Criação: porque filtrar as primeiras ideias

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A criatividade é diferente da gratuidade de idéias. Mas… o que são ideias gratuitas? Aquelas que surgem fácil quando somos confrontados a um problema. Por que elas surgem fácil? Porque sustentam-se no senso comum, no conhecimento superficial e no “achismo”.

E qual o risco de usar uma ideia assim, principalmente em soluções empresariais? Como são frutos de associações instantâneas demais, elas podem surgir em mais de um lugar ao mesmo tempo, o que pode causar grandes constrangimentos.

Mas… como isso acontece? É simples: o processo criativo sustenta-se na associação de idéias. Repare à sua volta e você verá que toda idéia tida como criativa, aquela que saiu do plano mental e passou para o campo real das inovações, é fruto de uma ou mais idéias matrizes associadas.

Você usa relógio de pulso? Pois é, esse relógio é um exemplo simples desse processo de associação, transformado em produto pela mente efervescente de Santos Dumont.

As melhores letras de músicas, por exemplo, são aquelas que conduzem quem as ouve pelo terreno das figuras de linguagem, da manifestação da realidade de forma diferente daquela que a maioria usa. É o mesmo processo, o da associação de idéias, funcionando no plano conotativo das palavras, atribuindo sentidos a elas diferentes do seu sentido primário, que justifica a diferença entre um choro contínuo (denotativo) e uma chuva de lágrimas (conotativo).

E como podemos evitar ter idéias que alguém também terá? Evitando usar as primeiras idéias. Pela lógica de funcionamento do senso comum, elas serão as primeiras idéias de todo aquele que transita no mesmo nível de conhecimento que o seu, quando confrontado com problemas semelhantes ao seu.

E o que fazer com as primeiras ideias, já que são inevitáveis? Jogue-as fora. Ou, melhor ainda, reserve uma gaveta só para elas: a gaveta das primeiras ideias. É questão de tempo para percebê-las pipocando aqui e ali, solucionando problemas que, na essência, são muito parecidos.

Quando questionado sobre como ter tantas boas ideias, o químico americano Linus Pauling disse: “É simples… tenha um montão de ideias, depois jogue fora as ruins”.

Evidência que, em se tratando de criação, o axioma “quantidade não é qualidade” ganha proporções bem diferentes. [Webinsider]

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Eduardo Zugaib (falecom at eduardozugaib.com.br) é profissional de comunicação, escritor e palestrante motivacional. Sócio-diretor da Z/Training - Treinamento e Desenvolvimento.

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11 respostas

  1. Precsamos estimular e criar novas idéias,para tanto temos que atentar para uma reciclagem periódica epermanente.Achei esse assunto CRIATIVDADE sobremodo exelente Grato

  2. Charles, Eu acho que estmaos fadados a sofrer com “meninos do balão” e dificuldade na seleção de notícias importantes ou irrelevantes. A filtragem é cada vez mais tênue, e me parece que tem de ser assim (ou, talvez, porque é impossível combater essa realidade). De fato, extrapola a mera definição de jornalismo no dicionário, hehehehhe.abs

  3. muitas vezes as primeiras ideias são as mais espontaneas e originais, ocorre que as vezes queremos infeitar demais e acaba ficando uma coisa pensada demais, meio forçada, acho que devemos dar muita atenção as primeiras ideias, e trabalha-las no sentido de aprimora-las, e nao simplesmente apaga-las.

  4. Concordo com o Fábio Sousa aí em cima… Não jogue suas primeiras idéias fora, mas elabore-as, transforme-as e faça com que se tornem evoluídas. Ou mesmo junte esta primeira com outras. Na verdade a primeira idéia é o ponto inicial da criação e não pode ser ignorada. Muitas vezes temos que simplesmente descartá-la? Sim, mas acredite, não devemos tornar isso um hábito.

  5. Olá Eduardo!,

    Ótimo artigo!! Deixe-me colocar um pouco do meu tempero nessa conversa.

    Gosto de pensar que a primeira idéia é, fazendo uma analogia com carros, a primeira vez que tentamos dirigir. Arranhamos a marcha, damos solavancos, não prestamos muita atenção – ainda estamos crus.

    Conforme vamos praticando, vamos melhorando e já passamos a conseguir dirigir e ouvir música ao mesmo tempo. Logo-logo começaremos a nos sentir confortáveis nas estradas.

    Idéias são assim: no começo tudo é estranho, mas esse momento não pode ser jogado fora, pois ele é uma base consistente dos nossos erros e acertos, o que permitirá desenvolver melhor esse lampejo ou até mesmo encontrar novas rotas.

    Um grande abraço,

    .faso

  6. Olá, pessoal.

    Ótimo assunto abordado por Eduardo.
    Concordo com quase tudo, mas ainda acho que as primeiras idéias têm sua importância, pois surgem do inconsciente e, às vezes, se não dermos atenção, nem dá para reproduzi-las perfeitamente;
    E aquela idéia que foi tanto trabalhada, passa a não significar tanto.

    Um exemplo é na música, pois existem ótimas músicas feitas no momento e ótimas músicas que foram estudadas para serem compostas.

    Bem, mas o assunto é muito relativo, pois envolve inspiração, que não ocorre toda hora.

    🙂
    Abraço.

  7. Na minha opinião a primeira idéia é o passo inicial para as melhores idéias… pois estimula o ser pensante a tentar algo novo.. partindo do pressuposto que ele não queira fazer o óbvio é claro….

  8. Olá Eduardo e leitores,
    realmente pude notar isto na minha vida profissional.
    Trabalhava em uma determinada empresa onde acontecia conforme nosso amigo André citou acima, todos precisavam de idéias rápidas, pra ontem. Com isso, as famosas primeiras idéias reinavam nos meus trabalhos.
    Hoje em dia, trabalho em outra empresa, maior, com tempo para elaboração e criação, e posso garantir que realmente, o trabalho fica muito mais profissional, além de ser totalmente inédito e satisfazer muito mais aos clientes.

    Parabéns pelo artigo,
    abraços.

  9. Caro Eduardo,
    muito pertinente a o assusnto em pauta. Realmente o mais tenho visto são idéias vazias, vejo uma reciclagem de coisas que são feitas de tempos em tempos. Ser criativo é difícil e tudo se complica mais no mundo que vivemos hoje, onde tudo é pedido pra ontem. Sou Designer, formado em desenho industrial, mas trabalho com publicitários, que tem uma visão diferente do designer. É raro ver um publicitário fazendo um comentário como o seu, geralmente, não se tem tempo para pensar várias idéias. É aquela primeira mesmo, com alguma maquiagem e olhe lá. De qualquer forma gostei do tópico abordado. Escreva mais.

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