Calibração de televisores

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

A minha experiência com calibração é restrita à química analítica dos laboratórios de bioquímica, o que me torna uma pessoa teoricamente pouco indicada para fazer a análise de um assunto tão polêmico, como a calibração da imagem dos atuais televisores. Entretanto, eu vou me permitir cometer esta heresia, porque existe uma flexibilidade de raciocínio quanto ao entendimento do que é calibração e em que casos ela se aplica.

Parece agora um fato consumado a presença de um número cada vez maior de ajustes nas telas de LCD e plasma, acrescida, em alguns modelos, de uma parafernália sobressalente, incluindo, acredite quem quiser, equipamentos de medida colorimétrica ou assemelhada, casada com a venda da TV. Note-se que não se trata da remessa de apenas um disco de teste, mas de software e medidor. É como se o fabricante estivesse dizendo ao usuário: “Não confiem na qualidade de imagem do nosso produto quando ele sai da fábrica”.

E eu venho me perguntando se não existe algum exagero neste tipo de oferta e/ou se, de fato, o que se vem falando e fazendo com calibrações de televisores faz algum sentido ou tem relevância para a maioria dos usuários.

Não há dúvida, no meu espírito, que todos os televisores que saem das fábricas o fazem com uma regulagem que só impressiona alguém que os vêem dentro de uma loja. E, justiça seja feita, o fabricante, ao introduzir a opção de ajuste para dentro de casa, já na instalação da TV, reconhece implicitamente que as aplicações no ajuste da loja não devem ser usadas no ambiente doméstico. Dali para frente cabe ao consumidor decidir se quer ficar com os ajustes de modo de tela default, os chamados presets, ou se quer otimizar a imagem para o seu gosto ou preferência.

O problema é que, cada vez mais um número maior de ajustes para o usuário vem se tornando disponível no menu principal da TV, ao invés de ficarem restritos ao menu de serviço, ao qual o usuário não tem (ou não deve) ter acesso. E então a gente começa a se perguntar por quê?

É claro que a indústria, ao lado do seu próprio cabotinismo, tenta capturar o prestígio junto ao usuário entusiasta, que tem voz ativa nos sites ou fóruns da Internet. O peso das opiniões parece abalar o fabricante, que corre todo ano para as feiras de consumidores na expectativa de exibir o seu melhor produto. Mas, tudo isto esbarra em um problema: não adianta oferecer um maior número de ajustes, se o usuário final não vai conseguir fazer uso deles para resolver a questão da fidelidade da imagem obtida na tela! E diante do dilema do que é a tela ideal, sobram duvidas se com as telas atuais nós vamos um dia receber em casa um aparelho de TV no qual não se precise fazer nada para se obter uma imagem com a qualidade prometida.

A diferença entre precisão e exatidão

Antes de mais nada, é preciso esclarecer ao iniciado que existe uma diferença abismal entre precisão e exatidão. Um método de medida é considerado preciso, quando cada medida feita na mesma amostra dá o mesmo valor: é a chamada “reprodutibilidade”. Um método é considerado exato, quando o resultado fornecido corresponde ao valor real da medida.

Um método de medida pode ser preciso, mas não necessariamente exato. Em certos campos, como o da clínica, se contorna isto, estabelecendo-se uma faixa de normalidade, chamada de “controle”. Se a doença “X” apresenta valores inexatos por um dado método de medida, mas se este método é preciso, a comparação entre o normal e o patológico permite diagnosticar o estado de doença. Esta comparação é feita por métodos estatísticos, onde se estabelece um intervalo de confiança do controle e da medida realizada.

No caso da imagem de vídeo, o ideal seria que o método de calibração usado fosse universal, mas basta olhar vários aparelhos de TV dentro da loja, para perceber que este não é o caso! Não só isto, mas a indústria adota critérios de medida exclusivos, e em alguns casos proprietários. E em sendo assim, coisas como “contraste dinâmico”, por exemplo, refletem o quê? Números como 5.000:1 ou 20.000:1, na mesma classe de televisores entre marcas diferentes, claramente não usam os mesmos critérios de medida, tornando estes números inúteis para qualquer tipo de comparação.

 A calibração dos dias de hoje

No tempo da eletrônica discreta, com válvulas ou transistores, a calibragem de uma TV na fábrica exigia a medição de circuitos com multímetros, osciloscópios e outros instrumentos, em componentes como trimpots, por exemplo. Ao usuário, era dado o ajuste, na frente da TV (e às vezes na traseira), com o uso de potenciômetros lineares ou logarítmicos, dependo do tipo de circuito ajustado.

Se o usuário quisesse fazer algum ajuste mais fino teria que abrir a TV, com o equipamento necessário. Os técnicos de calibração, até mesmo aqui no Brasil, tinham clientes que os chamavam para calibrar, por exemplo, telas de retroprojeção, constantemente desalinhadas.

Na microeletrônica moderna, a situação mudou muito. A calibração é feita por software, com a ajuda de instrumentos de medida colocados à frente da tela. Se o usuário quiser fazer o mesmo, terá que adquirir este tipo de instrumentação, exceto que a parte interna da TV (menu de serviço) nem sempre é garantida.

Uma alternativa é usar software na forma de mídia (disco, flash drive, etc.) e, na ausência de colorímetro ou equivalente, fazer ajustes de acordo com a observação da tela, o chamado “olhômetro”. Os discos de calibração existem desde a época do videodisco, que foi assim a primeira fonte de qualidade de sinal de filme em vídeo. Os mesmos editores atualizaram as suas mídias, chegando ao HD-DVD e ao Blu-Ray. O uso de discos de calibração implicará na escolha do usuário, uns conterão mais ajustes do que outros, e os métodos podem variar de uma edição para outra.

 O uso de software interno: o ISFccc

A Image Science Foundation (ISF), entidade que treina e credencia calibradores em solo norte-americano, fez parceria com fabricantes, para licenciar e incluir o seu software de calibração, chamado de ISFccc (ISF certified calibration configuration) dentro das TVs, na forma de um aplicativo do tipo wizard. O programa é interativo, fácil de usar (não exige nenhum conhecimento técnico prévio) e cujo resultado pode ser salvo na memória da TV, ou até refeito ou apagado, se o usuário assim o desejar.

O ISFccc ataca ajustes como contraste, brilho, cor, saturação e matiz, temperatura, luz do backlight (LCD), e admite que alguns destes possam ser alvo da preferência do usuário, o que é, a meu ver, correto!

O ISFccc vem da fábrica com ajustes default, e em alguns modelos, poderá permitir duplo ajuste, como um para o dia e outro para a noite. Em qualquer hipótese, é recomendável o usuário fazer o ajuste nas condições de luz ambiente na qual a TV vai ser usada, pois isto afeta a percepção de contraste e brilho, principalmente.

 A diferença entre calibração e ajuste

Embora o termo calibração esteja sendo usado indiscriminadamente (um exemplo do qual acabou de ser citado acima), a verdade é que calibração e ajuste são coisas bastante diferentes.

A calibração propriamente dita é o acerto interno da imagem no equipamento, podendo o termo ser substituído pela palavra “alinhamento”. Ela é feita na fábrica, de acordo com o tipo de circuito e chipsets usados na TV, e pode ser acessada no menu de serviço. Em muitos casos, a TV tem uma porta de serviço serial, que permite o acesso na bancada, para verificação de problemas.

Os ajustes propriamente ditos são aqueles à disposição do usuário final. Normalmente, o acesso é feito pelo menu de setup da TV. O resultado de cada ajuste nada tem a haver com a calibração original do televisor, motivo pelo qual quando a TV é “ressetada” para a configuração de fábrica, todos os ajustes externos modificados pelo usuário serão apagados e voltarão aos seus valores default. Por causa disto, é possível afirmar que os dados contendo os ajustes do menu estarão provisoriamente armazenados em uma memória flash, que pode ser reescrita quantas vezes o usuário quiser. O “reset” para ajustes específicos, incluídos no próprio menu de setup, funciona da mesma maneira.

Embora calibração e ajustes se refiram a modificações internas e externas, o que se vê nos televisores atuais é a expansão dos ajustes internos para o setup do menu da TV. É neste ponto que o usuário não precisa mais ter acesso ao menu de serviço. E se considerarmos um caso como o do ISFccc, que roda lá dentro, os seus ajustes e menus são equivalentes muito mais à calibração interna dos aparelhos.

 As diferenças nos ajustes frente a softwares diferentes

Se todos os softwares de calibração ou ajuste fossem iguais não se deveria achar qualquer diferença nos itens básicos de uma TV, como brilho, contraste, cor, etc. Para testar esta hipótese, eu rodei o ISFccc, o disco do fórum da AVS (AVS HD 709) e comparei o resultado com o default do ajuste ISF interno da TV. O teste foi feito nas mesmas condições de iluminação ambiente, na mesma tela e na mesma entrada HDMI.

Os resultados são mostrados na tabela a seguir:

 

 

Ajuste

AVS HD 709

ISFccc

ISF default

Backlight

55*

50

50

Contraste

96

89

80

Brilho

53

54

50

Saturação de cor

51

60

50

* arbitrariamente estabelecido (sem medição), levando em conta a luz ambiente.

 

 

É preciso salientar que a escolha de alguns ajustes do software ISFccc são prerrogativa de quem está vendo a tela. Se outra pessoa rodasse o programa poderia escolher ajustes diferentes.

Olhando os resultados, o que mais chama a atenção é a discrepância de ajuste de contraste entre o software da AVS e o da ISFccc. Embora empíricos, ambos os programas exibem um padrão definido para se fazer o ajuste. No caso específico do disco da AVS, o ajuste é pelo clipping de branco, e talvez isto possa ter feito a diferença encontrada. O clipping é o valor a partir do qual o ajuste introduz um erro (distorção) por excesso de sinal. A tela padrão pulsa todos os níveis de branco e estabelece a linha demarcatória do valor do clipping, então fica fácil e intuitivo achar o contraste ideal na tela. Curiosamente, olhando a tabela percebe-se que o mesmo não é observado no ajuste do preto (controle de brilho), que usa o mesmo tipo de teste. O brilho é praticamente o mesmo entre métodos diferentes de medida, muito embora frequentemente a alteração de um ponto de ajuste para cima ou para baixo possa mostrar uma diferença significativa na qualidade da imagem.

 

Teste de calibração do nível de preto no disco AVS HD 709 em nível médio de sinal (APL), mostrando os níveis de clipping para preto (16) e branco (235). Os ajustes são feitos com a pulsação de barras acima destes valores. As barras pulsantes dos valores abaixo não devem estar visíveis.

 

As imagens calibradas com um ou com outro software são bastante atraentes. Pessoalmente, eu prefiro aquela obtida com o disco da AVS, mas se eu colocar no ar a imagem ajustada com o ISFccc para outra pessoa, sem explicar porque, ela irá ver uma imagem muito boa também. E isto nos leva a crer que, mesmos os ajustes sendo diferentes entre si, as diferenças não são perceptíveis para o espectador ocasional, com as imagens em movimento.

 O balanço de branco: a eterna polêmica

O balanço de branco e a procura da temperatura de cor correta são fatores essenciais para a fotografia de precisão. Em princípio, o padrão D65, que se refere à temperatura de cor da luz do sol ao meio dia, é usado na filmagem profissional. Instintivamente, o usuário iria ajustar a sua TV para este valor, exceto que na maioria das vezes ele não é especificado explicitamente.

Examinando a variação da luz de captura, observa-se que a referência da luz do dia para fotografia e luz do flash é 5500 ºK (D55). Se esta for a temperatura usada, a correspondência para D65 na reprodução não terá mais a precisão desejada. Sem saber a priori que temperatura deve ser usada, não é possível, em tese, se obter absoluta fidelidade na reprodução da imagem.

O que isto nos mostra é que, durante a reprodução, a escolha do D65 não é fechada a modificações ou gosto pessoal. Na verdade, é perfeitamente admissível se ajustar a tela de uma TV para tons neutros ou um pouco mais para cima ou para baixo, produzindo tons de pele que tendem para o azul no primeiro caso ou para o vermelho, no segundo. Aliás, para muitos usuários, o próprio tom neutro (meio de escala) de temperatura de cor produz imagens com uma tintura azulada. Para este usuário, o mais indicado seria levar o ajuste para um valor mais baixo de temperatura, sem entretanto, avermelhar demais a cor do rosto das pessoas.

Rodando o aplicativo da ISF é possível notar que a temperatura de cor é uma questão aberta. E não poderia ser diferente, porque, ao contrário da captura, cujo balanço de branco é determinado no momento da fotografia ou filmagem, durante a reprodução, o usuário nunca sabe a priori se o balanço de branco foi corretamente capturado e/ou a que luz do dia ele se refere.

O que muitas vezes confunde a cabeça do usuário é que os fabricantes adotam processadores com algoritmo interno para o ajuste de cores, frente à análise prévia da imagem. E como este recurso tem o potencial de modificar todos os ajustes de cores da TV, a proposta de muitos entusiastas é que ele permaneça desligado, temporária ou definitivamente.

