Contratar um bom designer? Não, sai caro demais…

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Nos últimos meses ouvi questionamentos sobre o motivo pelo qual deveria ser contratado um designer. Para nossos ouvidos é uma pergunta que parece já ter vinda ao mundo respondida e justificada.

Não existe esta dúvida para quem já conhece o poder de um bom projeto de design. Mas não é bem assim fora da nossa estilosa redoma de cristal colorido.

Para todos os outros, é comum a confusão entre designer e alguém que sabe operar softwares gráficos. Os computadores estão aí, para quem quiser experimentar, assim como os lápis de cor, as tintas, os grafites. Ferramentas que se vestem do repertório de quem as opera.

Esta é a hora de exercitar alguns fundamentos do design. Desmembrar esta resposta é tarefa do designer que sabe muito bem o que é capaz de fazer.

Para personificar um produto/serviço

Uma lata com um rótulo prateado, letras finas e manuscritas, pode lembrar uma bebida light (devido às letras suaves) e sofisticada (pela cor da prata). Um rótulo preto com texto azul em caixa alta pode indicar um produto energético e resistente, devido aos elementos fortes e associados à vida noturna. Um logotipo de cimento com excesso de entreletras pode passar a impressão de um produto frágil, que não une como deveria.

O design tem como objetivo falar com o público na língua que ele entende. Alguém precisa apresentar quem é aquele produto e dizer o que ele faz de melhor.

Para criar identidade

Quando uma empresa contrata um designer para fazer um site, não está pagando por meia dúzia de desenhos ou pelo tratamento de fotografias. Paga pela construção de uma imagem neste meio de comunicação. Se a empresa deseja transmitir tecnologia, tradição ou simplicidade, é baseado nisto que o designer vai começar a trabalhar.

Diferente de muitos serviços, o design gráfico costuma ser um trabalho único, pensado exclusivamente para aquele cliente em cima das suas reais necessidades de comunicação.

Para passar credibilidade

Se o principal jornal do país adotasse tipografia divertida para reportar a crise no Oriente Médio, a notícia teria certamente outro impacto. Não seria levada à sério.

Para equilibrar técnica e estética

Designer não é nem um técnico, nem um artista. É ele que equilibra estas duas áreas para atender algum objetivo, geralmente comercial.

Para inspirar confiança

Um banco que apresenta seus extratos desorganizados e logotipo sem padrão nas suas aplicações pode estar dizendo que guarda assim o dinheiro de seus clientes. Um designer pode fazer da apresentação de um banco um exemplo de segurança ou apresentar uma amostra gratuita de desorganização.

Para agregar valor

Alguns bombons de uma conhecida doceria não teriam o mesmo valor se viessem embalados em simples saquinhos plásticos sem rótulo. Se eles têm qualidade e tradição, precisam ter tratamento à altura na embalagem. O mesmo vale para produtos desconhecidos que ainda precisam ser testados. Uma apresentação de qualidade seduz qualquer consumidor ávido por novidades.

Para facilitar a vida

Já reparou como é simples chegar em algum lugar quando há placas indicando o caminho? Sinalização bem feita usa a tipologia com a melhor leitura à distância em cores que contrastam com o ambiente. O mesmo vale para as embalagens que facilitam o uso do produto, como os refrigerantes que aposentaram há muito tempo o abridor de garrafas.

Para vender

Se um projeto de design é capaz de atender a todos os itens anteriores, vender é só uma conseqüência. Um produto, uma solução, uma idéia. Um bom designer serve, entre tantos outros motivos, para realizar o mais íntimo desejo da sociedade do consumo. [Webinsider]

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Caroline Fülep é designer na FÜLEP design + arquitetura e autora do Fülepdesign.

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23 respostas

  1. Preciso de um designe para criar um abertura para os vídeos do ministério de teatro que lidero, quero dar vida ao nosso logo através de uma animação grafica, mas não sei como contratar alguém.

  2. Muito bacana seu artigo, parabéns!

    Em relação aos micreiros e operados de programas, não vejo problema algum no fato deles defenderem o ganha pão da forma que acharem conveniente. Acredito que o nicho deles não é o meu.

    Acho bem verdade que a faculdade não garante nada a nenhum profissional, e que qualquer pessoa dedicada pode vir a ser um ótimo designer sem nunca ter pisado em um campus.

  3. Conheço designers que nunca cursaram uma faculdade mas deixam os recém-iludidos-formados no chinelo. Basta mostrar um bom trabalho, experiência é o que conta e não um canudo de papel.

  4. Excelente artigo, Calorine!
    De um jeito simples e prático, é exatamente o que devemos mostrar aos nossos clientes. Parabéns!

  5. Realmente você soube destacar pontos importantes, para nessa questão que muitos clientes batem cabeça na hora de decidir o que é melhor, parabéns pelo bom artigo.

  6. Talvez seja muito otimismo da minha parte (lendo comentários como o do Marcos que pulou fora…) mas acho que o mercado só tende a melhorar.

    Existem sim, os clientes para os operadores de software, mas com um pouco de tempo e educação você consegue montar uma cartela de clientes que valorizem o serviço e entendam a real importância do design.

    Acho que cada vez mais os empresários estão percebendo porque umas empresas se destacam sobre as outras e o design é um dos diferenciais. Resta ao profissional saber vender seu peixe….

  7. Parabéns Caroline!

    Seu texto está excelente e vem de encontro ao meu modo de pensar e que, tenho certeza, é da maioria dos nossos colegas de profissão.

