Arquitetura da informação: portais e arquivistas 2.0

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A informação, que gera o conhecimento somente quando relacionada a outros elementos como experiência, valores informação contextual e intuição, precisa que seja socializada, que seja de amplo acesso e de fácil tratamento. Daí inovações tecnológicas que incluem a possibilidade de trabalhar com streaming media, hiperlinks dinâmicos, governanças de conteúdo com variados níveis de permissão. Estas inovações tecnológicas nos recursos disponíveis geram novas frentes junto à rede, como educação a distância o teletrabalho entre outros.

Os repositórios fazem parte dos portais de conhecimento, visto que os documentos digitais ali arquivados são utilizados como fonte de informação. Os portais carregam além de arquivos digitais outras fontes de informação, explícitas ou implícitas. Os portais são ambientes digitais de instituições ou grupos que usam técnicas de difusão e recolhimento de informações junto a seus públicos.

Essas ferramentas podem ser do tipo enquete, conteúdo dinâmico, blogs e fotologs, além de custodiar documentos orgânicos, como relatórios, notícias, memos, e instrumentos de comunicação como newsletters.

Esses portais podem ter seu conteúdo atualizado por administradores ou por todos os participantes do projeto, no estilo Wikipédia, aonde o conhecimento é construído através do conteúdo partilhado por qualquer interessado em contribuir com aquele determinado tema(s).

A arquitetura de informação

Arquitetos de informação geralmente desenvolvem rotinas próprias, muitas vezes baseadas em metodologias já existentes, desenvolvidas por outros arquitetos, para a concepção das estruturas e interfaces. Vemos que essas metodologias se aplicam na concepção dos mais variados ambientes: webs comerciais (B2B, B2C, B2E), portais horizontais e verticais e os portais corporativos. A modulação de portais corporativos mostra-se cada vez mais como um campo especializado, pela própria especificidade.

A expressão arquitetura de informação foi apresentada pelo arquiteto e desenhista gráfico Richard Saul Wurman, que se destacou por empregar excelentes gráficos nas apresentações das informações. O arquiteto Wurman desenvolveu a seguinte definição:

Arquiteto de informação:

  1. A pessoa que organiza os padrões que são inerentes aos dados, tornando o conjunto inteligível.
  2. A pessoa que cria a estrutura ou mapa das informações que permite que outras pessoas achem seus caminhos pessoais até o conhecimento.
  3. A profissão que surge no século XXI, voltada para as necessidades desta época, e que tem como foco a clareza, a compreensão humana e a ciência da organização da informação.

Na época de Wurman, nem se pensava em internet. Os computadores eram mostrengos que processavam informação. Não existia o cenário de hoje, onde cada colaborador de uma instituição possui uma estação de trabalho, onde se relaciona com outros colabores e com o ambiente externo, sendo um produtor de documentos, informações e conhecimento.

Com o advento da internet e das redes de comunicação locais (lans), este cenário aprofunda-se.

Nesta nova forma de trabalho surgiram os portais. Estes precisam ser planejados, programados e abastecidos com informações, lembrando que os ambientes digitais são interfaces de relacionamento com pessoas, sendo necessário, portanto, prever todo relacionamento informacional dos portais com os seus usuários.

Cabe constar que os arquivistas desenvolvem nos seus processos de descrição arquivística, de elaboração de instrumentos de pesquisa e na indexação de arquivos um processo parecido com a arquitetura de informação. Na prática, ao estudar o produtor e o público que acessa os documentos, analisar todas as fontes de informação, os tipos de informação, as informações importantes para o público, definir uma estrutura para arranjar os documentos e listar suas informações o arquivista está arquitetando a organização das informações de um arquivo.

No caso dos ambientes digitais, os arquivistas podem analisar os públicos que irão acessar os portais e sites e organizar as informações de forma lógica. Agrupar as informações por área de interesse, portanto, é muito parecido com a classificação de grupos de documentos nos fundos, criando suas respectivas classes. Assim, organizar informações educacionais em um portal pela área de interesse é muito parecido com criar uma tabela de arranjo. [Webinsider]

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Charlley Luz é arquivista, professor da pós-graduação em gestão de documentos da FESPSP e consultor em estratégia de informações e ambientes digitais da Feed Consultoria. Autor dos livros Arquivologia 2.0 e Primitivos Digitais.

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