Idealmente, a reprodução corrigida de uma imagem obrigaria o ajuste do display de acordo com a fonte do material. Este não é senão o objetivo do recurso THX Optimode, incluso em DVDs anos atrás. Não acredito que nenhum usuário faça isso, quando estão por aí discos com ajustes mais genéricos, que não irão comprometer a imagem tanto assim.

 Às vezes, o pragmatismo resolve

Não querendo ser incisivo com o leitor, mas a verdade é que os métodos usuais de ajuste básico da imagem ainda se aplicam. E como os métodos de medição e avaliação variam de um método para o outro, que mal há em se fazer a mesma coisa, mas de forma mais pragmática? É preciso lembrar que, mesmo investindo uma pequena fortuna em equipamentos de medida, não há nenhuma garantia que esta sensibilidade não se modifique em função do tempo, quando então as medidas podem deixar de ser precisas.

A maneira de fazer ajuste pragmático entre contraste e brilho varia, mas ela segue uma regra clássica, que a maioria das pessoas costuma seguir: levar o contraste a 100% da escala e o brilho pela metade (50% da escala); depois, ir descendo o contraste até a imagem ficar equilibrada, ou então fazer pequenos ajustes em contrate e brilho, até chegar à imagem que se quer.

O contraste, que é o ajuste do branco, pode até ser feito com o uso de uma folha de papel ao lado da tela da TV. Existem tons diferentes de papel branco, que podem ser usados. Uma visita à papelaria da esquina permite escolher qual deles é mais indicado. Aqui também não existe um padrão definido, mas o papel que a gente usa para imprimir alguma coisa nas impressoras serve perfeitamente.

O papel branco reflete a luz que nele incide, e a quantidade pode alcançar até cerca de 90% em papéis de brancura acentuada. Dependendo da fabricação do papel, ele reflete a temperatura de cor dos seus constituintes, podendo ser amarelada (cor quente) ou azulada (cor fria).

Décadas atrás, a editora inglesa Penguin Books descobriu que papéis brancos com temperatura alta cansam muito a vista do leitor. Por isto, passaram a duplicar livros com papel em tom amarelado. O raciocínio se aplica às telas de TV, e neste caso o uso de papel branco levemente amarelado pode servir de referência para o ajuste de contraste.

Se o usuário se detiver nos ajustes básicos de brilho (preto), contraste (branco) e cor, e consegui-los em grau satisfatório, os demais ajustes podem ser feitos apenas para refinamento da imagem, ficando ao critério de cada um o aperfeiçoamento específico, com um recurso ou outro.

Quem tem TV com filtro interno azul ou pode comprar um filtro em alguma loja, o padrão de barras coloridas pode ser usado para acertar cor e matiz de forma muito fácil:

Colocando a imagem das barras no ar, e acionando o filtro, basta igualar a intensidade de luz nas barras correspondentes a saturação e matiz. A tela resultante mostrará um azul praticamente uniforme, como mostrado a seguir:

As barras branca e azul superiores se prestam ao ajuste da saturação de cores, enquanto que as barras ciano e magenta são usadas para a matiz. Esta última raramente precisará ser mexida. O ajuste de matiz é herança do padrão NTSC, e não se aplica ao vídeo de alta definição.

Se o objetivo é diversão, não existe motivo para o usuário se envolver em ajustes complicados ou se embrenhar em terrenos onde ele ou ela não sabem onde estão pisando.

Olhando a qualidade da imagem como a vemos hoje, mesmo esta não tendo ainda atingido o que pode, não é difícil contemplar a diferença que se tinha nos tempos idos do tubo de imagem ou da TV de retroprojeção. Isto, sem falar da definição nativa das fontes e do alinhamento geométrico das telas. E a tendência é se atingir resoluções cada vez mais altas, supérfluas até, para o usuário doméstico, principalmente aquele que já está satisfeito com o uso de um DVD.

Na prática, tudo isto seria um pouco “reclamar de barriga cheia”. Mas, frente ao hobby e ao afeto ao cinema, avançar um pouco mais neste tipo de tecnologia é saudável, e eu sou um que jamais iria me queixar se isto acontecesse! [Webinsider]

…………………………

Leia também:

…………………………

Acesse a iStockphoto. O maior banco de imagens royalty free do mundo.

