Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket
artificial interaction: quando as nossas interações se dão através de próteses protetoras

A inconstância do mundo nos torna menos próximos. A velocidade do mundo nos torna menos nós. A performance do mundo nos torna menos naturais.

 

Quem nunca ficou frustrado com um filme com um gladiador romano lutando numa maquete de efeitos especiais, ou um gladiador romano criado com inteligência artificial lutando numa maquete de efeitos especiais? Quem nunca ficou frustrado com um “real date”, com uma pessoa que se fez passar por um gladiador romano no seu perfil de encontros?

Quem nunca ficou frustrado com a rede social de um amigo com foto retocada, a rede social de um amigo com foto retocada e fundo aplicado, a rede social de um amigo com foto retocada, fundo aplicado e post de chat GPT, a rede social de um amigo com bom gosto e inteligente com foto retocada, fundo aplicado e post de chat GPT?

Quem nunca ficou frustrado com um SAC que recita um script, um SAC que recita um script feito com inteligência artificial, um SAC que recita um script feito com inteligência artificial que manda emoticon de coraçãozinho?

Quem nunca ficou frustrado com um briefing copy/paste, um briefing copy/paste feito com inteligência artificial, um briefing copy/paste feito com inteligência artificial por um colega que você estima e admira?

A inconstância do mundo nos torna menos próximos. A velocidade do mundo nos torna menos nós. A performance do mundo nos torna menos naturais.

Sim, nas feiras internacionais de tecnologia, os robôs antropomorfos – que imitam o humano – causam frisson e escurecem linhas e linhas de comentários entusiasmados. Mas os robôs já chegaram, faz tempo, e estão, insidiosamente, como um vírus zumbi, um ectoplasma viscoso, uma contaminação maligna, artificializando as relações.

Se é triste, se é bom, se é o jeito, quem sabe? Se devemos nos adaptar ou lutar, quem sabe?

Mas no dia que a gente se der conta que todas as nossas interações se dão através de próteses protetoras, no dia que a gente preferir dizer “não te amo mais” por mensagem, no dia que a gente preferir dizer “te amo” com o Chat GPT, a gente desistiu de ser gente. [Webinsider]

. . . .

As novas skills

Os Megalonânicos e os Burroloquentes

Velocidade paralisante

Avatar de Fernand Alphen

Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *