Curadoria da informação: redes filtram o conteúdo

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A internet completou 20 anos no ano passado. Mesmo ainda muito jovem, teve evoluc?a?o extraordinariamente grande.

Em apenas 60 segundos sa?o compartilhados mais de 98 mil tweets, mais de 1.500 posts sa?o publicados em blogs e 79.364 mensagens sa?o postadas no Facebook (SANTOS, 2011) 1

Nesse mundo virtual cao?tico das informac?o?es, quais conteu?dos sa?o relevantes?

Para responder a este questionamento, uma ana?lise mais profunda sobre o uso das redes sociais se faz importante. Nas redes, o conteu?do é posto ao usua?rio de forma ra?pida e as informac?o?es na?o sa?o fixas, mas ha? uma constante mudanc?a de foco.

Em outras palavras, a diversidade presente nas redes sociais tende a demostrar que é necessária a filtragem do conteu?do e, por conseque?ncia, sua releva?ncia. Desta forma, as redes sociais tornam-se importantes para esse gerenciamento coletivo do conhecimento.

Estamos vivendo na era em que todos, ou pelo menos a maioria da populac?a?o mundial, esta?o conectados com as redes sociais e mi?dias digitais (LE?VY, 2011). 2

Pierre Le?vy, ao discursar sobre a gesta?o do conhecimento e mi?dias digitais, expo?e que o fato na?o e? a contenc?a?o do conhecimento pelos indivi?duos, mas como utilizar ferramentas para gerenciar todo o conhecimento que adquirimos.

Para isso, deve-se criar meios de gesta?o dos conhecimentos pessoais e dos coletivos.

Desta forma, para que possamos ter uma melhor compreensa?o sobre o conhecimento pessoal e posteriormente o coletivo, primeiramente devemos entender o conhecimento ta?cito.

O conhecimento ta?cito é o que podemos chamar de senso comum. Durante toda nossa vida somos expostos a diversos meios de transmissa?o de informac?a?o, e claro, muita coisa acaba sendo retida em nossa mente, cada uma com sua releva?ncia. Por ser um saber adquirido durante nossa vivência e muito conhecimento é correlacionado, esta sabedoria na?o e? facilmente transmitida.

Isto se deve ao fato que lidamos com algo subjetivo, na?o mensura?vel, quase impossi?vel de se ensinar, de se passar atrave?s de manuais ou mesmo numa sala de aula. (MENDES, 2005, S/p).

Ja? o conhecimento coletivo é formado a partir do conhecimento explícito, ou seja, aquele que pode ser representado, documentado e sobretudo transposto a outras pessoas de forma clara e objetiva.

Conhecimento explicito e? aquele formal, claro, regrado, fa?cil de ser comunicado. Pode ser formalizado em textos, desenhos e diagramas ou guardado em bases de dados ou publicac?o?es. A palavra explícito vem do latim explicitus que significa “formal, explicado, declarado”. Geralmente esta? registrado em artigos, revistas, livros e documentos. (MENDES, 2005, S/p)

Esta construc?a?o do conhecimento coletivo na?o e? formado a partir do indivi?duo, mas relaciona com um todo. Quando lemos um livro, escrevemos um texto, estamos em sala de aula ou assistindo a uma palestra, estas informac?o?es que a no?s sa?o repassadas na?o vêm somente do sujeito que as transmite, mas sim de uma coletividade maior.

Em outras palavras, o conhecimento coletivo ja? vem de uma formac?a?o anterior ao pro?prio indivi?duo que o esta? transmitindo, logo, o sujeito torna-se apenas um difusor ou um incrementador do conhecimento construi?do na coletividade.

Desta forma, o conhecimento torna-se um emaranhado de significados que vamos construindo ao longo da vida, no meio pessoal e no meio coletivo. Logo, os filtros contidos na internet, como os buscadores por exemplo, vêm contribuir para que esse conhecimento coletivo se torne mais evidente em nossos dias.

Ao buscar determinado conteu?do o internauta na?o e? totalmente exposto a grande cotidade de “lixo” virtual presente na rede, mas conduzido a respostas mais objetivas.

Em sua palestra sobre curadoria da informac?a?o, a professor Giselle Beiguelman da Universidade de Sa?o Paulo, expo?e que a quantidade de informac?a?o contida na internet gira em torno de cinco mil terabyts. Vivemos em uma dadosfera que tende a crescer cada dia mais.

Como as informac?o?es somente tendem a crescer, filtrar o conteu?do torna-se importante.

A dadosfera explica e justifica a emerge?ncia do curador de informac?a?o. BEIGUELMAN, 2011 (S/p).

Neste contexto, a professora expo?e que como curador o usua?rio deve cuidar bem da informac?a?o, e por este motivo, as redes sociais podem fazem parte deste filtro na era digital.

Diferentemente dos buscadores, que filtram as suas informac?o?es atrave?s de algori?timos pro?prios, as redes sociais sa?o lugares abertos onde o conteu?do apenas e? regido por termos de uso e privacidade.

Portanto, os usua?rios ligados atrave?s de elos de amizade com outro usua?rios compartilham a diversidade informativa de acordo com o foco que cada um deseja.

Neste ponto são gerados duas situac?o?es: a primeira diz respeito à quantidade e a outra à qualidade de informac?a?o dispersa.

Em relac?a?o à quantidade, a rede vive em um constante crescimento. E onde se encaixam as redes sociais em relac?a?o à qualidade?

Para que possamos compreender melhor esta relac?a?o, devemos entender sobre os difusores e os captadores. A qualidade da informac?a?o na?o está restrita somente a quem divulga, mas sim ao receptor. O receptor, ale?m de receber uma informac?a?o ja? filtrada previamente por um difusor, capta o conteu?do, o absorve e, se achar via?vel, o difunde para outros.

Desta forma, as redes sociais tornam-se imprescindi?veis para o filtro, ou como diz Beiguelman, para a curadoria da informac?a?o. Neste relac?a?o difusor e captador, o conteu?do na?o e? mais restrito a pa?ginas a qual o usua?rio teria que se dispor a ir, ler o seu conteu?do.

Com as redes sociais o conteu?do torna-se dina?mico, as informac?o?es sa?o coletadas pela internet e dispostas nas redes, sendo posteriormente visualizados por outras pessoas e, dependendo do faco pessoal de cada um, possivelmente repassadas a outros e assim sucessivamente.

Conclui-se portanto que, ao filtrar o conteu?do, garantimos uma curadoria na rede, logo, ter um melhor cuidado com a informac?a?o contribui para que os filtros a cada dia tornem- se mais eficientes.

Referências

Conhecimento tácito e explícito.
Pierre Lévy discursa sobre gestão do conhecimento e mídias digitais
Curadoria da informação.
No Slideshare, Curadoria da informação.

1. Licenciado em Histo?ria pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
2. Mestre em Histo?ria da Cie?ncia e Doutor em Sociologia e Cie?ncia da Informac?a?o e da Comunicac?a?o, na Universidade de Sorbonne, Franc?a.

[Webinsider]

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Luiz Picolo é desenvolvedor e mantém o site Luiz Picolo.

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3 respostas

  1. É o webinsider, o luiz picolo, a dadosfera ou gisele beiguelman que não admitem críticas? Pq os comentários estão sendo apagados? Se vocês não admitem críticas, tirem a opção de comentários, oras!

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