Jerry foi apresentada com muitas variações, de acordo com o desenho, ora mais rápida, ora com mais percussão, e vai por aí.

A influência de Tex Avery

Tex Avery foi um dos maiores artífices da comédia em desenhos americanos. Seu trabalho na Warner foi pontuado pela sua contribuição na criação de Bugs Bunny (Coelho Pernalonga), mas a sua criatividade atingiu o ápice quando Avery entrou para a Metro. Dotado de uma imaginação fértil, com a consciência profunda das limitações dos desenhos animados do tipo “cartoon”, Avery investiu na desestruturação dos personagens e da própria película onde o filme é fotografado.

O exagero nas expressões faciais e a saída dos seus atores do fotograma do filme podem ser vista nestas duas capturas de “Northwest Hounded Police”:

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Avery fez uma aposta com Hanna e Barbera sobre quem conseguia colocar mais ritmo nos desenhos. A influência de Avery nas expressões e poses pode ser observada num número enorme de desenhos da série:

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Em sua biografia, Avery aponta para um fato singular dos desenhos da Metro: seu produtor, Fred Quimby, era um homem sem nenhum senso de humor. Mas, foi Quimby quem deu a retaguarda necessária para que todos os melhores desenhos fossem feitos, com praticamente nenhuma interferência, o que é compreensível, já que ele mesmo foi o recipiente, como produtor, de vários Oscars.

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Tex Avery, ao centro, mostrando uma parte do storyboard de “Red Hot Riding Hood”, uma paródia hilária de Chapeuzinho Vermelho, de Disney. À sua esquerda, Fred Quimby.

O fechamento do estúdio

Uma dessas coisas difíceis de se entender é como se fecha um estúdio tão produtivo como este de animação da M-G-M, justamente no seu momento de maior criatividade. A M-G-M, como um todo, estava perdendo dinheiro e bilheteria, agravado com a perda do controle da sua cadeia exibidora (menos no Brasil e outros lugares), e com isso os chefões de Nova York decidiram fechar o estúdio de animação. Fizeram isso, segundo Barbera, com apenas um telefonema! Mas, quando chegaram depois a Hollywood, descobriram que o estúdio de animação dava, na realidade, lucro. E quando tentaram reverter o fechamento, Hanna e Barbera já tinham ido embora, e levando com eles todo o estafe, para o seu estúdio de filmes para a televisão

Os frustrados executivos da Metro ainda tentaram reverter a situação, contratando diretores como Gene Deitch e Chuck Jones. Ambos bons em suas artes, mas incapazes de encarnar de volta o espírito de Tom e Jerry, revelados por Hanna e Barbera. Com o fracasso, a série se encerrou para sempre na M-G-M.

Hanna e Barbera, por seu turno, tiveram uma promissora evolução na televisão mundial, criando personagens, que se tornaram o status dos seus criadores e do estúdio, e séries que foram enorme sucesso na década de 1960 e o são até hoje, quando reprisadas.

Menos sorte teve Tex Avery, que, depois de passar pelo estúdio de Walter Lantz, onde, aliás, fez ainda criações excepcionais, tentou a sorte na indústria de propaganda, mas seus projetos neste setor acabaram por levá-lo ao ostracismo e ao esquecimento.

A herança de censura de Tom & Jerry

Na mais absoluta falta de respeito com o público e com seus criadores, os herdeiros dos desenhos da série Tom & Jerry promoveram toda a sorte de cortes ou de banimento de desenhos inteiros, praticamente acusando seus cineastas de extremo sadismo e preconceito racial. As últimas coletâneas em vídeo doméstico, lançadas pela Warner, contendo esta censura, dispararam o protesto veemente de colecionadores e fãs, e obrigando o estúdio a não se omitir quanto à preservação de outros lançamentos do gênero.

O mundo de Tom & Jerry se deu, na maior parte do tempo, abaixo da cintura dos personagens humanos. Este é um toque de genialidade dos seus criadores, mas que não impediu os censores de ignorar isso e fazer o corte que desejavam:

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“Mammy Two Shoes", banida pela censura, por alegação de estereótipo racial.

