BlackBerry aposta em nicho para se salvar

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A Blackberry logo

A BlackBerry Ltd anunciou na última terça-feira, 25, o lançamento de nova ferramenta para o gerenciamento de redes de dispositivos móveis, o BlackBerry Enterprise Service 12, ou BES12. O objetivo é oferecer mais segurança e flexibilidade aos usuários dos serviços corporativos BlackBerry, prometendo uma rede corporativa segura para a administração de aparelhos móveis BlackBerry, iOS e Android. Isso será possível pela unificação da plataforma BES5, responsável pelo gerenciamento de aparelhos BlackBerry mais antigos, à BES10, que já permite uma administração integrada de aparelhos BlackBerry mais recentes, aparelhos iOS e Android.

O projeto faz parte de uma iniciativa que promete uma reinvenção da marca, que agora se concentrará nos serviços oferecidos ao mercado corporativo, o qual engloba instituições privadas e públicas. A companhia vem fazendo grandes progressos nesse nicho, endossada por usuários como Barack Obama e Angela Merkel, sendo o BlackBerry a opção oficial em aparelhos móveis do Governo Federal e do Departamento de Defesa americanos. Em dezembro de 2013, a BlackBerry anunciou que o número de clientes corporativos a terem instalado o BES10 havia aumentado de 25 para 30 mil no período entre setembro e aquele mês.

“Reinvenção” é a palavra-chave para uma companhia derrotada no mercado em que foi a grande pioneira. Em 2009, o BlackBerry tinha uma participação de 21% no mercado global, só perdendo para aparelhos com Symbian (46%), que além de englobarem a Nokia, a Motorola e a Sony Ericsson, eram extremamente populares nos países emergentes pelos preços mais acessíveis. De lá para dezembro de 2013, essa participação caiu para 3,2%, sufocada pelo avanço dos smartphones da Apple e com o sistema operacional da Google, o Android. Já nos Estados Unidos, o mergulho foi ainda maior: se em 2009 reinavam supremos no mercado com 47% de participação, em dezembro de 2013 os aparelhos BlackBerry só detinham 0,4% do mesmo mercado. (FONTES: rimarkable.com e gadgets.ndtv.com)

Apostas para o futuro

A grande esperança da companhia é que reinvenção parece uma especialidade do novo presidente executivo da BlackBerry, John Chen, natural de Hong Kong que sucedeu Thorsten Heins na cadeira em 4 de novembro de 2013, isso depois que relatórios publicados em setembro anunciaram a perda de 1.049 bilhões de dólares durante o segundo trimestre fiscal do ano passado.

Chen é um canivete suíço: além de presidente executivo da BlackBerry, ele é um dos diretores da Wells Fargo & Company, da Walt Disney Company, membro do Conselho de Relações Exteriores dos Estados Unidos, sendo peça ativa nas relações entre o país e a China, integra o conselho da Orquestra Sinfônica de São Francisco, entre outros vários papéis. O que faz Chen parecer o homem certo para o desafio, no entanto, é um cargo anterior: o de presidente da Sybase, que ocupou de novembro de 1998 a 31 de outubro de 2012, quando salvou a companhia da falência também com uma estratégia de reinvenção. Em 13 de novembro de 2013, poucos dias depois de ter assumido a presidência da BlackBerry, Chen anunciou: “Estamos comprometidos com a retomada do nosso sucesso.”

Além do BES12, outra aposta de John Chen é o BlackBerry Messenger, que, depois de ter perdido mercado para o WhatsApp foi o responsável por uma revalorização das ações da BlackBerry após o anúncio da compra do mesmo WhatsApp pelo Facebook por 19 bilhões de dólares, o que levou a uma reavaliação do valor da ferramenta. Agora, Chen quer incluir o BBM, como é chamada a ferramenta, na estratégia de concentração nos serviços corporativos, anunciando o lançamento do BBM Protected. Com ele, funcionários de uma organização poderão se comunicar por mensagens protegidas por um nível maior de segurança.

Essa tentativa de reinvenção acontece no momento em que uma pesquisa de mercado aponta para uma queda considerável na venda de smartphones no período de 2014 a 2018. Agora, de acordo com o especialista da indústria Ben Wood, a aposta está nos modelos com preços mais acessíveis, mercado em que companhias chinesas como a Huawei, Lenovo e TCL Communications saíram na frente. E a BlackBerry não ficou de fora, lançando também na última terça-feira um aparelho de menos de US$ 200. No entanto, é improvável que essa seja a fatia do bolo que vai salvar a companhia, que enfrenta uma grande competição na corrida por preços mais baixos. Mais possível é que ela se destaque em um nicho disposto a pagar mais caro pelo diferencial da segurança e da portabilidade. É como disse o próprio Chen: “Não é só volume. O que dizer sobre o Porsche? O que dizer sobre o Lamborghini?”

Conseguirá o BlackBerry, que já tem um modelo de luxo chamado BlackBerry Porsche Design, ser o Porsche dos smartphones? Se depender da determinação de John Chen, a aposta já está ganha. É esperar para ver. [Webinsider]

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Catharina Pinheiro (@catharinapin) é tradutora, revisora e redatora. Informações completas aqui: catharinapin.tumblr.com/.

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