Acompanhe o Webinsider no Twitter e no Facebook.

Assine nossa newsletter e não perca nenhum conteúdo.

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

12 respostas

  1. Olá, Fabinho,

    Quem melhor pode responder à sua pergunta é alguém do setor de engenharia da Samsung, e para acessá-lo você vai ter que insistir com a pessoa que lhe atende pelo telefone que você precisa e na realidade carece de ajuda avançada. Eu já tive um contato com eles há algum tempo atrás e posso lhe garantir que são pessoas que conhecem bem o que estão fazendo.

    Sobre a sua pergunta, na minha opinião é bastante provável que exista uma calibração padrão, mas nada impede que televisores sejam calibrados individualmente e os dados armazenados em memória flash. E se o fabricante vai fazer isso ou não só eles podem te dizer, mas eu acredito que não façam por conta do aumento do custo de fabricação e também pelo fato de que a tolerância para diferenças de ajuste com os atuais componentes é muito grande, e a variação em torno da calibração padrão muitíssimo menor.

    Sobre o menu de serviço, se você me permite eu lhe sugeriria tomar o máximo de cuidado em salvar qualquer valor, anotando sempre o valor que está lá antes de fazer qualquer ajuste.

    Outra coisa: independente da calibração de fábrica ser padrão ou não, é o usuário quem deve fazer os ajustes mais finos e é para isso que instrumentos e software estão por aí para ajudar a realizá-los. Use o disco da AVS, que é muito bom. Você vai descobrir que as mudanças são mínimas e os resultados satisfatórios.

  2. Olá, espero que me responda: Vou pular as explicações do porquê estou com essa dúvida, senão, vai ficar longo o comentário. Vamos à dúvida: Tenho a plasma Sam F4900. Todas elas saem com um ajuste padrão de fábrica igual a todas. Daí os ajustes finos são feitos na linha de montagem específica a isso. É o que faz um menu de serviço de uma F4900 ser diferente de outra F4900. Ao acessar o Menu De Serviço e usar o Reset Factory, ele não voltaria para um ajuste padrão comum a todas ou ele volta ao ajuste fino exatamente como saiu de fábrica? Porque se ele voltar ao ajuste padrão comum a todas, então, a tv não vai voltar a ter a mesma imagem (cor, contraste, brilho etc) exatamente de quando saiu da loja. Procede isso? Obrigado.

  3. Olá, Ronaldo,

    Se você é capaz de observar imagem de boa qualidade junto com outras de má qualidade, vindas da mesma fonte de sinal, então é pouco provável que o problema esteja na TV.

    O que se pode e se deve fazer é tentar o melhor ajuste possível da tela da TV para cada fonte de sinal. Se a TV tem um software interno, use-o e depois faça pequenos acertos em cada fonte.

    Por outro lado, é preciso levar em conta que os provedores de TV por assinatura comprimem demasiadamente o sinal, para poder fornecer um número maior de canais. Como o processo de compressão na imagem leva à geração de artefatos, eles preferem dar prioridade ao sinal HD, deixando o sinal SD em maus lençóis.

    Além disso, eu pelo menos canso de ver canais HD com conteúdo SD (em filmes, por exemplo), às vezes com deformação de geometria. Por essas e outras, a TV HD por assinatura não deveria ser tomada como referência para a qualidade de uma tela de TV. Se você tem alguma preocupação nesta direção, o que eu posso te sugerir é usar uma fonte HD limpa e de referência.

    Outra sugestão que eu posso te dar é evitar usar recursos de aprimoramento de imagem na TV excessivamente, e se você é fã dos mesmos e não quer se desfazer de alguns, faça pelo menos um teste para observar se algum deles introduz artefato de imagem independente da fonte de sinal.

  4. comprei uma LG 42LS4600 42 led full HD.

    A imagem de TV é bonita. O som tb é bom. Gostei do designer também…

    O único problema que notei é que a imagem da Sky SD não é boa sempre.
    A imagem parece que chega desfocada e a TV foca/define a mesma. Parece que passa por um processo de filtro em questões de milissegundos. É quase imperceptível, mas eu percebo.

    Alguns programas/chamadas/comerciais a imagem fica meio serrilhada também. E outros a imagem fica linda.

    Alguém sabe o que pode ser isso? Problema da SKY SD?

    Alguma configuração ou recurso da TV?

    ainda não fiz a atualização dela, será que muda algo?

