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O áudio esotérico de alto custo está aí firme e forte. É para quem pode pagar pelo investimento, e não quer abrir mão de aparelhagens menos sofisticadas.

 

Foram anos seguidos eu lendo três das principais revistas de áudio, primeiro as americanas, depois as britânicas, quando eu morei fora. Em todas elas o áudio esotérico era publicado, seja na forma de artigos, quanto na forma de anúncios, e sempre com equipamentos a preços elevadíssimos.

E não é que outro dia me chamou a atenção um anúncio de venda de um reprodutor de CD e SACD, da conhecida marca Accuphase? O modelo em tela era o DP-570, aparelho com lindo painel frontal e estética. Ele é vendido no Brasil. Quem dispuser de uns 60 mil reais, pode se habilitar a levar um para casa!

Eu já estou afastado de tudo isso faz muitos anos, então para mim foi uma surpresa e porque não dizer uma volta ao passado. O DP-570 usa um conversor digital-analógico (DAC) que trabalha com modulação delta-sigma, a mesma usada pelo DSD (SACD). Este tipo de modulação difere do PCM, porque usa apenas 1 bit, porém com taxa de amostragem de 28224 MHz, quer dizer 64 vezes maior do que a adotada para o CD (44.1 Khz). O aumento de amostragem por oversampling em 1 bit permite uma menor distorção da onda amostrada, segundo alguns “mais próxima do som analógico” (sic).

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Mas, só isso não basta: a Accuphase se gaba de construir um super drive para a leitura dos discos. A premissa aqui é a do aumento de rigidez e diminuição de vibração durante a rotação dos discos, garantindo assim a melhor leitura possível e menor taxa de erros na reprodução.

Todo o sofisticado processo de decodificação sugere a reprodução da mídia pelas saídas analógicas digitais, embora sejam fornecidas interfaces digitais para quem precisar, como o HS-Link, conexão proprietária para interligar dispositivos digitais. Não há, neste modelo, saída HDMI disponível.

Estratégias de reprodução

Desde tempos idos, os leitores de CD usaram duas saídas analógicas para a reprodução estereofônica em qualquer pré-amplificador. Modelos posteriores foram dotados de saídas digitais, coaxial ou ótica. A diferença na cadeia de reprodução é a presença de um decodificador digital-analógico (DAC) dentro ou fora do reprodutor:

Leitura do disco → DAC → Saídas analógicas (RCA ou XLR) →Amplificador

Leitura do disco → Saídas digitais* → DAC externo →Amplificador

*: cabo de vídeo (RCA-RCA, com 75 ohms de impedância), cabo ótico Toslink, HDMI.

Com a introdução da conexão HDMI foi possível a reprodução de discos SACD com 5.1 canais de áudio. Sem esta conexão não é possível ouvir este tipo de áudio, somente dois canais. Então, o sofisticadíssimo DP-570 é totalmente dedicado ao áudio estereofônico convencional.

Vale a pena?

Depende. Se o usuário for exigente, apologista do esotérico, e não se importa de gastar uma nota, então ele deve partir para o áudio esotérico.

Caso contrário, e principalmente na falta de grana e/ou um ambiente adequado, sereia temerário gastar uma nota preta, para se conseguir uma qualidade de áudio similar, com equipamentos de alto níveis, mas a relativo bem mais aixo custo.

O meu Denon AVR-7200WA, por exemplo, usa um decodificador (DAC), chamado de  Dynamic Discrete Surround Circuit (DDSC-HD32), que trabalha com o algoritmo proprietário AL32, capaz de trabalhar com som multicanal e com tratamento do sinal digital a 32 bits de resolução, impensável anos atrás.

Basta ligar qualquer leitor ótico, não importa se transporte ou integrado, com a conexão HDMI, para que o AL32 trabalhe. Eu mesmo fiz um teste, anos atrás, usando um DVD player da Philips, que estava encostao, mas que tinha uma saída HDMI. O som dos discos era simplesmente espetacular!

O Denon é provido de processamento Direto, da entrada até a saída, sem passar por qualquer aperfeiçoamento de sinal, que funciona muito bem com áudio PCM e DSD. No caso específico do SACD, a reprodução Direta pode ser feita desde que o reprodutor usado tenha saída HDMI com DSD puro, ou seja, sem a prévia conversão do DSD para PCM, antes da saída HDMI.

O diferencial estará sempre nos circuito eletrônicos

A eletrônica do passado excluía equipamentos não esotéricos dos ambientes dos mais abastados. Eu tive a chance de conviver com pessoas muito ricas e com grandes coleções de disco. Em seus ambientes eu tive a oportunidade de ver e ouvir aparelhagens caríssimas.

Mas, os anos passam, e o grande modificador nos circuitos de todos os equipamentos, tanto de áudio quanto de vídeo, foi o de trabalhar o sinal em ambiente digital, até próximo da reprodução propriamente dita, que será forçosamente analógica.

Tal mudança vem ocorrendo há décadas, e os circuitos digitais estão cada vez mais elaborados e sofisticados. Parece um absurdo, mas eu posso hoje pegar um telefone celular e obter dele Dolby Atmos! Aliás, a saída USB-C da maioria dos celulares é hoje digital. Se eu quiser conectar qualquer dispositivo analógico a ela eu vou precisar intercalar um DAC externo!

Tudo faz crer que o áudio esotérico terá seu espaço reservado a um nicho, mas ele estará sempre presente para os que assim o desejarem.

Eu sempre fui um grande admirador do áudio esotérico. Atualmente, entretanto, no que me concerne, não me faz falta. E para a maioria dos que eu conheço, que ouve streaming, aqueles que não têm ou não querem mais colecionar discos, o áudio esotérico não vai ter expressão alguma. [Webinsider]

 

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Blu-Ray (de) Áudio

O som por imersão

Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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