A lembrança do Festival

O cinema Metro-Tijuca era luxuoso e tinha projeção e som exemplares. Ao entrar no cinema, as pessoas pisavam num carpete forrado com um tecido que nos dava a sensação de se estar andando num tapete de espuma. Lá dentro, o ar condicionado perfeito, as poltronas criteriosamente dispostas na platéia, e o escurecimento paulatino das luzes, quando a projeção começava e as cortinas se abriam, nos fazem lembrar dele até hoje.

Uma réplica do cinema, em escala reduzida, foi montada por Ivo Raposo, na cidade de Conservatória, Rio de Janeiro, e está aberto à visitação pública em horários a combinar com seus visitantes. Uma cópia do pôster anunciando o Festival Tom & Jerry pode ser visto na entrada do cinema:

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[Webinsider]

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Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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23 respostas

  1. Oi, José Coutinho,

    Da minha parte, infelizmente, eu nada posso fazer para lhe ajudar. Espero que algum leitor lhe dê alguma dica. Existem coletâneas em DVD de vários tipos, quem sabe você não acha alguma do seu interesse?

  2. ´
    FOI COM PURA EMOÇÃO VER POSSIBILIDADES DE GRAVAÇÕES DE FILME ANTIGOS, GOSTARIA DE SABER DE IXISTE POSSIBILIDADES DE GRAVAÇÃO DOS SERIADOS, OS VERDADEIROS HEROIS DAS MANIT~ES DE DOMINGO.

    UM ABRAÇO

    JOSE COUTINHO SIMOES

  3. Oi, Paula,

    A minha saudosa prima, já falecida infelizmente, nunca passava dos 29 anos! E a gente se divertia um bocado com isso, ninguém se importava com a idade dela, por causa do carinho entre nós. E era isso, em última análise que nos prendia a coisas afetivas, e por falar em relação afetiva, eu te confesso que estou tendo um grande prazer de ouvir e ler das pessoas aqui, que passaram pela experiência do festival, e gostaram de ler o texto que eu escrevi. Só que eu não fiz nada a não ser tentar mostrar porque a gente guarda uma relação emotiva tão forte com o cinema, e que nos impulsionou a colecionar e trazer estes filmes para casa, nos dias de hoje.

    Talvez a nossa geração tenha dado um pouco mais de valor a isso tudo, porque a presença da televisão nos marcou (graças a Deus) muitíssimo menos!

    E é para nós uma tristeza saber que não existem mais os cinemas Metro e o Pax. Se alguém criasse o túnel do tempo, era para lá que eu queria ir!…

  4. Paulo Roberto,

    Acredito que vc tenha mais ou menos a mesma idade que eu (não vou confessar qual é a minha aqui em público!). Na mesma idade que a sua – 5, 6 anos – eu tb servia de álibi para um “marmanjo” ir assistir ao festival Tom & Jerry, no meu caso no cinema Pax, na Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Lembro como se fosse hoje que todo primeiro domingo do mês o Seu Murilo, nosso vizinho de porta, padrinho, amigão etc, batia lá em casa em torno das 7 da manhã, para lembrar que “hoje tem festival Tom & Jerry”. E lá ia eu de álibi, que era só para ele não entrar sozinho no cinema…
    Boas memórias… Que bom que pudemos viver isso…

    abs

    Paula Cabral de Menezes

  5. Olá, Diogo,

    Restar, até que restou sim. Porém, a situação é praticamente irreversível, senão vejamos:

    O Carioca está tombado, mas nas mãos de uma igreja evangélica. Seria o cinema ideal para recuperação, mas quem é que vai bancar isso?

    Os dois Tijuca-Palace estão lá, mas apodrecendo. O proprietário fez o mesmo com o Paissandu, e está nesse impasse: não abre, não vende, não arrenda. Houve até um grupo de São Paulo que se interessou, mas depois parece que desistiu.

    As outras salas que não foram demolidas estão tão desfiguradas, que é quase impossível recuperar, porque ninguém mais abre cinema fora de shopping, como você sabe.

    A propósito da Tijuca, eu fiz um outro texto, mais antigo, que talvez você se interesse em ler: http://webinsider.uol.com.br/2009/09/03/cinemas-de-rua/, que enfoca também a Saens Peña.

    E, se tudo correr bem, estará saindo um outro por esses dias, específico sobre o Metro.

  6. Olá, Fernando,

    Obrigado pela leitura e pelo elogio. Falta ainda, na minha avaliação, muita documentação sobre os cinemas da Metro, e eu espero estar me juntando num esforço com outras pessoas, para tentar resgatar um pouco dessa memória. Se der certo, é provável que apareça um novo texto em breve.

  7. Obrigado Paulo Roberto por me fazer relembrar a infância, quando meu pai me levava aos domingos no extinto Cine Azteca, no Catete, para assistir os festivais de Tom & Jerry, de quem até hoje sou fã. Quase 50 anos depois, minha filha de cinco anos agora me permite passar esse legado tão rico, pois se tornou minha parceira em compartilhar as deliciosas aventuras do gato e do rato mais amados do planeta.

  8. Olá, Nilton,

    Vou ler sim, claro e lhe agradeço pelos comentários de incentivo e pelo link do seu blog. Acho que todo mundo pode fazer a sua parte, para preservar a memória dos cinemas e dos filmes, já que nós por aqui não temos nenhuma estrutura ou política definindo incentivos para tal.

    A última vez que ouvi falar no que poderia ser um museu de cinema na cidade foi no CTAV, mas nem sei se o projeto chegou a ter andamento, o que é uma pena.

    A gente fica meio sem graça com isso, porque no meu tempo de academia, eu cansei de ver pessoas com boas idéias, projetos mirabolantes e que nunca passaram da segunda reunião. Quer dizer, muita conversa para pouca ação.

    E se a gente, dispondo de algum meio, mesmo que pequeno ou de pouca divulgação, não fizer alguma coisa, então a coisa fica preta.

    E esse é, em última análise, o motivo pelo qual eu continuo escrevendo, sempre que possível, sobre cinemas e salas de exibição, para não deixar o assunto morrer e dar chance à outras pessoas de se engajarem no assunto.

    E parabéns pelo seu blog. Quando quiser divulgar seu trabalho, fique à vontade para colocar seus links nos comentários.

  9. Prezado Paulo Roberto, mudam as cidades,os cinemas a época, porém ficam os personagens. Muito boa sua descrição sobre “Os heróis da Matinê” com criadores, dados, fotos, etc., onde os impagaveis Tom e Jerry deliciaram (continuam até hoje)os que viveram aquela época com momentos prazerosos.Cheguei ao seu artigo através do Eder Delatore, que manteve contato, após ter lido no Jornal da Cidade, aqui de Poços de Caldas um artigo de minha autoria, com tema similar “No tempo das Matinês”.
    É muito bom saber que existem tantas pessoas ligadas no tema. Você extrapolou na pesquisa, muito bem feita, permitindo que cada um de nós tomasse um pouco mais de conhecimento da história do cinema. Parabéns.
    Caso tenha interesse em ler meu artigo o mesmo encontra-se no Blog http://www.niltonjunqueira.wordpress.com
    Abraço
    Nilton Junqueira

  10. Fernando,

    Obrigado. As emoções são maiores para quem esteve lá, e a nossa geração foi premiada com algo que parece que não volta nunca mais, portanto estamos aqui dividindo o nosso privilégio de ter vivido esses bons momentos.

  11. Meu caro Paulo

    Belo artigo, repleto de informações históricas, técnicas e de produção, aprofunda e esclarece sobre o que para nós todos na época, deslumbrados espectadores, era apenas emoção – e quanta emoção!
    Só voce, com sua paixão pela Arte cinematográfica e seu grande conhecimento, poderia nos levar um pouco de volta ao passado, além de fazer luz sobre o Scott Bradley e o Tex Avery bem como lembrar da “Mammy Two-shoes” – só voce mesmo…
    Confesso que foi difícil segurar a emoção ao ouvir a fanfarra de abertura…
    O sonho não acabou – hoje teve matinée de novo.
    Obrigado.

  12. Caro Louis,

    Você, como sempre, acerta nos seus diagnósticos, como bom cientista e médico que é.

    Mas, a gente nunca perde totalmente o nosso tempo. Existem aspectos da vivência em causas ou espaços perdidos, que a gente carrega para um pensamento mais maduro sobre o eterno desfilar de circunstâncias de vida que a gente enfrenta. Isso aumenta o nosso poder de análise e a capacidade de enfrentar ou resolver problemas, que tendem a nos acompanhar até o fim da vida.