  5. Olá, Rogério,

    Na minha opinião, você não deveria se deixar impressionar por este tipo de especificação. O CMR, até onde eu sei, não reflete a taxa real de refresh rate, mas sim um pós-processamento da imagem com manipulação de quadros. O chato deste tipo de especificação é que ele não se encaixa em padrões estabelecidos e aí nós usuários ficamos sem parâmetro para analisar qualquer coisa.

    O backlight de LED já foi um avanço, por causa da uniformidade no espectro de emissão e pela possibilidade de desligamento estroboscópico, que é o que, em última análise, permite uma maior claridade na imagem nos painéis LCD já há algum tempo. Nada disto têm a haver com uma maior palheta de cores, e sim com a ausência de distorção na reprodução das mesmas.

    O resto é conversa de mercado, e nós não ficamos livres de ser alvo da propaganda de novos recursos, sem que o fabricante venha a público explicar direito como é que cada recurso funciona e se ele realiza de fato aquilo a que se propõe. Neste aspecto, o CMR tem sido alvo de críticas pesadas. E eu acho que a indústria como um todo ainda não avançou o suficiente nos métodos de interpolação de quadros, para evitar artefatos criados com o uso de ME/MC.

    Outro problema é o local dimming. Somente os painéis full array são capazes de fazer dimming corretamente. Por questões de economia, a maioria dos painéis vendidos são do tipo edge-lit. Nestes, há uma emulação aproximada do local dimming, onde a tela é dividida em quadrantes e os LEDs daqueles quadrantes escurecidos de acordo com a imagem que entra. Isto acaba provocando uma falta de uniformidade na luz da imagem, alterando o contraste em setores distintos. A solução seria usar o recurso no ajuste mínimo ou desligá-lo completamente.

    Se você está partindo para um modelo novo e possivelmente de outra marca, observe o que cada fabricante oferece, e a tecnologia que te oferece a melhor relação custo/benefício, mas sem se impressionar com números e com jogadas de marketing.

    A propósito: eu não recebo TV de fabricante para análise ou teste, eu compro a TV que eu uso. A partir deste ano, não tem mais nenhuma TV Samsung na minha casa, porque eu mudei de marca e de modelo. Não me atrevo a divulgar que marca, porque este tipo de compra é muito pessoal, e assim o que é bom para mim não é necessariamente bom para outra pessoa. Além do mais, os fabricantes são felizes em alguns modelos e outros não, o que na prática significa que não se deve pensar apenas na marca em si, mas no que ela oferece.

  6. Olá Mestre Paulo.

    Venho aqui solicitar sua ajuda para um assunto um tanto espinhoso.
    Desde o ano de 2007 possuo aquela TV (1º Full HD Samsung linha M81BX/XAZ), que era igual a sua.
    Ocorre que decidi “aposentá-la” colocando-a para exibir TV aberta com conversor “externo”, e adquiri uma outra Samsung (desta vez de LED) e aqui vai minha dúvida sobre essa estória de CMR (ou taxa de atualização em HZ). Paulo na caixa que veio nela e no manual “diz” que possue (CMR) ou taxa de 200 até 240 hz. Ocorre que no menu essa função mostra um demo desta função ativada, e sem ativar, dividindo a tela em dois para a comparação. Mas nos letreiros que correm no rodapé da página (crawl), acusa a velocidade real deste painel que é de 120 hz.
    Ou seja a maioria dos consumidores estão sendo iludidos por propaganda enganosa dos números, que na realidade não refletem a verdadeira taxa de atualização destes paineis.
    Tem TVs da Samsung que já destacam velocidades de até 960 Hz !!! Até onde este “estelionato” irá parar ?
    Outro detalhe, neste painel da Samsung diz que possue painel “LED Backlight” com a seguinte explicação:
    “A luz posicionada ao fundo do painel de LED reproduz uma gama de cores maior que as TVs de LCD regulares, certificando-se assim em oferecer imagens claras e nítidas, maior clareza no movimento e a melhor qualidade de imagem”
    Pelo que sei isso não seria a tecnologia de LED por “local dimming” usado nos painel topo de linha mais caros ?
    Para finalizar tudo isso que descrevi, estaria a Samsung vendendo gato por lebre ?
    O Painel que comprei é o modelo LED EH6000 de 55 pol.
    Agradeço sua ajuda e opinião. Obrigado.

