A polêmica do SPYW, a nova busca social do Google

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Uma atualização lançada pelo Google no dia 10/01/2012 está causando uma enorme repercussão na web. Trata-se do SPYW (Search Plus Your World), uma opção da busca do Google que traz, além dos resultados normais gerados pelo algoritmo do site, alguns resultados pessoais, vasculhando as redes sociais das pessoas às quais você está ligado.

O rollout dessa melhoria será feito de forma paulatina: apenas parte dos usuários dos Estados Unidos está com o SPYW em funcionamento. Um vídeo super legal publicado no Youtube fala sobre isso.

Até aí tudo bem. Não existem dúvidas do benefício gerado para o usuário pela existência de uma busca social, com resultados para seus termos de busca sobre tudo o que seus amigos já falaram a respeito. Twitter, Facebook, LinkedIn, Flickr e muitos outros agradecem ao Google por esse update que vai colocá-los ainda mais em evidência.

Agradecem não, agradeceriam. Isso porque o SPYW, da forma como funciona hoje, traz somente os resultados do Google+, caçula das redes sociais e que hoje possui “apenas” 90 milhões de usuários, pouco mais de 10% dos 800 milhões do concorrente Facebook. Adicionalmente, em iniciativa extremamente agressiva, o algoritmo de pesquisa do site vem privilegiando de forma ilógica os resultados do Google+, indo contra os parâmetros normais de relevância utilizados. O que isso quer dizer?

Um dos papas do SEO e figura renomada no meio digital nos EUA, Rand Fishkin, fundador do SEOmoz, fez um post abordando o assunto em seu blog, no último dia 16/01. Com o título de “Why Every Marketer Now Needs a Google+ Strategy” – (Porque todo profissional de marketing precisa agora de uma estratégia para o Google+, em tradução livre), o post fala do impacto da mudança na estratégia do profissional de marketing digital nas redes sociais e web em geral.

Como o Google reina soberano no mercado de buscas e gera boa parte do tráfego que a maioria dos sites recebe, não estar bem representado no Google+ o fará perder um volume precioso de visitas para um concorrente bem estruturado nessa rede social.

Os benefícios dados ao G+ pelo SPYW são tão desproporcionais que o que vem sendo dito no mercado é: essa é uma iniciativa desesperada para tentar alavancar o Google+ (veja a opinião do blogueiro Mauricio Moraes).

As demais redes sociais não demoraram a reagir. Indignadas com o fato do Google querer, por meio do seu quase monopólio de buscas na rede, forçar o crescimento do Google+. Facebook, Twitter e MySpace reuniram seus programadores nesse final de semana e criaram um plugin para os navegadores que “corrige” a distorção criada pelo SPYW.

No novo domínio chamado “Focus on the user” – (foco no usuário), você pode baixar o plugin, chamado de “Don’t be evil” – (não seja mau). Ele faz com que o resultado da busca traga de fato os resultados mais relevantes socialmente para os termos buscados.

A justificativa apresentada pelo Google para não buscar nas outras redes sociais era que Facebook e Twitter não haviam autorizado o acesso a 100% das informações necessárias para trazer os resultados corretos. Mas esse argumento mostrou-se sem validade: o “Don’t be evil” utiliza exatamente o algoritmo e os dados usados pela Google hoje e somente reordena os resultados, de acordo com o padrão do mesmo de ranqueá-los na sua pesquisa. O vídeo abaixo explica de forma bem objetiva o funcionamento desse plugin.

Com essa investida agressiva para alavancar sua nova rede social, o Google vem atuando da forma que sempre repugnou. Defensor ferrenho do opensource, liberdade de escolha e foco no usuário, o gigante está indo na direção contrária das principais iniciativas que o alçaram à posição de líder no mercado web.

Dessa vez, vai ser preciso uma explicação muito convincente para os inúmeros fãs do jeito Google de ser. O assunto está com forte repercussão nos principais veículos de mídia e o hashtag #dontbeevil ganha relevância rapidamente no Twitter. Agora, como será que o todo poderoso vai contornar essa tremenda saia justa? Os próximos dias certamente responderão essa questão.

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João Pedro Costa (joaopedro@agencialooknfeel.com.br) é economista, sócio e diretor na Agência Look'n Feel. No Twitter, @LooknFeelBrasil".

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