    O que eu lamento sobre a Patologia é não ter podido fazer nem metade do que eu poderia ter feito. Mas, eu não os culpo. Afinal, eu era um bioquímico no meio de médicos, a maioria dos quais sem praticamente nenhum envolvimento com trabalho científico. Deixei lá alguns amigos, e isso é o que, no frigir dos ovos, importa.

    Agora, o meu tempo é dedicado a fazer aquilo que eu gosto fora da minha profissão, e estarei por aqui enquanto tiver inspiração para escrever e o Webinsider conseguir me aturar!

  13. O 16mm foi o cinema em casa de muita gente, no passado distante, e a base de uso para cineclubes e cinematecas, ambientes que eu freqüentei muitos anos. As empresas distribuidoras alugavam filmes e lentes para cinemascope, quando era o caso, e dava uma trabalheira danada carregar aquele monte de caixas e latas de filme pela cidade, coisa que todo cineclubista passou naquela época.

    Esse vídeo cujo link o Spectreman nos manda tem um aspecto interessante: de que, em muitos lugares, pessoas jovens estão redescobrindo o formato, e mantém coleções de filmes e um projetor para poder assisti-los. Um desenho animado ocupava um rolo de 400 pés, que um dos rapazes segura nas mãos. Os curtas de 15 a 20 minutos podiam vir num rolo de 800 pés, enquanto que os longas ocupavam dois ou mais rolos de 2300 pés ou por aí, se a memória não me trai.

    O custo do 16mm era muito alto. Por isso, pouquíssimas pessoas podiam comprar de fato uma cópia de um filme longa metragem, para guardar em casa.

    É claro que o 16mm nos dá a sensação de um cinema em casa muito mais do que o home theater com DVD ou Blu-Ray. Mas, por outro lado, nos impede de manter uma coleção de filmes na extensão que um cinéfilo desejaria, sem falar que com as mídias de hoje, nós superamos todos os problemas de som e imagem, que nem mesmo os bons cinemas exibidores conseguem alcançar.

  14. Paulo,
    Ótimo artigo, como sempre. Eu, que sou um sessentão me recordo lá no final da década de 50, quando comecei a frequentar cinema, a presença domingueira de Tom & Jerry. Nos cartazes daquela época estava fixado em cartolina: “Hoje Vesperal”. Nem sabíamos o que isto queria dizer. Para nós era presença obrigatória nas matinês, que ocorria sempre às 13h30. Um desenho, o filme principal e um capítulo de seriado como o “Misterioso Dr.Satã.”
    Falando no filme mais importante me vem à memória uma fita que nunca mais vi: “O Delírio de um Sábio”.
    Bons tempos em que a molecada na fila de compra de ingressos, aproveitavam para trocar revistas em quadrinhos, os populares gibis.
    Abraço.

  15. Tresse,

    Faço minhas as suas palavras: o que é bom não acaba!

    Eder,

    O cinema e os cinemas vão ser a nossa paixão para o resto das nossas vidas!

  16. Caro Paulo,

    Mais uma vez, obrigado, pelo excelente artigo!
    Ficou muito melhor do que eu pensava, e delicioso, também!

    Uma curiosidade: eu na minha extrema ignorancia, pensava que Hanna Barbera, fosse uma mulher! Puxa vida…

    Espero que tudo corra bem para a proxima empreitada, boa sorte!

    Abraços.

  17. Paulo,

    Pelo texto, vê-se que você, realmemte, AMA o cinema.
    É pena que você tenha perdido tanto tempo no departamento de patologia.
    Parabens pela belíssima exposição do histórico de festivais de épocas passadas.

  18. Obrigado Paulo por mais uma aula de tecnologia e história. O que é bom não acaba. Fico contente quando vejo meu Neto assistindo desenhos animados.
    Abs
    Tresse

  19. Obrigado, Ricardo, seu comentário mostra mais uma vez a popularidade dos curtas e a percepção aguda do conteúdo por parte das pessoas. Eu imagino que você trabalhe com arte, é isso mesmo?

  20. Prezado Paulo

    Foi delicioso ler seu texto, principalmente porque sou fã de William Hanna e Joseph Barbera. Eles sempre foram referência em meu trabalho e minhas palestras.

    Parabéns.

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