Falta de pessoal em TI: é possível sair deste dilema

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Onde está o meu emprego, com tanta demanda de mão-de-obra especializada em tecnologia da informação? Realmente, esta questão faz parte do cotidiano de muitos profissionais disponíveis no mercado. O Brasil vive um “apagão” de mão de obra especializada em TI para dar conta da demanda interna, e a situação tende a se agravar com eventos Olimpíadas e Copa do Mundo.

Segundo a FGV, até 2014 teremos um déficit de 800 mil vagas no setor. Estima-se que hoje, 92 mil vagas de tecnologia da informação estejam disponíveis. No entanto, basta sair ao mercado para ver profissionais formados desempregados ou trabalhando em áreas completamente distintas da de formação. Pior, apenas 15% dos alunos que iniciam cursos de tecnologia da informação terminam as graduações.

Todo este cenário vai na contra-mão do crescimento brasileiro em TI. Segundo o IDC, o Brasil deverá crescer 13% na área de Tecnologia da Informação em 2011 superando taxas como Estados Unidos e Canadá. Nem mesmo os incentivos fiscais sobre a folha de pagamento das empresas de tecnologia da informação, recentemente anunciados pelo Governo, atenuaram ou minimizaram este cenário.

A culpa é de quem?

Evidentemente, estamos vivenciando um gargalo educacional. Faculdades e mais faculdades de TI, despreparadas e com professores sem qualquer especialização, despejando profissionais e formando-os em conteúdos que há muitos anos não são mais necessários para as empresas.

Resultado, baixíssima qualificação. E o que isto gera? Altos salários para o mais qualificados, que estão voltando do exterior para assumirem cargos de TI no Brasil, vaga que poderia ser a sua.

Melhor formação

Apreendemos hoje um a notória obsolescência de parte do conteúdo programático de muitas faculdades de tecnologia do Brasil. Sem programas de incentivo, qualificação, inovação tecnológica ou parceria com empresas de TI, profissionais são despejados no mercado e não despertam o interesse das empresas.

As certificações passam a ter mais relevância que a formação universitária e demandam investimentos que muitos jovens não têm como empregar, algo que também poderia ser parcialmente subsidiado pelo Governo.

Grandes empresas de software e integração também são muito tímidas em abrirem seus programas educacionais para universidades, esbarrando sempre em análises de risco pouco lúcidas, fazendo com que “pouquíssimos” tenham acesso a tais programas, ferramentas e conhecimentos.

Não bastasse, a péssima estrutura de empresas de recrutamento e seleção para atuarem na área de TI também emperra as contratações. Sem conhecer a fundo o core business de seus clientes, “inventam” exigências mais que inatingíveis além de absolutamente desnecessárias para os cargos disponíveis. A TI só precisa suportar o negócio, não fazer “milagres”.

Não podemos deixar de consignar parcela de culpa aos empreendedores, que em que pese atuarem com Internet, tecnologia e mundo globalizado, ainda mantém e preferem meios ortodoxos de trabalho, sem ousarem novas possibilidades.

Trabalho a distância

Buscam profissionais que residam apenas nas capitais (de preferência próximos à empresa), esquecendo-se que o teletrabalho é uma realidade e que grandes multinacionais já mantém equipes de service desk em TI espalhadas pelo globo. Buscam profissionais na mesma fonte, e esta fonte está seca!

Vivemos a interiorização do desenvolvimento tecnológico. A China já despertou para este fato (O futuro da China está no interior). Regiões ricas como o interior de São Paulo possuem infraestrutura, ótimas universidades, excelentes profissionais, qualidade de vida, incentivos fiscais, custos e mão-de-obra em TI mais barata que na capital.

No interior

O empreendedor precisa pensar em “crescer para dentro”! Muitas são as empresas que já criam centros de tecnologia no interior e atendem todo o Brasil e exterior a partir destas localidades. As universidades interioranas também são mais suscetíveis às parcerias que formem profissionais “com a mentalidade” das empresas de TI que demandam serviços.

Resultado, desenvolvimento regional, sustentabilidade, redução das desigualdades sociais, distribuição de riquezas, menores custos de implantação e operação e mais pessoas na folha de pagamento. A lei é simples. Se a “procura” está alta nas capitais, por que não buscar vagas em regiões onde a “oferta” é alta, como no interior? A internet rompe qualquer barreira e faz com que um profissionais há 300 quilômetros de distância tenha o mesmo rendimento de um alocado na sede da empresa.

Mas você pode estar pensando: – Contratar a mão-de -obra do interior nem sempre significa resolver definitivamente o problema da falta de qualificação!

Realmente, o problema da falta de qualificação é nacional e para isso só existe um remédio: Qualificar-se!

O que o coordenador do seu curso tem feito para isso? O conteúdo do seu curso está adequado à realidade lá de fora? Quais as parcerias para integração universidade-mercado existentes em sua faculdade? Você já leu o programa de todo o seu curso? Você sabe que ele existe?

Construa seu curso

Você pode, com vontade, construir o seu curso de modo que mais espelhe as necessidades do mercado e isto é fundamental, a menos que você tenha dinheiro para trocar de faculdade ou tirar certificações caríssimas!

Mudar este cenário de carência de mão-de-obra é uma tarefa possível, mas dependerá da ação coordenada de universidades, empresas de recrutamento, empreendedores, universitários e profissionais no mercado. Do contrário, continuaremos importando mão-de-obra e colocando dinheiro em estrangeiros. O Brasil só tem a perder!

O TechInter 2011 é uma conferência focada em mercado, empreendedorismo, novas oportunidades em tecnologia da informação. Excelente oportunidade para contato com especialistas e preciosas informações estratégicas sobre carreira, criação de startups e novos negócios digitais. [Webinsider]
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José Antonio Milagre (@periciadigital) é Perito e Advogado especializado em Tecnologia da Informação. Site: www.legaltech.com.br.

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4 respostas

  1. Falta de mão de obra em TI sempre vai haver, isso é certo. Porém as empresas não enxergam um detalhe: na falta de oportunidades no setor privado, as pessoas partirão para os concursos públicos, pois por que gastariam muito dinheiro com certificações para ganhar algo em torno de R$ 5.000,00 (estimativa) gastando mais ou menos R$ 10.000,00 (também estimativo) se por um baixo investimento podem começar ganhando R$13.900,00 (auditor fiscal da receita federal, bastando ser formado) em início de carreira sem experiência?

  2. não é de hoje que presenciamos anúncio de empregos pedindo “precisamos de programador com certificação nisso, naquilo com conhecimentos e experiência em linguagem e aplicativos que não tem nada a ver com a função, enquanto o mercado se comporta assim, vai sobrar vagas, pois super-homem em TI não existi é só desenho animado mesmo…

  3. Já tenho um bom conhecimento em Tecnologia da Informação e Comunicação, mas nenhum certificado. A maior parte adquirida por autoditatismo.
    Diante de tal artigo me pergunto: será que valeria apena investir em certificação e então mudar de área?

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