Educação: muita qualificação, pouco exercício de valores

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Desde cedo, ouvimos muito de nossos pais sobre a importância de sermos bons estudantes, de nos dedicarmos ao curso de inglês e, mais recentemente, de dominarmos as tecnologias da atualidade e sabermos utilizá-las de forma a obtermos informações sobre o que se passa no Brasil e no mundo para sermos aprovados nos vestibulares mais concorridos do país. O objetivo é bem claro: o sucesso profissional.

E nessa trajetória rumo ao sucesso profissional estudamos nas melhores escolas, fazemos cursinho para reforçar o que aprendemos na sala de aula, nos dedicamos ao inglês, espanhol, francês e italiano (dependendo das pretensões de cada um), sem contar aqueles que se aventuram em terras estrangeiras em busca do crescimento pessoal decorrente da experiência de viver em outro país.

Já na universidade, exceto por algumas disciplinas que promovem reflexões acerca dos papéis dos profissionais no contexto da sociedade e das diretrizes a serem seguidas por aqueles no ambiente de trabalho, a composição curricular tem um enfoque bastante claro de formar técnicos capazes de interpretar as tendências mercadológicas e reagir a tais circunstâncias de forma a trazer benefícios para as corporações.

A sociedade e a escassez de valores

O exercício de valores fica claramente em segundo plano, o que é reflexo dos valores cultuados pela sociedade em nosso sistema educacional. Alguém já parou para observar de que forma os alunos de graduação se apresentam na sala de aula? Gostem ou não, mas sou irredutível quanto à opinião que ambiente universitário não é um encontro de jovens ao redor de uma mesa de bar. Chinelos, bermudas, camisas quaisquer não deveriam ter espaço numa universidade.

Por qual razão aqueles que se vestem da forma descrita anteriormente não fazem o mesmo nos seus ambientes de trabalho? Simples: porque quando se trata de emprego está em risco o salário e as possibilidades de crescimento profissional. É triste, mas para muitos quando estamos falando de universidade não parece haver nada em jogo; apenas a necessidade de concluir o curso para obter o diploma.

E sejamos sinceros: os professores universitários também não se comportam de forma adequada, seja pelo vestuário como também pela postura perante os alunos. No Brasil, os docentes estão se tornando cada vez mais moldes dos discentes, ou seja, se esforçam na tarefa do ensino de acordo com a disposição dos estudantes em aprender. Razões: falta de motivação, baixos salários ou a simples constatação de impotência diante dos valores da sociedade que tomam as salas de aulas.

Consequências

Recém-formados ingressando no mercado de trabalho com pressa em obter êxito profissional, especialmente no caso daqueles cujas famílias investiram grandes montantes na sua educação. Os valores pessoais e profissionais, pouco exercitados, tornam os indivíduos altamente suscetíveis às tentações do “ter” e do “poder”. Por conseguinte, as empresas buscam cada vez mais explorar possibilidades comerciais em detrimento dos benefícios obtidos pela sociedade como um todo.

Falou-se muito nas pessoas no âmbito corporativo, mas andar nas ruas nos fornece um retrato fiel do declínio que a sociedade vem vivendo nas últimas décadas quando constatamos como o “bom dia”, o “obrigado”, o “com licença” se tornaram exclusividade de uns poucos que ainda se esforçam para tratar o próximo com um mínimo de educação.

E, infelizmente, é daqui para pior, já que as famílias não cumprem mais a função de formadora de caráter e as escolas apenas se conformam com a decadência intelectual e cultural dos alunos. [Webinsider]

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Artur Salles Lisboa de Oliveira é especialista em Escrita Criativa pela Universidade da California Berkeley. Twitter @artur_slo.

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