O papel das produtoras e a demanda por conteúdo

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Minha intenção inicial para este artigo era analisar o volume de informações produzido para websites, corporativos e promocionais, contemplando principalmente o trabalho das produtoras de conteúdo.

Porém, não faria sentido cobrar novos formatos de conteúdo e fazê-lo à moda antiga, recorrendo ao velho recurso do texto narrativo e linear. Já que vou cobrar, então começo eu mesmo, escrevendo de maneira pouco usual para artigos, organizando o texto em blocos informacionais, ou células informativas. É pouco, mas é um começo.

Muito conteúdo, pouca mensagem

A cada novo produto lançado, a cada campanha institucional, enfim, a cada esforço de comunicação que fazem as grandes corporações, há uma necessidade inerente de associar algum tipo e conteúdo ?diferenciado? ao objeto anunciado.

Porém, apesar da enorme demanda por estes serviços, muito pouca coisa de qualidade é oferecida. O que encontramos são fórmulas repetidas, matérias requentadas e posições que são tão politicamente corretas que se tornam claramente artificiais. Este excesso de informação vem prioritariamente de duas fontes: as próprias corporações e as produtoras terceirizadas.

Informação: oficial x oficiosa

Obviamente toda e qualquer informação proveniente dos departamentos de comunicação das empresas são ofertadas no formato press release, de forma superficial e parcial. Não servem de parâmetro para construção de imagem de marca e valor agregado. Cabe então ao conteúdo diferenciado, terceirizado junto às consultorias especializadas, a função de dar identidade, e profundidade, às marcas.

Um nicho para jornalistas

Produtoras de conteúdo são empresas especializadas em produzir informação de caráter jornalístico, contextualmente associada a produtos e marcas. Quase sempre são compostas por jornalistas freelancers, profissionais experientes que se cansaram da rotina de empregado e jovens recém-formados, que encontram nas mídias digitais uma alternativa para ingresso no mercado de trabalho, evitando sujeitar-se a enorme concorrência e os baixos salários da imprensa tradicional.

Produtoras, de papel e caneta na mão

Porém, quando tem seus serviços requisitados por algum site corporativo ou promocional, a maioria das produtoras ainda vende seu trabalho por lauda, à maneira das antigas redações, o que consequentemente acaba por reduzir os formatos de comercialização somente aos textos, acompanhados, de vez em quando, de algumas poucas fotos ilustrativas. Outros formatos, como animações, vídeos e podcasts, quase nunca são considerados.

Grupos de comunicação tomam a dianteira

Devido ao grande número de profissionais experientes e especializados, as empresas de comunicação saem na frente no que se trata da produção dos conteúdos multimídia. Os maiores jornais, revistas e canais de tv do país tem os sites mais diversificados, incluso aí dos blogs de suas principais ?estrelas?, aqueles jornalistas que tem grife e credibilidade. Além disso, algumas delas já trazem ao usuário a possibilidade de interagir e participar da elaboração das matérias, como, por exemplo, os especias multimídia do Clarín (interação) ou o projeto Exchange da CNN (cooperação), que abriu um espaço para que blogueiros enviem suas matérias que, se aprovadas, serão veiculadas nos sites e canais de TV do grupo. Está aí uma fonte de inspiração para as produtoras.

Fontes de pesquisa

A seguir, algumas fontes de consulta que utilizei na elaboração deste artigo. Sim, existem muitas outras, cabendo então ao jornalista selecionar suas fontes e organizá-las da maneira que considere mais produtiva.

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Algumas considerações

É claro que o formato de organização do texto utilizado neste artigo não atende a todas as necessidades editoriais. Para matérias mais aprofundadas, textos literários, bem como publicações acadêmicas, o velho estilo de texto descritivo linear é mais eficiente. Além disso, formatos multimídia como fotos, vídeos, podcasts, infográficos, etc, devem ser (e serão) utilizados como células informativas na composição das matérias. [Webinsider]

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Leonardo Oliveira é mestre em Jornalismo Digital pela ECA/USP.

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3 respostas

  1. Leonardo, acredito que seu artigo tomou nota de muitas coisas plausíveis, visto a infinidade de websites sem conteúdo ao qual muitos têm a audácia de mostrar….rs….bem, a observação que faço a respeito dos websites é quanto a fraqueza da utilização nos sites dos conteúdos audiovisuais, acho que o potencial para tal linguagem é pouco explorado se analisarmos sua inserção na internet.

  2. Leonardo,

    Você tocou num tema que me interessa muito de perto! Sou jornalista com anos de imprensa escrita, basicamente jornais diários, e resolvi já há algum tempo ingressar nesse nicho de agência de conteúdo, ou produtora, como você chama. As dificuldades são muitas, até porque muita gente não consegue entender de cara o que a minha empresa faz, mesmo colegas da área. Mas enxerguei que é um caminho muito interessante, uma forma de trabalhar com jornalismo, ou pelo menos a ética e técnicas jornalísticas, fora dos grandes grupos de comunicação e sem me tornar uma assessoria de imprensa. Tenho, aliás, entrado em brechas desses grandes grupos, fazendo material exclusivo, sob demanda, e dando total prioridade à qualidade, ao cuidado com o texto. Acho interessantíssima essa discussão sobre formatos e as novas ferramentas multimídia. Fico contente em finalmente encontrar interlocutores! Viva o Webinsider!… abraços

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