A SOPA ainda não esfriou e é um risco para os negócios online

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Com Paulo Érico Canarim, autor do Webinsider.

No mês de janeiro de 2012 o mundo digital ganhou as páginas de notícias da mídia tradicional depois que o FBI, Departamento de Investigação Federal dos EUA, fechou e prendeu o responsável pelo site Megaupload (hoje já em liberdade). Isso um dia após os grandes sites da web, como a Wikipedia, Google, WordPress, Wired, entre tantos outros sites, manifestarem-se contra as leis #SOPA e #PIPA que tramitavam no Congresso dos Estados Unidos por ter suas bases em termos que podem inviabilizar a internet que conhecemos hoje.

Os congressistas que apoiavam as leis recuaram, porém as grandes corporações e a polícia americana deram mostra do poder que possuem. É importante entender o que está por trás de movimentos contra a dita pirataria como #SOPA, #PIPA e o #AI5Digital, no Brasil.

Acredito que, quando grandes grupos empresariais se unem para lutar contra um movimento crescente e natural da sociedade de conquistar, compartilhar e obter informação, é um demonstrativo que este ambiente digital, neutro e democrático – e com diversos defeitos, claro – de fato incomoda àqueles que não querem inovação com democratização e sim manter um status quo estabelecido e de certo, autoritário.

O cerne da internet é ser uma rede descentralizada para publicação e compartilhamento de conteúdo. Um lugar democrático no qual os usuários podem publicar, disponibilizar e compartilhar seus textos, músicas, filmes e tudo mais sem uma política de censura, seja ela feita pelo governo ou imposta por empresas privadas, como as gravadoras em relação aos músicos.

Com o intenso fluxo de informação propiciado pelo avanço tecnológico, o compartilhamento da informação e sua difusão configuram-se por toda chamada sociedade da informação e isso está assustando as grandes corporações ditas produtoras de conteúdo – na verdade, nada mais são que intermediários da produção cultural entre o autor, criador e o usuário daquela produção cultural.

Mas a internet pode deixar de ser como conhecemos caso sejam aprovadas leis e acordos internacionais antipirataria que protegem a Propriedade Individual (PI), com o objetivo de punir empresas que permitam o acesso aos conteúdos que infrinjam essas leis, sejam elas provedores de acesso ou mesmo um buscador.

E para esses intermediários da produção cultural que transformaram a cultura em indústria, não controlar os produtores de conteúdo é intolerável. Na forma de pensar desses intermediários não é aceitável surgir um sem números de autores, com o auxílio de ferramentas digitais e apoio da web e que podem dispensar o seu controle e poder de divulgação.

SOPA, PIPA, e AI5DIGITAL no Brasil ou qualquer outro tipo de sigla, não importa: querem mesmo é interromper uma autonomia empreendedora de inovação tecnológica e criação cultural para que somente os grandes grupos já estabelecidos possam ter acesso e direito à publicação e divulgação de cultura. Cultura definida e interessante para eles.

O momento em que vivemos na história da humanidade é, sem dúvida, único. Desde que tomamos consciência da informação como motor de desenvolvimento, não passávamos por uma mudança nos rumos de como se fazer negócios. E vamos combinar, sem conhecimento prévio das causas e consequências visto os acontecimentos recentes.
[Webinsider]

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Patricia Canarim (@patriciacanarim), jornalista atuante em marketing e presença digital com especialização em Informação Estratégica pela UFMG. Professora nos cursos online da Nautilos Marketing Digital. Mantém o blog Patricia Canarim.

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