  7. Oi, Miguel,

    É uma pena que na última mudança de servidor do site, um dos meus textos sumiu e eu ainda não tive tempo de colocá-lo de volta. O texto tratava do assunto “temperatura de cor”, que enfoca o ponto que você tem dúvida. E a dúvida é legítima não só porque os termos “quente” ou “frio” não dizem nada ao iniciado, como eles não tem referência a valores absolutos de temperatura de cor. Por causa disto, inclusive, o usuário nunca sabe aonde está pisando, percebe?

    Como eu comentei neste texto, D65 seria o ajuste mais próximo da temperatura de captura, mas nada te impede de ter uma cor mais “fria”, puxando para o neutro ou um pouco para o azul. Faça o ajuste ao seu gosto e principalmente escolha o que melhor conforto lhe dá aos olhos.

    Deixo também uma sugestão de leitura, se lhe interessar: http://en.wikipedia.org/wiki/Color_temperature

  8. Eu nunca entendo qual ajuste é o melhor daqueles com nomes de “frio”, “quente” etc. Entendo a parte que desativa recursos de pós-processamento, para diminuir a latência, mas a mudança de cor é grande entre eles. Eu só queria a cor real do filme ou jogo 🙂

  9. Oi, Felipe,

    Eu não sou assinante nem conheço ninguém próximo que tenha solicitado este serviço da Sky, portanto não posso lhe dar uma opinião a respeito.

    Posso sim, por outro lado, e se você me permite, dar uma sugestão: baixe o software do fórum da AVS, cujo link está na coluna. Se você não tem como queimar a versão para Blu-Ray pode usar a do AVCHD, que usa DVD, ou MP4, que usa pen-drive. Com este software não é preciso ir muito longe: os ajustes básicos dão conta do recado satisfatoriamente.

    Se você não tem recurso ou não quer se envolver com isto, então use o serviço da Sky. Eles provavelmente irão usar os critérios mais ou menos estabelecidos para este tipo de ajuste, e creio que você terá direito de mudar alguma coisa posteriormente, se desejar. Não lhe custa nada fazer uma consulta a eles sobre este tipo de flexibilidade. Não acredito que eles entrem no menu de serviço da TV. Se entrarem, seria prudente pedir garantia.

  10. Paulo,

    A SKY, empresa no ramo de tv por assinatura possui um serviço com esta mesma idéia, onde utilizam equipamentos como colorímetro e um software próprio. Gostaria de saber se você já teve algum contato com esta tecnologia da Sky? Pelo que andei olhando eles tem uma certificação da THX empresa que é do ramo de qualidade de tecnologia e áudio. Estou querendo adquirir este serviço e gostaria de uma opinião sua.

    Obrigado.

  11. Oi, Tresse,

    Obrigado pela sua colaboração!

    Realmente, o problema maior é a temperatura de cor, que não se aplica indiscriminadamente a qualquer país. E no fim, acaba se tornando uma decisão pessoal mesmo.

    Diferenças à parte, a imagem que nós vemos hoje, com uma definição estupenda em alguns casos, nenhum de nós podia imaginar que chegaria na casa da gente algum dia.

    E agora o assunto é 4K. Os novos players da Oppo (BDP-103/105) fazem upscaling para esta faixa de resolução. Não acredito ter uso imediato, mas nada mais na indústria me espanta. E a gente aqui torrando dinheiro, neste caso ainda não cai a ficha se de fato valerá a pena!

    Eu também não consigo mais me imaginar trocando mídia outra vez. Sai agora Lawrence da Arabia, por exemplo, depois de uma longa espera. Creio que não vou ter paciência para esperar ainda mais por uma versão em 4K, e pagar de novo por ela. Melhor seria se o filme voltasse aos cinemas, no esplendor que um dia já teve nas telas de 70 mm.

  12. Paulo,
    a nossa TV analógica colorida foi baseada nos ensinamentos da BBC. A TV Digital já tem origens na NHK. Gosto de ambos, mas é impossível chegar a um acordo sobre a colorimetria da pele humana. A BBC tinha uma carta de teste com uma pele caucaseana. Por aqui não serve, mas as Emissoras precisam vender na Europa e USA. O digital também alterou o conceito de qualidade; alguns “experts” vêem erros de quantização. Li um livro onde estava escrito: “A vida é a arte de tomar decisões precisas, baseado em informações imprecisas”. NÃO PARE DE ESCREVER; a mídia televisiva/cinematográfica agradecem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *