Eleições: por que os modelos importados não funcionam

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Faltando menos de um ano para as próximas eleições a maior parte dos políticos e partidos ainda não encontraram o caminho para usar a internet de forma inteligente e eficaz.

As primeiras campanhas digitais de grande porte no Brasil começaram em 2008, com Gilberto Kassab pleiteando a prefeitura de São Paulo. Foi a primeira a ter uma grande estrutura de equipe separada para cuidar do online. Como a legislação não permitia o uso de redes sociais, teve como diferencial a criação de uma rede fechada para militância.

A campanha de Marina Silva trouxe o conceito de “gamefication” para mesa em 2010, com jogos para falar sobre suas propostas. A de Dilma tentou investir em reuniões com blogueiros, coisa que Kassab também fez em 2008 e na formação de redes de militantes. Já José Serra apostou em mobilização pela internet e na vitalização de conteúdo.

Vale lembrar que tanto o PT quanto o PSDB tentaram marcar suas campanhas presidenciais trazendo profissionais de outros países. O primeiro contou com assessoria de marqueteiros ligados à campanha de Obama, enquanto o segundo contratou um guru indiano.

Ambas deram com os burros n’água e por motivos óbvios: o Brasil tem uma condição política e eleitoral muito particular.

O comportamento do eleitorado brasileiro é completamente diferente do estadunidense. A população é obrigada a votar, a maioria escolhe seus candidatos por motivos emocionais, não têm confiança em seus representantes, não têm hábito de acompanhar temas políticos a não ser em casos de escândalos e também não estão acostumados a fazer doações
partidárias.

O número de partidos no Brasil também dificulta a identificação do eleitor, que fica confuso diante de tantas opções e sem entender a ideologia que cada um defende.

A militância partidária também tem outro perfil, o militante tradicional, aquele que acreditava no partido, não existe mais. A maioria dos militantes hoje só está engajada por questão comercial, viraram militantes mercenários.

Temos ainda, além dos sindicatos, as lideranças comunitárias no cenário, que disponibilizam seus esforços de acordo com a conveniência para quem lhe oferecer mais.

Sendo assim, apostar em gênios, gurus ou especialistas de fora é jogar dinheiro pela janela. O que faz uma campanha digital ser eficiente e eficaz não é apenas um bom uso da tecnologia, mas o encontro dela com o comportamento, as particularidades e os costumes da região em foco. [Webinsider]

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Marcelo Vitorino (@mvitorino_) é palestrante e consultor de comunicação, marketing digital e gestão de crise. Mais informações em seu site pessoal.

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