    Tenho uma outra defesa, para esta mesma tese e até já publiquei-a em meu site – http://www.mfdesign.tk -passe por lá e veja como compartilhamos da mesma opinião!

    Continue assim, é muito importante profissionais como você, que mostrem aos clientes a importância de contratar um designer.

    Desejo sucesso para você e a todos os designers deste imenso Brasil, neste 2008 que se aproxima!!

    Ass. Marcelo Flaquer

  8. Mostre-me um design limpo e funcional e lhe mostro o sucesso. Mostre-me um empresário que imprime cartões de visita na sua jato de tinha e eu lhe mostro um idiota.

    O maior problema do mercado hoje é que todo chefe de pequenas e médias empresas fazem TODOS os serviços baseados no seu gosto pessoal.

    Fico indignado com um sujeito que se diz arquiteto ou designer e assina um rabisco feito pelo seu cliente. No final, uma pá de puxa sacos elogia o lixo, e o seu criador paga 1/3 do preço e se acha feliz.

    Hoje em dia a primeira coisa que operador de software faz é vender barato, ou cobrar um preço acima do que ele pretende, já visando o desconto que o trouxa irá exigir.

    É um ciclo vicioso, imoral, sem ética e profissionalmente falando é ridículo.

    Agora, se você não se encaixa nesse sistema, faça como eu, pule fora. (Infelizmente)

  9. Excelente artigo!
    Explica claramente o que tentamos colocar na cabeça de nossos clientes todos os dias.
    É uma boa referência.
    Parabéns Caroline…

  10. Muito bom o artigo, mas como o Thiago Valenti falou, imaginei a relação custo x benefício.
    Todas as razões citadas a cima são ótimas para se investir na roupagem do produto, muitas vezes encarada pelas pessoas como gastos e não como investimento. Esse e outros são paradigmas que precisam ser mudados, coisas do tipo Um amigo do meu genro sobrinho da minha amiga mexe com Photoshop, ele pode fazer isso ou Não precisa de logotipo, só o nome ta ótimo. São frases que eu estou abtuado a ouvir, e que essas mesmas pessoas não entendem tudo oque foi citado no artigo e automaticamente deixam de ganhar por não investir.

  11. Não entendi a relação do título com o texto. Pra mim, explicaria os custos/benefícios de se contratar um designer, e não o que um designer faz ou deixa de fazer..

    Em todos os casos, Cesar, o termo micreiro é difundido, pelo menos no meio dos designers (talvez não dos publicitários).
    Ouvi muito essa expressão no N Design (http://www.ndesign.org.br)

  12. Estou apenas comentando novamente pois tenho que fazer uma observação sobre o comentário acima (do Guilherme)…

    Guilherme, micreiro? Desde quando este é o termo mais usado? Primeiro que este termo provavelmente apenas uma pequena comunidade de onde você trabalha usa. Segundo que este termo nem é oficial. Operador de Softwares Gráficos é oficial.

    Assim como marketeiro. Marketeiro é um nome que se usa bastante, mas não é oficial. Marketeiro ainda é bem difundido por aí, mas micreiro? Nunca ouvi falar. Aliás, esse termo parece até que diminui o profissional da área. Desculpe.

  13. Com certeza uma boa matéria.
    Eu sou publicitário e trabalho como designer gráfico e uma coisa posso afirmar. Antigamente eu vivia achando ruim quando outras pessoas que nem cursos tinham se denominavam designers. Existe até hoje pessoas que mesmo sem uma faculdade, apenas por trabalhar em uma agência, se diz publicitário.

    O que posso afirmar é que hoje em dia não me preocupo mais com isso. Como você mesmo mostra em sua matéria, o designer e o publicitário de diferenciam do resto através do seu trabalho. Se você é bom no que faz, não precisa ficar se preocupando com os pseudo-profissionais, pois o seu trabalho sempre se destacará, e como o autor disse, vender é uma conseqüência!

  14. Essa é uma questão que serve não só para uma categoria de profissionais. Serve para todas. A única resalva que faço é que o termo mais usado é micreiro e não operador de programas.
    De qualquer forma, o artigo deveria ser lido pelo pessoal que toma decisão dentro das empresas.
    Esse artigo foi muito bom.

  15. Sem comentarios, perfeito o texto, mostra muito bem a necessidade do design em qualquer que seja o ramo de atividade.

    Os designer agradecem!

  16. Eu trabalhei muitos anos com webdesign e é evidente que para fazer isso precisava saber operar os softwares gráficos, coisa que eu sei fazer bem. Em 2000 eu me encontrava em uma encruzilhada, ia escolher uma faculdade, ou seria design, ou marketing. Eu optei por administração com habilitação em marketing por querer desenvolver mais o lado dos negócios.

    Desde aquele momento eu me proibi de me referir a mim mesmo ou de ser referido por outros como designer. Fiz isso em respeito a aqueles que estudam intensivamente e se dedicam a fazer da melhor maneira possível os nobres verbos listados no post.

    Achei muito interessante você utilizar o termo operador de softwares gráficos, pois é assim que eu venho me chamando nesses 7 anos de fade entre o webdesign e as minhas novas atribuições.

    Eu costumava falar isso dos jornalistas, agora estendo aos designers, leva o computador, mas deixa o designer.

  17. Uma das maiores dificuldades deste universo em que vivemos é mostrar todo o potencial do bom design.

    Quando encontrarmos a cura para a síndrome do Eu gosto ou do Eu acho, talvez esta tarefa fique menos complicada.

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